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Tudo sobre o Renault Kwid

Do UOL, em São Paulo (SP)

26/12/2017 19h19Atualizada em 10/07/2019 15h13

Compacto de entrada da Renault mexeu com mercado em 2017 pelo preço acessível e oferta sincera de equipamentos

O Renault Kwid estreou no mercado brasileiro em junho de 2017 para recolocar a Renault na briga pelo segmento de compactos de entrada -- apesar do porte menor, tem a função de "substituto" do Renault Clio Campus.

Por conta da origem indiana, a Renault do Brasil promoveu diversas melhorias em relação ao projeto original, especialmente em relação à segurança, já que o modelo indiano zerou o crash test realizado pelo Global NCAP. Além de receber vários reforços estruturais (que o deixaram 140 kg mais pesado em relação ao carro indiano), o Kwid também ganhou airbags laterais de fábrica -- sendo o primeiro modelo popular (e um dos poucos vendidos no Brasil) a sair de fábrica com quatro airbags e 290 reforços de estrutura, incluindo o teto.

O modelo também aposta no estilo aventureiro, a ponto de a Renault chamá-lo de "SUV dos compactos" -- algo que é bom no marketing, mas que não corresponde à verdade em termos de categoria automotiva. De toda forma, a boa altura livre de 21 cm do solo não deixa o Kwid com aptidão para encarar trilhas, já que o carro ainda e um hatch, ainda tem rodas pequenas e nenhuma preparação de carroceria para encarar trilhas, mas ele se sai bem em meio à buraqueira do asfalto nas grandes cidades brasileiras.

Novidades

No lançamento, a Renault inovou ao propor uma pré-venda, algo raro para modelos populares, e ao permitir o parcelamento da entrada de R$ 1.000 em três vezes no cartão de crédito, isso sim inédito no mercado automotivo. Foi um sucesso e mais de 5 mil unidades foram reservadas desta forma, quebrando a expectativa da marca.

Por conta disso, foi 3º colocado na categoria Tecnologia/Inovação no Prêmio UOL Carros 2017.

Sem grandes mudanças em um ano de vida, o Kwid passou por dois recalls -- um deles envolvendo todas as 21.802 unidades produzidas entre março de 2016 e novembro de 2017.

Em abril deste ano, a Renault iniciou a venda online pela plataforma chamada K-Commerce, seguindo os passados da Citroën no caminho da venda de carros pela internet. Com um diferencial: qualquer versão pode ser comprada pela internet e retirada numa loja comum.

O cliente precisa apenas se cadastrar (é possível usar dados de Facebook), escolher versão e pintura, selecionar a forma de pagamento e o local de retirada do veículo.

Concorrentes

O principal rival do Kwid (em porte, proposta e conteúdo) é o Fiat Mobi, mas o Chevrolet Onix Joy também surge como forte concorrente pelo preço, enquanto o Volkswagen up! acaba sendo um concorrente de tamanho, embora tenha equipamentos, motorização e segurança de construção de maior qualidade.

Versões/Preço

São três as versões do Renault Kwid: Life (R$ 32.650), Zen (R$ 38.270), Intense (R$ 40.990) -- valores em março de 2019.

Como UOL Carros avaliou

O Kwid tem atrativos para conquistar seu lugar no segmento de entrada no Brasil, com méritos. Desde a chegada, se posicionou como um dos carros mais baratos do Brasil, com valores de até R$ 40 mil, mas sem ser "pelado" e apostando num pacote sincero, com equipamentos fundamentais dentro do possível.

É um carro agradável de ser dirigido na cidade. Devido às dimensões compactas (são 3,68 m de comprimento e 2,42 m de entre-eixos, com 1,58 m de largura e 1,47 m de altura) e ao vão vão livre do solo (18 cm), além dos ângulos de ataque e saída em ótimos 24 e 40 graus, respectivamente é moleza desviar de situações apertadas do trânsito e escapar por ruas alternativas graças ao pequeno porte.

