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Renault Sandero treina no RS para ser esportivo que Mégane não será

Trivial é uma coisa que um Sandero RS jamais será; resta saber como se comportará - UOL
Trivial é uma coisa que um Sandero RS jamais será; resta saber como se comportará Imagem: UOL

Eugênio Augusto Brito<br>Leonardo Felix

Do UOL, em São Paulo (SP)

27/04/2015 15h46

Voltas à frente dos rivais, UOL Carros havia cravado no começo de abril: com dificuldades cambiais atrapalhando o tempo de chegada do Mégane RS, a Renault do Brasil estava decidida a apostar tudo em uma solução caseira, um Sandero esportivo. Mês inacabado e temos agora a confirmação de que o carro já treina, meio camuflado, meio exibicionista, graças ao clique de um internauta que pediu para não ser identificado.

Nem precisa se esconder: com placa da divisão Renault Sport, o Sandero RS fez questão de aparecer para o público que compareceu ao autódromo Velopark de Nova Santa Rita, na região metropolitana de Porto Alegre (RS). O local recebeu etapa do Campeonato Brasileiro de Marcas, curiosamente vencida por um carro da equipe (um Fluence). 

Esportivo bom é aquele que vai para a pista? Se a resposta for sim, o Sandero RS já tem "vantagem" sobre o Mégane, que apareceu em salão do automóvel, fez testes e mais testes com a imprensa especializada local... e rodou no momento crucial da prova: caro demais, com preço que poderia passar fácil dos R$ 150 mil, nunca chegará às lojas brasileiras. Infelizmente.

Sandero 1.6 Dynamique - Murilo Góes/UOL - Murilo Góes/UOL
Sandero 1.6 completo comum tem rodas aro 15 e suspensões que o deixam "altinho"
Imagem: Murilo Góes/UOL

Com o Sandero, a Renault local espera ter maior controle da situação -- leia-se: preço mais atrativo. Segundo informações obtidas por UOL Carros, a concepção foi brasileira, mas sob supervisão pesada da Renault Sport francesa. Apesar da camuflagem do carro que foi à pista gaúcha, é possível notar reforços interessantes: para-choque e grade frontais, saias laterais, além de spoiler e para-choque traseiro com defletor mostram maior identidade esportiva.

É possível notar ainda que a base do carro está mais próxima ao asfalto, por conta do acerto de carroceria e suspensão da Renault Sport. Rodas e luzes diurnas em LED parecem ter sido emprestadas do próprio Mégane RS. Há um único escape traseiro, com saída dupla, que vai aliviar o motor Hi-Power 2.0 flex de 143/148 cv e 20,2/20,9 kgfm (gasolina/etanol), o mesmo usado no Duster 2016 e que terá o comando do câmbio manual de seis marchas. No carro normal mais potente, são 106 cv/15,5 kgfm extraídos do motor 1.6.

Gostaríamos de ver uma configuração acupezada, com peso aliviado e motor turbo. Neste quesito, o hatch é normal: aspirado e com quatro portas.

Corre quando?

Ainda segundo nossas informações, o carro está praticamente pronto e deve ser revalado durante o Salão do Automóvel de Buenos Aires, que começa em 19 de junho e terá cobertura completa de UOL Carros, chegando às lojas em meados do segundo semestre. É uma estratégia conhecida da Renault, aliás: em 2013, a marca usou o mesmo evento para mostrar pela primeira vez a versão brasileira da atual geração do sedã Logan, que deixava então de ser patinho feio.

Desta vez, a missão da marca será convencer o brasileiro de que a troca do hatch médio esportivo europeu por uma solução compacta caseira faz sentido, tanto do em termos de imagem, quanto de performance. Do ponto de vista dos concorrentes, será uma competição curiosa: teoricamente, não há rivais diretos entre os carros pequenos, já que as marcas apostam apenas em esportivados (mudanças apenas visuais) na categoria; entre os médios, porém, todos -- de Mini Cooper S e Audi A1 Sport a Volkswagen Golf GTI e Honda Civic, para citar alguns dos mais conhecidos -- são importados e trazem na bagagem cavalos, quilos de torque, eletrônica e segurança para deixarem um Sandero nas últimas filas, ainda que a sigla RS brilhe no emblema.

Se você fotografar ou filmar um carro diferente e/ou camuflado, envie para UOL Carros, com seu nome completo, RG e/ou CPF, telefone, cidade de residência e local do flagra. A critério da Redação, elas podem ser publicadas, sempre com o devido crédito ao autor. Não há remuneração.

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