Topo

Salão de SP traz cores especiais para combater "mar monocromático" nas ruas

Siga o UOL Carros no

Vitor Matsubara

Do UOL, em São Paulo (SP)

18/11/2018 08h00

Fabricante de tintas Axalta aposta em veículos com tons exclusivos no evento, como o Hyundai Creta Diamond

Muita gente compra carro com cor sóbria (como prata e preto) pensando exclusivamente no valor de revenda. Por isso o Salão do Automóvel de São Paulo é a grande oportunidade para fabricantes de tintas reverterem este quadro. Isso é o que afirma Mateus Aquino, presidente da Axalta Brasil.

"Hoje há uma tendência muito grande por cores monocromáticas, como cinza, prata, branco e preto. Mas temos capacidade de fazer muito mais. A gente faz estudos de tendências há 65 anos e hoje tons monocromáticos aparecem com quase 90% da preferência. Enxergamos o Salão do Automóvel é a grande oportunidade de mostrarmos nosso potencial desenvolvendo cores especiais, como o Azul Deep Dive do Hyundai Creta Diamond (conceito exibido na feira realizada em SP)", afirmou.

Veja mais

+ Fabricar tinta é como preparar "receita de bolo"; entenda
+ Quer negociar hatches, sedãs e SUVs? Use a Tabela Fipe

+ Inscreva-se no canal de UOL Carros no Youtube
+ Instagram de UOL Carros
+ Siga UOL Carros no Twitter

A tonalidade do SUV não foi escolhida por acaso. "Fizemos um trabalho de quase três meses entre a escolha da cor e acertos até chegar ao tom exato, que mostre contrastes de luz e sombra dependendo da luminosidade. Azul é (uma cor que é) tendência e por isso os visitantes verão muitos veículos azuis. Tons de grafite também estão em alta, como a pintura grafite fosca do Saga EV", declarou Flávio Cuareli, supervisor de produto da Hyundai Motor Brasil.

Até nas rodas as cores são presentes. Uma das expositoras é a fabricante Mangels, que exibe a nova roda Smoothie, com inspiração retrô e revestimento vermelho realizado pela Axalta.

Monocromático ou colorido?

Alguns podem até estranhar o fato de um país tropical como o Brasil ter preferência por carros monocromáticos. Isso acontece por um estigma de que veículos com tonalidades sóbrias são mais fáceis de revender.

"O brasileiro ainda compra carro preocupado com a revenda e ainda existe o estigma de que carros que não são monocromáticos ficam "encalhados". Por isso quem decide a cor do veículo ainda é o poder de revenda", afirmou Aquino.

Cuareli completou. "Realmente o valor de revenda pega muito na compra do carro, a ponto de termos clientes ligando para nosso SAC perguntando qual é a tonalidade mais vendida para comprá-la. Muita gente até gostaria de ter um veículo vermelho, azul, amarelo ou verde, mas acaba ficando com prata ou preto achando que será mais fácil repassá-lo".

"Mas há algumas mudanças surgindo por aí. A cor vermelha, por exemplo, é muito procurada por mulheres. É por isso que vamos fazer cada vez mais ações como a que fizemos com a Hyundai para usar o potencial que temos em mãos", concluiu Aquino.