Os três pedais são "molinhos", assim como a direção elétrica, leve e precisa. O câmbio manual, que não é o mesmo do Sandero (trata-se de uma nova caixa, que vem importada do Chile), tem engates precisos que auxiliam os motoristas que curtem uma direção mais ágil.

Acelerações e retomadas de velocidade não são vigorosas, mas também não te fazem passar vergonha -- o motor tricilíndrico tem bom torque (força nas arrancadas), mas potência (velocidade final) apenas razoável. Tudo isso fazendo uma média de 11,2 km/l, com etanol no tanque (fizemos um percurso predominantemente urbano e sempre com duas pessoas a bordo e ar-condicionado ligado).

Entre méritos e fraquezas, se mostrou um modelo mais interessante, por exemplo, que um dos carros mais icônicos da indústria nacional: foi assim que o Renault Kwid ganhou nosso comparativo com o Volkswagen Gol.

Ficha técnica

Carroceria: hatch
Porte: compacto
Passageiros: cinco
Motor: 1.0, três cilindros em linha, 12 válvulas
Câmbio: manual de cinco marchas
Combustível: etanol/gasolina,
Potência: 70/66 cv,
Torque máximo: 9,8/9,4 kgfm a 4.250 rpm
Velocidade máxima: 156 km/h
Aceleração de 0 a 100 km/h: 14,7 s
Tração: dianteira
Direção: não assistida (Life), elétrica (Zen e Intense)
Suspensão: independente McPherson (dianteira) / eixo de torção (traseira)
Freios: disco sólido (dianteira) / tambor (traseira)
Dimensões: comprimento: 3,68 m; largura: 1,58 m; altura: 1,47 m; entre-eixos: 2,42 m; porta-malas: 290 l; tanque: 38 l

Consumo (pelo Inmetro)

Cidade 10,3 km/l (etanol) / 14,9 km/l (gas.)
Estrada: 10,8 km/l (etanol) / 15,2 km/l (gas)

Equipamentos

+ Renault Kwid Life: rodas de aço aro 14; airbags frontais e laterais; ganchos Isofix; indicador de troca de marcha.

+ Renault Kwid Zen: itens da versão Life mais direção elétrica; ar-condicionado; travas elétricas; vidros dianteiros elétricos.
Opcionais: rádio com Bluetooth, USB e Auxiliar

+ Renault Kwid Intense: itens da versão Zen mais retrovisores elétricos; faróis de neblina; Media Nav 2.0; câmera de ré; porta-malas com abertura elétrica; chave canivete; roda com acabamento exclusivo.

Revisão e garantia (valores e prazos)

10.000 km: R$ 371,10
20.000 km: R$ 350,40
30.000 km: R$ 350,40
40.000 km: R$ 522,10
50.000 km: R$ 371,10
60.000 km: R$ 371,10
Garantia: 3 anos

Recalls:

+ Janeiro de 2018: 1.918 unidades, produzidas entre 9 e 16 de setembro de 2017.

Motivo: possibilidade de rompimento da solda do berço do motor, "causando perda da dirigibilidade e risco de acidente", com possibilidades ainda de danos materiais e/ou físicos a ocupantes do veículo e terceiros.

+ Novembro de 2017: 21.802 exemplares produzidos entre março de 2016 e novembro de 2017.

Motivo: trinca nos freios, podendo causar perda de eficiência de frenagem ou travamento das rodas, com consequente perda de dirigibilidade e risco de acidentes com lesões graves e/ou fatais para ocupantes do veículo ou terceiros.

+ Novembro de 2017: 16.798 unidades, fabricação entre 1º de março de 2016 e 27 de setembro de 2017.

Motivo: possibilidade de incêndio no compartimento do motor e consequente risco de acidentes com lesões graves e/ou fatais a ocupantes do veículo e terceiros. Necessária verificação e possível substituição do tubo de combustível, em serviço que durará, em média, uma hora.

#Avaliação: como anda o Renault Kwid "completinho" de R$ 40 mil

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