Pura diversão. Foi assim que a italiana Aprilia definiu sua supermotard (motocicleta de rua inspirada nas de competição) recém-chegada ao mercado europeu de duas rodas, a SMV 750 Dorsoduro. A apresentação do modelo aconteceu no ano passado, durante o Salão de Milão, mas só agora a moto começou a ser comercializada. Entre seus principais atrativos estão o visual arrojado e a tecnologia embarcada no conjunto. O preço sugerido é de cerca de US$ 12.600 (cerca de R$ 22 mil).

Todo o projeto da Dorsoduro teve como inspiração os modelos de competição da marca que participam do mundial de Supermoto. Seguindo a filosofia "diversão na pilotagem", a equipe de projetistas da Aprilia tinha como objetivo fabricar um modelo que pudesse oferecer o máximo em desempenho, agilidade e design -- qualidades que todo piloto sonha ter em sua moto.

Na parte dianteira o destaque fica por conta do pára-lamas, alto e levemente angulado para baixo, uma característica das supermotards. O painel é bastante simplificado: tem um mostrador analógico para as rotações do motor e um outro, digital, para a velocidade e outras informações de funcionamento da moto. Um dos diferenciais da Dorsoduro é a utilização dos protetores de mãos, muito usados em modelos off-road.

Olhando a moto de frente, chama a atenção a grande área ocupada pelo radiador, localizado logo abaixo do tanque de combustível (12 litros de capacidade). Como todo modelo de sua categoria, a altura do assento (870 mm) é um item que deverá desagradar um pouco aos pilotos de menor estatura. Na traseira, os escapes (duplos) ficam logo abaixo da rabeta e têm desenho bastante interessante. Deram um ar mais agressivo ao conjunto.

Mas não só de visual vive a Dorsoduro. A mecânica da moto também impressiona. Um dos destaques, nesse sentido, é o sistema de gestão eletrônica Tri Map do propulsor, que permite ao piloto escolher entre três modos de condução: sport, touring e rain. Na primeira opção, o motor bicilindrico em V a 90º de 750 cm³ e quatro válvulas por cilindro, derivado da estradeira Shiver 750, oferece a máxima performance -- ou seja, libera os 92 cv (a 8.750 rpm) de uma só vez na roda traseira.



Já na opção touring, a entrega de potência é um pouco mais branda, facilitando a vida dos pilotos menos experientes. Por fim, a configuração rain (do inglês "chuva") torna-se ideal para os pisos com baixa aderência, já que a força do motor cai ainda mais, não deixando a roda desgarrar numa saída de curva, por exemplo.

Outra novidade na Dorsoduro é o sistema de aceleração eletrônica ride-by-wire, sem fios interligados entre a manopla e a borboleta do carburador. Gerenciado por uma central eletrônica que analisa diversos parâmetros da moto, como velocidade e faixa de rotação, seu objetivo é otimizar ao máximo o desempenho para o condutor. Completam a parte mecânica da moto o câmbio de seis velocidades e a transmissão final por corrente.

Suspensão e freios
Na parte ciclística, nenhuma grande novidade. O quadro em treliça formado por tubos de aço fica quase totalmente à mostra. O conjunto de suspensões usa um sistema upside-down com tubos de 43 mm e curso de 160 mm na dianteira. Atrás a balança é fabricada em liga de alumínio fixada a monoamortecedor hidráulico com 160 mm de curso e regulável na pré-carga da mola. Os freios são de disco duplo com 320 mm de diâmetro na frente e disco simples de 240 mm na parte de trás. As rodas em liga de alumínio de 17 polegadas estão calçadas por pneus 120/70 ZR na dianteira e 180/55 ZR traseira. O peso a seco é de 186 kg.

A nova Aprilia SMV 750 Dorsoduro já está disponível no mercado europeu e promete ser a nova sensação entre os modelos supermotard -- que, diga-se, vêm se tornando uma verdadeira febre no mundo inteiro. Algumas de suas principais concorrentes incluem a Husqvarna SM610, KTM 690 Supermoto e Yamaha XT 660X. Qualidade para encarar suas rivais, a Aprilia garante que a Dorsoduro tem. Resta saber se o modelo cairá nas graças do consumidor num mercado tão novo e competitivo como o das supermotards. (Murillo Ghigonetto)