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Renault espera "cenário melhor" para trazer Captur ao Brasil

Leonardo Felix

Colaboração para o UOL, em Paris (França)

02/10/2014 10h41

Os testes de desempenho e adequação à realidade brasileira já estão concluídos. A homologação em solo nacional também foi concedida. Se a Renault quisesse, portanto, poderia começar hoje mesmo a vender o SUV Captur no país.

Ainda assim, a marca francesa espera. Segundo fonte consultada por UOL Carros durante a apresentação da montadora no Salão de Paris 2014 (França), o atual cenário político e econômico não favorece a importação do modelo.

Renault Captur flagra - Carlos Alberto Rodrigues Dias/UOL - Carlos Alberto Rodrigues Dias/UOL
Renault Captur foi visto em testes no Brasil, mas Renault quer lançá-lo na hora certa
Imagem: Carlos Alberto Rodrigues Dias/UOL
É verdade que a retração nas vendas  pouco atinge o segmento premium -- é neste grupo que a Renault pretende posicionar o modelo, em um patamar acima do Duster. É por isso, inclusive, que a versão mais cotada para vir é a de topo de gama, com motor 1.2 turbo de 120 cv e câmbio automatizado de dupla embreagem.

ELEIÇÕES ATRAPALHAM
No entanto, a indefinição sobre quem assumirá a Presidência da República em 1º de janeiro (e as consequências que o resultado da eleição podem gerar no mercado), mais a recente desvalorização do real em relação ao euro (cada euro está custando mais de R$ 3,10) fizeram a fabricante adiar os planos, pelo menos até meados do ano que vem.

"Não adianta trazer o carro agora, com uma faixa alta de preço, e fazer dele um fracasso. Ao contrário do Mégane RS (que a Renault passará a importar da Espanha até dezembro), que é voltado a um público específico, este é um modelo de volume, e mantê-lo com vendas fracas não seria boa estratégia", explicou.

Em outras palavras: queimar o filme do Captur implicaria atrapalhar os planos de, num futuro não distante, nacionalizar sua produção, projeto que requer certeza de que o jipinho é bom de loja.

CLIO IV É CERTEZA... QUE NÃO
Outro modelo especulado para o Brasil é a quarta geração do Clio (já que continuamos a receber a geração anterior, apenas com atualizações, vinda da Argentina). Entretanto, segundo o mesmo informante, o compacto não está nos planos da divisão nacional, porque se tornaria concorrente do Sandero, locomotiva das vendas da marca no país.
Clio 4 no Salão de Paris 2014 - Leonardo Felix/UOL - Leonardo Felix/UOL
Novo Clio, embora belo, não virá ao Brasil enquanto o Sandero roubar seu mercado
Imagem: Leonardo Felix/UOL
SANDERO STEPWAY E FLUENCE NO SALÃO
A fonte também adiantou que as duas principais atrações de seu estande devem mesmo ser o novo Sandero Stepway, acompanhando a profunda reestilização que o compacto recebeu recentemente, e o novo Fluence, conforme UOL Carros havia antecipado. Quanto ao primeiro, ainda não está confirmado qual será o trem-de-força; já o sedã manterá o motor 2.0 (de 143 cv e 20,3 kgfm), bem como as transmissões manual ou CVT, de seis velocidades.

A fonte também negou que o novo Duster estará presente no evento.

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