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Ranger 2017 é três estrelas no Latin NCAP; Classic "chinês" zera

Do UOL, em São Paulo (SP)

14/04/2016 17h29

Prestes a chegar às ruas brasileiras (a estreia nas lojas está prevista para março, a partir de R$ 99.500), a linha 2017 da picape média Ford Ranger teve desempenho mediano na primeira bateria de testes da fase 7 do Latin NCAP (programa de segurança viária para América Latina e Caribe).

Esta é a primeira leva de resultados desde que as novas normas de avaliação foram implantadas, dificultando a obtenção das duas notas mais altas (quatro e cinco estrelas) em segurança para adultos. A partir de agora, é obrigatória a presença do controle eletrônico de estabilidade para tal.

Ford Ranger 2017 argentina no Latin NCAP - Divulgação - Divulgação
Picapona falhou por não dispor de controle de estabilidade na versão avaliada e por não passar pelo teste de colisão contra poste
Imagem: Divulgação
No caso da Ranger, a versão de cabine dupla auferida, vendida apenas em outros mercados, não contava com o dispositivo. No Brasil, porém, a Ford afirma que oferece o sistema de série em todas as versões. 

De qualquer forma, a ausência do ESC levou o utilitário a não passar de três estrelas para adultos e quatro para crianças, mesmo oferecendo, segundo o instituto, "boa estabilidade" tanto no impacto frontal a 64 km/h quanto no lateral a 50 km/h. Além disso, a fabricante não forneceu unidades suficientes para a recém-implantada colisão contra um poste de 25,4 cm de diâmetro a 29 km/h, o que também levou ao desconto de alguns pontos.

Por outro lado, o modelo dispõe de ganchos para cadeirinhas infantis no banco traseiro, cintos de três pontos em todas as posições e aviso de desativação do airbag frontal do passageiro, itens que contaram a seu favor na avaliação.

Sua principal rival, a nova geração da Toyota Hilux, foi contemplada com cinco estrelas, porém seguido o antigo critério. Assim como a Ranger, a rival da marca japonesa também guarda o controle de estabilidade só para a versão de topo (R$ 188.120), o que significa que as versões mais baratas também não passariam de três estrelas.

SW4 repete Hilux

Por falar em Hilux, o Latin NCAP testou também o SW4, suvão derivado da picape. O objetivo era verificar se a derivação munida de porta-malas alcançaria o mesmo nível de segurança da irmã de plataforma, o que significa que o teste seguiu protocolo simplificado (único impacto frontal).

A resposta foi positiva e o modelo repetiu as cinco estrelas. Diferentemente da derivação com caçamba, porém, o SW4 vendido no Brasil dispõe de ESC e controle de tração em todas as versões, já que parte de R$ 205.000

Toyota SW4 2017 no Latin NCAP - Divulgação - Divulgação
SW4 mostrou que é capaz de repetir nível de segurança da Hilux
Imagem: Divulgação

Chevrolet Sail fails

Primo chinês do nosso Classic (antigo Corsa Sedan), o Chevrolet Sail -- comercializado em mercados como Chile, Colômbia, Equador e Peru -- também participou da fase 7 e... pagou mico.

Chevrolet Sail (primo chinês do Classic) no Latin NCAP - Divulgação - Divulgação
Chevrolet Sail usa mesma base do Classic, que existe desde o Corsa dos anos 90
Imagem: Divulgação
O sedã compacto alcançou zero estrela na proteção para adultos. Segundo a entidade, "a estrutura se mostrou instável e incapaz de lidar com as cargas" do impacto frontal a 64 km/h. Para piorar, a unidade avaliada não contava com airbags ou freios ABS (antitravamento), obrigatórios no Brasil mas ainda não padronizados em outros países do continente.

Por conta do péssimo desempenho no teste frontal, o três-volume sequer passou pelas provas lateral e de poste. Como único ponto positivo o Latin NCAP destacou a presença da ancoragem Isofix no assento traseiro, o que levou à obtenção de duas estrelas em segurança para crianças.

Curiosamente, o resultado pífio do Sail ocorreu poucos meses depois de o programa enviar uma carta à CEO global da GM, Mary Barra, pedindo que a fabricante coloque veículos mais seguros à venda na América do Sul.