V7 Classic, da Moto Guzzi, volta para matar saudades

Da Infomoto

  • Divulgação

A última edição do Salão de Milão, realizada em novembro de 2007, foi um verdadeiro show de lançamentos e tecnologia para os aficionados pelo mundo das duas rodas. No meio de todo esse alvoroço, no entanto, um modelo em especial talvez tenha atiçado um pouco mais a curiosidade dos visitantes por seu estilo nada ortodoxo para os padrões atuais.

Tratava-se da V7 Classic, da marca italiana Moto Guzzi, uma motocicleta com visual retrô de linhas clássicas, no melhor do estilo dos anos 1970. Antes de falar mais sobre essa bela "novidade", vale a pena algumas linhas de história.

Criada pelo projetista Giulio Cesare Carcano no final da década de 1960, a V7 foi um dos modelos de maior sucesso da Moto Guzzi. Lançada com motor de 703 cm³, a motocicleta ganhou destaque na época por marcar a estréia dos motores V-Twin transversais da fabricante no mercado mundial.

Sucesso de vendas em todo mundo, a V7 também trouxe de volta o reconhecimento para a marca italiana criada por Carlo Guzzi e Giorgio Parodi em 1921. O modelo era o objeto de desejos de todo motociclista, verdadeiro ícone dos jovens nos idos de 1970. Agora, quase 40 anos depois, o mito está de volta.

Pequenas mudanças
À primeira vista, nada mudou na nova V7 Classic. A impressão é que tudo permanece igual ao primeiro modelo lançado décadas atrás. Na teoria, o objetivo dos projetistas italianos foi esse mesmo -- ou seja, manter a identidade visual da moto. Na prática, no entanto, a história é um pouco diferente.

Linhas um pouco mais curvas e acessórios cromados ganham destaque nessa remodelação da V7. O pára-lama dianteiro é praticamente o mesmo, posicionado bem rente ao pneu. O conjunto formado por farol e piscas também ganhou um ar mais moderno, mas não perdeu o estilo. O painel de instrumentos é simples, como deve ser num modelo retrô, com dois grandes mostradores analógicos para a rotação e a velocidade.

Divulgação
Mesmo com alguns retoques, visual da V7 pela traseira é bem retrô
A tampa lateral deixou a forma quadrada e agora está triangular, nitidamente menor que na velha V7. O tanque de combustível, assento do piloto e pára-lama traseiro seguem uma linha mais harmoniosa, mas não deixam de lado o glamour conquistado por sua antecessora.

Em relação ao modelo original, a nova V7 também incorpora tecnologias mais atuais na parte mecânica, como a alimentação feita por injeção eletrônica da Weber-Marelli. O motor permanece sendo um V-Twin a 90º, mas agora tem 744 cm³. Em sua confecção, ganhou materiais mais leves e modernos, como a liga de alumínio. O conjunto ainda é formado por uma ignição eletrônica, câmbio de cinco velocidades e o mesmo sistema de transmissão final da V7 antiga, feito por eixo-cardã.

Freios e suspensão
Por uma questão de segurança, a Moto Guzzi decidiu aposentar o freio a tambor na dianteira e na traseira da moto. Pudera: com peso a seco de 182 kg, não é qualquer um que iria querer se aventurar por estradas e avenidas com esse tipo de equipamento. No lugar, deu espaço para um moderno sistema a discos simples, de 320 mm na frente e 260 mm atrás, com o selo Brembo Serie Oro.

A suspensão traseira é bichoque com curso de 118 mm e ajuste na pré-carga da mola. Na dianteira, a V7 vem equipada com um garfo telescópico hidráulico da Marzocchi, com curso de 130 mm. Completam o conjunto o quadro de berço duplo e as rodas, ambas aro 17.

A Moto Guzzi não informa quando o modelo estará disponível em sua linha de produção. No site da montadora não existe nenhuma nova informação (preço estimado, por exemplo) da V7 Classic para saciar os fãs dessa lenda da engenharia e do design italiano. Aos mais saudosistas, resta apenas esperar por novidades -- que por sinal, não devem demorar a chegar. E no que depender de tradição, a nova V7 tem tudo para voltar a brilhar. (por Murillo Ghigonetto)

UOL Cursos Online

Todos os cursos