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Dieselgate: Bosch aceita pagar multa de US$ 100 mi por fraude em motores

Fabricantes como VW e Porsche já pagaram multas milionárias por manipulação em testes de homologação - Renato Stockler/Folhapress
Fabricantes como VW e Porsche já pagaram multas milionárias por manipulação em testes de homologação
Imagem: Renato Stockler/Folhapress

Tassilo Hummel

De Berlim (Alemanha)

23/05/2019 11h36

Resumo da notícia

  • Maior fornecedora de autopeças concordou e não vai recorrer
  • Bosch forneceu software ilegal em 17 milhões de veículos, diz acusação
  • Testes mascaravam poluição real de motores diesel

A fornecedora automotiva Bosch concordou em pagar uma multa de 90 milhões de euros (US$ 100,21 milhões ou R$ 406,65 milhões) por falhas nas funções de supervisão que permitiram às montadoras fraudarem testes de emissões de poluentes. A informação partiu de promotores alemães na cidade alemã de Stuttgart.

O escândalo de fraude nas emissões de diesel da indústria automobilística, no qual montadoras usaram software adulterado para mascarar os níveis reais de poluição durante testes para homologação, foi possível com a ajuda da tecnologia da Bosch -- disseram os promotores.

A Bosch, de capital fechado, é o maior fornecedor automotivo do mundo e entregou cerca de 17 milhões de dispositivos técnicos equipados com o referido software de gerenciamento de motores, disseram os promotores em comunicado.

A Bosch aceitou a multa e não recorrerá da decisão, acrescentaram.

Os promotores impuseram uma multa de 2 milhões de euros (US$ 2,23 milhões) por um "delito regulamentar" e mais 88 milhões de euros (US$ 98 milhões) para penalizar "benefícios econômicos", disse hoje (23) a Bosch em comunicado.

A Volkswagen usou os elementos de software da Bosch para ajudar a mascarar a poluição ilegal em veículos da marca com motor a diesel. O software de gerenciamento do motor foi usado para medir o ângulo do volante para avaliar se o carro estava em uma bancada de testes.

A VW arcou com o ônus das multas e multas por fraude de emissões, já que as montadoras, em vez de fornecedores, são responsáveis por certificar que os carros atendem às regras do ar limpo.