Eletrovia Rio-SP: 182 pontos
Melhor projeto de Mobilidade do ano
2018 foi o ano da "virada de chave" para o Brasil. Até então, falar de eletrificação, condução autônoma e compartilhamento de veículos era pedir para ver sobrancelhas erguidas e ouvir piadas pesadas. Agora, já é possível planejar sua viagem a bordo de veículos híbridos plug-in e elétricos entre cidades, sem medo nenhum de passar vergonha.
Soluções planejadas foram anunciadas no país. O Salão do Automóvel de São Paulo foi marcado por apresentações concretas, com datas de chegada e valores de carros e também infraestrutura. E mesmo do evento houve movimentação do governo, com definições importantes (regulamentação do serviço de recarga e tabela de IPI incluindo modelos eletrificados), bem como de fabricantes, com projetos.
O principal, pelo porte pela velocidade de operação, foi o da chamada Eletrovia Rio-São Paulo, vencedora da categoria "Mobilidade" do Prêmio UOL Carros 2018, criada especialmente para ressaltar este momento. Foram 182 pontos, na soma das notas totais dadas pelos jurados.
A Eletrovia Rio-SP liga as duas principais cidades do país, com as duas maiores frotas, pelo principal corredor viário. Parceria entre BMW, EDP e Postos Ipiranga. A portuguesa EDP é responsável pelos carregadores instalados em seis unidades dos Postos Ipiranga, cobrindo os cerca de 430 km entre as duas capitais, três em cada sentido da rodovia Presidente Dutra.
Cada posto tem um totem de 50 kW com três tipos diferentes de conectores, capaz de carregar até dois veículos simultaneamente e completar 80% da capacidade de uma bateria de 225 kW em cerca de 25 minutos -- é o caso do i3, da própria BMW.
Planejado desde o final de 2015, o projeto da eletrovia custou R$ 1 milhão e foi alardeado como "maior eletrovia da América Latina", superando os 310 km que conectam as cidades de Montevidéu a Rocha, no Uruguai.
Na fase inicial, é possível ir de São Paulo ao Rio sem gastar nada em "combustível", já que a recarga é oferecida gratuitamente. A ideia, porém, é organizar dados e frequência de uso e, com o tempo, ampliar a capacidade e iniciar a cobrança pelo serviço, como ocorre no exterior.