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Volkswagen corre atrás de rivais e terá Golf híbrido e elétrico em 2018

Volkswagen Golf GTE: hibrido chega em 2018 com 204 cv - Divulgação
Volkswagen Golf GTE: hibrido chega em 2018 com 204 cv
Imagem: Divulgação

Leonardo Felix, Eugênio Augusto Brito

Do UOL, em São Paulo (SP)

18/11/2017 04h00

Vamos "rebobinar" o tempo para dois meses e meio atrás: durante discurso de início da produção do Polo, em São Bernardo do Campo (SP), o então presidente da Volkswagen do Brasil era pessimista com o futuro dos elétricos no Brasil: "Nos próximos cinco, dez anos, não sei se carro elétrico vai ter uma grande participação no mercado brasileiro", afirmou David Powels à ocasião, justificando a fala por conta da falta de orientação e investimentos do governo.

Apesar de ter alguma correição, era uma fala que ia totalmente contra o discurso de todos os executivos globais da marca, que se apressa para se mostrar como uma fabricante limpa -- e pronta para inundar o mercado global de híbridos e elétricos -- desde o escândalo dos motores a diesel.

Avancemos de volta a novembro de 2017: a Volkswagen aproveitou a apresentação do sedã Virtus, sedã do Polo e segundo carro nacional da nova plataforma MQB A0, para confirmar também a chegada de duas configurações eletrificadas do Golf ao Brasil: o híbrido GTE e o 100% elétrico e-Golf chegam em 2018.

Este anúncio foi feito por Pablo Di Si, novo presidente executivo da marca na América do Sul, que já chegou ao cargo mudando tudo e dando novo fôlego à linha da Volkswagen no Mercosul: são R$ 7 bilhões e a promessa de ter 20 novos carros nos próximos anos.

Mudou tudo em menos de três meses? Foi possível tirar do ar um projeto de eletrificação que era inviável? Vale lembrar que o governo ainda não acenou com qualquer regra ou incentivo mais forte para modelos verdes, seja com o "Rota 2030" (atrasado), seja com outro programa.

Talvez tenha pesado o fato de nesses mesmos três meses outras três marcas terem batido o martelo: vão apostar em híbridos e elétricos também no Brasil, com ou sem a mãozinha do governo. General Motors, arquirrival da Volks no país, já testa o elétrico Chevrolet Bolt; Toyota já vende o híbrido Prius, promete um Prius flex, um novo Corolla híbrido e até um crossover híbrido a curto e médio prazos; a Nissan anunciou durante o Salão de Tóquio que venderá o elétrico Nissan Leaf 2 no Brasil em mais um ano e meio e deve ter, talvez antes, um Kicks híbrido. Tem até a chinesa BYD, a sueca Volvo e a alemã BMW correndo por fora.

Todas falam em liderar mercado, ainda que este seja minúsculo e visto apenas como "de imagem". De quebra, podem ajudar a finalmente destravar a era dos elétricos no Brasil, que não pode ficar distante dos movimentos dos principais mercados globais. Talvez isso tenha acendido a luz na sala de controle da VW.

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Definido, mas sem data

Di Si anunciou em seu discurso que os dois Golf "ecologicamente corretos" já estão com importação definida para Brasil e Argentina, e também podem pintar no Uruguai.

Ambos serão lançados já com facelift de meia-vida, acompanhando as mudanças praticadas nas configurações convencionais produzidas em São José dos Pinhais (PR). O que ainda não está claro é se serão lançadas junto com a reestilização do Golf a combustão, que deve pintar na virada do primeiro para o segundo trimestre -- o projeto sofreu atrasos --, ou se serão guardadas para o segundo semestre.

Todavia, Golf GTE e e-Golf terão papel de "marcação de território" da fabricante. "Sabemos uma expansão de elétricos e híbridos por todo o território brasileiro é uma realidade ainda distante, mas já é possível planejar um futuro em que metrópoles como São Paulo e Rio de Janeiro terão estrutura para tal", disse Jürgen Stackmann, responsável global pela área de vendas da marca Volkswagen no conselho do grupo, em conversa com jornalistas depois do evento.

UOL Carros ficou intrigado e perguntou a ele se há algum tipo de investimento mais forte em modelos elétricos programado para o nosso mercado. A resposta não foi tão empolgante. "Esse é o tipo de movimentação que não depende só da gente, mas também dos governos. Dependemos da adoção de políticas que contribuam para isso", comentou.

Verdes... e fortes

O Golf GTE é um híbrido plug-in (ou seja, com bateria recarregável na tomada) que utiliza o motor 1.4 TSI de 150 cv (a gasolina) auxiliado por um propulsor elétrico de 75 kW, Juntos, eles geram potência combinada de 204 cv e torque de 35,7 kgfm. Modelo faz o 0-100 km/h em 7,6 segundos e chega a 215 km/h de velocidade máxima. Autonomia poderia chegar a 900 km em condições ideais de uso.

Já o e-Golf é totalmente elétrico, rendendo 136 cv e 29,6 kgfm. Alcança 100 km/h a partir da imobilidade em 8,5 segundos e 136 km/h de máxima. Autonomia não passa de 200 quilômetros.

Percebeu o que ambos têm em comum? São veículos fortes e com pegada bastante esportiva, apesar da motorização "amiga" do meio ambiente. "Nossa ideia é mostrar que elétricos são carros divertidos, e não aquela coisa sem graça que muitos ainda imaginam", apontou Stackmann.

Volkswagen e-Golf - Divulgação - Divulgação
Volkswagen e-Golf
Imagem: Divulgação