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Toyota C-HR nasce em 2016 para encarar o Honda HR-V

Eugênio Augusto Brito

Do UOL, em Frankfurt (Alemanha)

16/09/2015 12h27Atualizada em 31/10/2016 18h14

A Toyota usou o Salão de Frankfurt para mandar um recado à Honda: a vida do HR-V, SUV que já assumiu a liderança do segmento no Brasil, pode não ser mais tão fácil. A fabricante mostra na Alemanha a segunda geração do conceito C-HR, nascido no Salão de Paris do ano, e que agora está bem bastante próxima da versão de produção. O SUV real será apresentado à imprensa e ao público em março de 2016, durante o Salão de Genebra, e chegará às lojas de todo o mundo em 2017.

O desenho, desenvolvido pelo departamento de design na França, está alinhado ao de outros modelos da marca vendidos na Europa -- o que é bom, porque a identidade visual da Toyota no Velho Continente é muito mais bem resolvida e harmoniosa do que em outros mercados, incluindo o Brasil -- basta lembrar do sedã Etios.

Em vários aspectos, porém, a fabricante não conseguiu esconder a influência direta do HR-V no projeto. Além do nome parecido -- executivos desconversam e afirmam que a única intenção era reproduzir a sigla Concept Hybrid Recreational (Conceito Híbrido Recreativo) --, as portas traseiras, que enfim surgiram nesta segunda fase conceitual, também possuem maçanetas escondidas, assim como o rival da Honda.

Similares, mas nem tanto

Para fugir dessas comparações, a montadora apelou à sutileza de chamar seu protótipo de "crossover", e não utilitário-esportivo. Os próprios diretores, contudo, já deixaram escapar que o modelo, posicionado abaixo do RAV4, será feito para "brigar no mercado de SUVs compactos". Não precisava ser mais claro.

Atentou-se ao uso do termo "híbrido" no nome? Ele não está ali em vão: embora a informação não seja confirmada, é bem provável que a configuração definitiva receba motorização que use energia a combustão e elétrica em mercados como Europa, Japão e grandes centros dos Estados Unidos. Para os demais, acrescentando aí o Brasil, restarão motores convencionais.

Claro que ainda há exageros típicos de um conceito no C-HR, como o porte extremamente musculoso e as enormes rodas de 21 polegadas. A plataforma será a novíssima (e global) TNGA, mais leve e moderna, e que fará sua estreia com o híbrido Prius. 

Prius: traseira de carro do Jaspion

Se o C-HR Concept foi uma grata surpresa, a nova geração do Prius já era presença esperada em Frankfurt. Com chances de ser fabricado no Brasil em 2018, o modelo apareceu no salão alemão ostentando um visual controverso, bastante inspirado no recém-lançado Mirai.

Em meio a traços tão arrojados, a dianteira, cheia de elementos triangulares que "apontam" para o motorista, até agrada, enquanto a traseira mais parece a de veículos de heróis japoneses dos anos 80: vidro traseiro posicionado de forma quase horizontal, tampa do porta-malas bastante elevada e lanternas alongadas. A tendência poderá ser vista em outros modelos orientais como a futura geração do Civic, recentemente flagrada nos Estados Unidos,

Por dentro, a evolução é visível e sem contestações: o espaço interno maior e acabamento muito mais bem feito. Tecnologicamente, o Prius também avançou muito: sensores de detecção de pedestres, de distância para outros carros, piloto automático adaptativo, sistema anticolisão, assistente de estacionamento inteligente, conjunto óptico com LED e até um carregador de celular interno sem fio, por indução, tornam a nova geração bem mais segura e confortável do que a atual. 

As vendas no Japão começam a partir de novembro, após apresentação oficial no Salão de Tóquio. Por enquanto a Toyota não abre informações sobre o motor a combustão, mas espera-se a manutenção do atual 1.8, recalibrado para entregar mais potência. 

* Viagem a convite da Anfavea