Porsche demite presidente e diretor de finanças após endividamento

Em Frankfurt

A montadora alemã Porsche demitiu nesta quinta-feira (23) seu executivo-chefe, Wendelin Wiedeking, e seu diretor de Finanças, Holger Härter, pelo elevado endividamento da empresa e pela oposição à compra da marca de veículos esportivos luxuosos pela Volkswagen.

O conselho de supervisão de Porsche decidiu na última madrugada pela saída de Wiedeking e Härter após meses de luta fracassada para comprar a maior montadora da Europa, informou hoje a Porsche em comunicado.

Além disso, a Porsche decidiu fazer uma ampliação de capital de pelo menos cinco bilhões de euros (US$ 7,1 bilhões) para fazer frente às dívidas contraídas de quase nove bilhões de euros (US$ 12,78 bilhões) para poder adquirir a Volkswagen.

O conselho de vigilância de Porsche, que se reuniu ontem em Weissach um dia antes do previsto, nomeou também o atual diretor de Produção, Michael Macht, como novo presidente da empresa em substituição a Wiedeking.

Devido ao endividamento da Porsche e às dificuldades atuais do setor automotivo com a recessão econômica, o grupo Volkswagen pôs na mesa a possibilidade de assumir a fabricante de carros esportivos, algo que ajudaria a reduzir suas dívidas.

Com a destituição de Wiedeking, é quase certo que a Volkswagen assuma aos poucos a Porsche, que passaria a ser a décima marca da gigante automobilística alemã.

O agora ex-presidente sempre foi contra essa possibilidade e preferiu usar de outras medidas para fazer frente aos problemas financeiros derivados da compra de 51% da Volkswagen.

A Porsche queria até 75% da VW por meio de opções sobre ações, segundo comunicou em outubro do ano passado, para conseguir o controle da montadora alemã, uma empresa muito maior.

A crise financeira dificultou o acesso da Porsche a novos créditos e encareceu o prolongamento da linha de créditos que tinha em março, já que os juros exigidos pelos bancos são agora mais elevados.

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