Renault Captur vai ganhar espaço quando tiver câmbio CVT, em três meses
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Na onda da "suvinização", aposta da Renault tem ao menos seis rivais
A suvinização, neologismo para a crescente aceitação de modelos do tipo SUV ou mesmo de crossovers inspirados neles, continua sacudindo o mercado brasileiro. De pouco adianta argumentar que são veículos pesados, gastam mais combustível, têm menor desempenho e centro de gravidade desfavorável.
As projeções, no entanto, apontam crescimento, nos próximos três anos, de 15% para 20% na preferência do consumidor. E o fenômeno se repete até na Europa, onde alcançaram 25% das vendas totais.
Renault resolveu apostar duplamente nesse segmento: primeiro com o Duster, de desenho mais rústico, e agora com o inédito Captur, ambos partilhando a plataforma mecânica. O segundo foi desenvolvido no Brasil e seu estilo vai inspirar a atualização do homônimo francês (menor e derivado do Clio IV) já neste ano.
Captur tem linhas suaves, atuais e dispensou o indefectível rack de teto. Há luzes diurnas em LED. Opcional de R$ 1.400, a pintura em duas tonalidades é uma aposta do fabricante, que prevê procura superior a 80%.
A versão de entrada Zen (R$ 78.990) recebeu o novo motor SCe de 1,6 litro e 120 cv (etanol), com 2 cv a mais do que outros Renault. Câmbio automático do tipo CVT será opcional daqui a três meses, confirmando aposta feita por UOL Carros em 2015.
Com câmbio manual de cinco marchas tem desempenho aceitável, porém menos ágil que o Duster, 60 kg mais leve. Essa diferença é perceptível tanto em cidade quanto em estrada, apesar de o fabricante ter tentado compensar com relação de quinta marcha mais curta. Internamente é espaçoso graças à distância entre eixos de 2,67 m.
A versão mais cara (R$ 88.490) oferece para os novos bancos mais anatômicos um revestimento parcial em couro. São pormenores desse tipo que ajudam a mantê-lo acessível, nem sempre fácil de perceber. Pelo menos oferece rodas de liga leve de 17 polegadas que ajudam o compor bem o seu perfil. Dispõe do motor de 2 litros, com 148 cv (etanol) e apenas câmbio automático convencional de quatro marchas.
Mesmo sendo um projeto antigo, houve nítida evolução tanto em uso normal, quanto no modo de seleção manual. Conjunto motriz, de fato, não é o melhor do segmento, sem chegar a decepcionar.
Certas características do novo modelo -- vão livre, 21 cm; ângulos de entrada e saída, 23° e 31°, respectivamente -- sugerem um visual para agradar quem aprecia posição elevada ao volante. O interior tem projeto atualizado, plásticos bons só na versão de topo Intense e novo quadro de instrumentos (velocímetro digital).
Mas o volante só dispõe de regulagem de altura e continua a cair pesadamente ao ser destravado. Alguns botões no assoalho são de acesso e visualização ruins. Porta-malas de 437 litros está entre os melhores do segmento (Duster, 475 litros, mas acesso é menos fácil).
SUV de linhas atraentes a preço competitivo, o Captur deve conquistar espaço logo que disponibilizar todas as opções. Terá de enfrentar, pelo menos, seis rivais diretos: Hyundai Creta, Suzuki Vitara, Jeep Renegade, Honda HR-V, Nissan Kicks e Chevrolet Tracker, entre outros.
Jeep Compass, de entrada, seria o sétimo competidor pelo critério puramente monetário. E ainda sem contar o novo EcoSport, que promete endurecer o jogo, a partir de junho próximo.
Roda Viva
+ Por apenas 25.000 unidades o Brasil não caiu para décima colocação no ranking mundial de vendas de automóveis e comerciais leves. Ficou em nono, em 2016, com o Canadá logo atrás. Se acrescentados caminhões e ônibus, a classificação sobe para oitavo. Ainda assim distante da quarta colocação que já ocupou antes da atual crise iniciada em 2013.
+ Hyundai Creta, na versão de topo Prestige 2 litros (166 cv com etanol), deixa boas impressões quanto à dirigibilidade, espaço interno e bom porta-malas de 431 litros. Banco do motorista tem providencial ventilação no assento para dias de calor. Consumo, principalmente em cidade, é alto. Pacote de segurança inclui controle de estabilidade (ESC) e bolsas de ar laterais.
+ Aplicativo para telefones, de início Android e depois iOS, facilita avaliação de carro usado no ato da compra. Com sugestivo nome "Auto Vistoria Evita Mico", permite identificar sinais de adulteração. Gratuito para avaliação interna e externa do veículo; R$ 59 para cruzar seu histórico e analisar ruído de motor (usando microfone do aparelho).
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