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Morre Sergio Marchionne, executivo responsável por "salvar" a Fiat

Sergio Marchionne, presidente da Ferrari, falou sobre a expansão da Fórmula 1 na América - AFP PHOTO / Marco BERTORELLO
Sergio Marchionne, presidente da Ferrari, falou sobre a expansão da Fórmula 1 na América
Imagem: AFP PHOTO / Marco BERTORELLO

Do UOL, em São Paulo (SP), com AFP e ANSA

25/07/2018 08h52

Ex-diretor-executivo do grupo FCA vinha internado em estado "irreversível" há algumas semanas

Sergio Marchionne, o empresário ítalo-canadense que dirigiu a FCA (Fiat Chrysler Automobiles) por 14 anos, morreu na manhã desta quarta-feira (25). O anúncio foi feito pelo Exor, grupo empresarial da família Agnelli (sócia da fabricante automotiva.

"Com grande tristeza, Exor soube da morte de Sergio Marchionne", informou o grupo em um comunicado.

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Marchionne tinha 66 anos e estava internado em estado grave no Hosítal Universitário de Zurique (Suíça) há algumas semanas. A causa de sua morte ainda não foi explicada. O hospital mantém silêncio sobre os últimos momentos de vida do executivo. Contatada pela agência "ANSA", a clínica disse que não pode dar nenhum tipo de informação.

Parte da imprensa europeia afirma que o executivo estava sofrendo de um sarcoma (tumor maligno) no ombro direito, e teria sofrido complicações durante a cirurgia para retirada do nódulo. Também havia boatos de que ele sofria de câncer no pulmão. 

No último sábado (21), a FCA anunciou oficialmente que o então presidente seria destituído do cargo porque suas condições de saúde eram "irreversíveis". Ele se aposentaria em 2019, mas a montadora teve de se apressar em fazer a transição, elegendo o britânico Mike Manley como substituto. O então presidente-executivo deveria se aposentar em 2019.

Vida de liderança

Figura de personalidade excêntrica, Marchionne e tido como "salvador' da Fiat, o sempre informal Marchionne nasceu em 17 de junho de 1952, em Chieti (Itália). Trabalhava no grupo desde 2004, mantendo cargos de presidente também da CNH Industrial e da Ferrari, ambas controladas pela família Agnelli, assim como a FCA.

Durante seu período de liderança, teve como grande desafio sanear as contas e dar lógica à confusa estratégia de operações da marca italiana ao redor do mundo. Isso incluiu o Brasil, país mais importante mercadologicamente para a marca italiana.

Em 2014 liderou a aquisição do grupo Chrysler, criando a FCA. Seu principal legado à frente da Fiat-Chrysler foi revigorar a marca Jeep e torná-la a "galinha dos ovos de ouro" do conglomerado.

Sua última medida como executivo foi anunciar um amplo plano global de lançamentos e eletrificação global para as principais marcas da multinacional, incluindo projetos de Jeep, Fiat e RAM que impactarão diretamente o mercado brasileiro.

Itália em luto

Repercussões: Membros do governo italiano fizeram um minuto de silêncio com a notícia do falecimento. "Expresso minhas condolências e as de todo o governo pela morte de Sergio Marchionne. Meus sentimentos à sua família e a todos os queridos", lamentou, em uma nota, o primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte.

"Obrigado pelo trabalho, empenho e resultados. E pelo orgulho italiano levado ao mundo", disse, por sua vez, o ex-premier Paolo Gentiloni, no Twitter.

"A sua visão sempre tentou olhar além do horizonte e imaginar como a inovação e a qualidade poderiam contribuir para o futuro. Marchionne soube testemunhar, como líder disso tudo, mostrando ao mundo as capacidades e a criatividade do nosso país", afirmou o presidente italiano, Sergio Mattarella.

"Aconteceu, infelizmente, aquilo que temíamos. Sergio, um homem e amigo, foi embora. Acredito que a melhor maneira de honrar sua memória seja seguir o exemplo que ele nos deixou: cultivar os valores de humanidade, responsabilidade e abertura mental da qual sempre foi o mais convicto promotor", ressaltou John Elkann, presidente do fundo Exor.