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Novo Honda Civic Si chega ao Brasil em 2018 para enfrentar VW Golf GTI

Eugênio Augusto Brito

Do UOL, em Tóquio (Japão)

23/10/2017 08h51

Quem gosta de carro esportivo pode esperar por um 2018 ainda mais interessante do que foi 2017: a Honda confirmou nesta segunda-feira (23), aqui no Japão, que a nova geração do Civic Si, agora derivado da décima geração do Civic, chegará ao Brasil no primeiro semestre de 2018.

Esse anúncio confirma informação obtida por UOL Carros de que o novo Civic Si estava nos planos da marca para o país.

Revelado discretamente no Salão de Detroit, em janeiro, e lançado globalmente em abril, o novo Si tem configurações sedã (quatro portas) e cupê (duas) na América do Norte. Apenas o cupê chega ao Brasil, importado do Canadá, como já ocorria com a geração anterior.

Preços ainda não estão definidos, mas o novo Civic Si ficará em patamar um pouco superior ao do rival Volkswagen GTI -- este custa pouco mais de R$ 130 mil, usa câmbio DSG (automatizado), vai receber atualizações na virada do ano e tem a vantagem de ser fabricado no Brasil, enquanto o Honda vai orbitar a casa dos R$ 150 mil. Mais caro (por conta do ônus da importação), ligeiramente mais contido, mas ainda assim uma alternativa ao modelo da Volks.

Como ele é

Este novo Si é feito na fábrica da marca em Ontário, no Canadá. O motor é produzido em Anna, Ohio, nos EUA: trata-se do quatro-cilindros 1.5 turbo com injeção direta e duplo comando variável de válvulas no cabeçote (dual-VTC), da mesma família EarthDream usado no Civic Touring brasileiro, porém recalibrado para render maior potência e torque.

Combinado com uma transmissão manual de seis velocidades (no carro "civil", o câmbio é CVT), pode entregar 208 cavalos e 26,5 kgfm de torque, que aparece logo às 2.300 rpm e permanece por inteiro durante 70% da faixa de rotação do motor. Para efeito de comparação, o atual Civic Si usa motor 2.4 aspirado de 206 cv e 23,9 kgfm de torque a 4.400 rpm (o câmbio também é manual de seis marchas).

Essa caixa manual de seis marchas é bastante precisa e permite trocas lisas, permitindo que o Civic Si ande sempre no limite, sem sair do seu controle. É uma sensação gostosa, desafiante, que nem todo esportivo permite atualmente.

Além disso, o novo Si é mais leve que o da antiga geração e com carroceria mais rígida, incluindo componentes de chassi e de direção aprimorados. UOL Carros testou o modelo na pista de Sodegaura, distante pouco mais de uma hora de Tóquio, e pode afirmar: ele anda mais, faz mais curva e é mais na mão que o modelo anterior. 

Honda Civic Si 2017 lado - Divulgação - Divulgação
Novo Si ficou mais curto, mas mais espaçoso e próximo ao solo que o modelo anterior
Imagem: Divulgação

A direção elétrica tem relação variável e a suspensão, acerto esportivo. O carro tem uma pegada nem leve, nem pesada demais, os amortecedores são adaptativos e sustentam o carro de forma exemplar, ao menos no asfalto liso do circuito, enquanto o diferencial com deslizamento limitado ajuda no comportamento exemplar da carroceria quando se exige com vontade do modelo em curvas. 

Em complemento ao conjunto mais esportivo, a suspensão recebeu molas mais firmes, barras estabilizadoras mais rígidas, buchas sólidas e braços de controle ultrarígidos na dianteira, seguindo a receita do monstro Type R.

Para quem se liga menos em dados técnicos e mais em aparecer, o novo Civic Si tem friso frontal preto diferente daquele visto nas versões "comuns", tomadas de ar mais largas, além de lindas e largas rodas aro 18. De quebra, há um escapamento central cromado em formato poligonal, defletores de ar na base no para-choque mais largo e um grande aerofólio traseiro. 

Atrai olhares indo e vindo.

Sò o interior poderia ser mais chamativo -- a Honda guarda isso para o Type R. Há uma costura diferente um um logotipo da versão aqui e ali, além de detalhes em vermelho no painel de instrumentos, mas poderia haver uma diferenciação mais madura do que é ser esportivo, como no Golf.

Claro, o pomo da alavanca de câmbio e pedaleiras, de alumínio, cumprem um pouco essa função. 

Quem quer aparecer, mas também rodar lindamente na cidade vai gostar do fato do modelo estar menos abrutalhado nessa geração: há freio de estacionamento eletrônico, sensor de chuva e até mesmo ar-condicionado digital, além de sistema multimídia com tela tátil de sete polegadas e sistemas Apple CarPlay e AndroidAuto.

* Viagem a convite da Anfavea