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Brasil já tem colheitadeira conectada, mas esbarra em internet deficiente

Colheitadeiras já podem ser ajustadas durante operação na lavoura de forma remota - Alessandro Reis/UOL
Colheitadeiras já podem ser ajustadas durante operação na lavoura de forma remota Imagem: Alessandro Reis/UOL

Marcelo Teixeira

De São Paulo (SP)

21/05/2019 10h16

Resumo da notícia

  • Menos de 10% das fazendas brasileiras são conectadas, diz TIM
  • Equipamentos agrícolas podem ser ajustados durante operação
  • John Deere oferece antena 4G em áreas rurais
  • Nos EUA, 100% da população têm acesso a banda larga

A falta de conexão de internet, um antigo obstáculo nas áreas rurais do Brasil, tornou-se crítica à medida que mais e mais equipamentos agrícolas chegam ao mercado com capacidades tecnológicas que só podem ser totalmente utilizadas com a conectividade.

A agricultura brasileira cresceu a um ritmo veloz na última década, colocando o país entre os principais produtores de alimentos do mundo, mas alguns empecilhos permanecem, como a cobertura de internet.

De acordo com uma estimativa da TIM Participações, atualmente menos de 10% das fazendas brasileiras são conectadas. Para comparação, nos Estados Unidos basicamente 100% da população tem acesso à internet por banda larga.

Problema estrutural

"Esse é um problema estrutural que temos no Brasil e que precisamos resolver", disse Christian González, vice-presidente para a América do Sul da Case IH, divisão de máquinas agrícolas da CNH Industrial.

Ele afirma que as máquinas modernas, como plantadoras e colheitadeiras, podem ser ajustadas a todo momento durante as operações em busca de maior eficiência, algo que só pode ser realizado quando estão conectadas a uma sala de operações.

A fabricante de maquinário norte-americana John Deere se mostrou à frente nesse segmento quando lançou, no ano passado, um serviço de internet junto ao fornecedor de telecomunicações Tropico, oferecendo-se para instalar antenas 4G nas fazendas para conectar máquinas e veículos.

Outras avançaram ao mercado neste ano, incluindo as empresas telefônicas Oi e TIM. Fornecedoras de produtos agrícolas, como AGCO, Case, Bayer e Trimble, uniram forças para desenvolver uma plataforma de código aberto que opere conexão de internet 4G, o programa ConectarAgro.

"A falta de internet obviamente coloca os agricultores brasileiros em uma posição complicada, isso pode prejudicar o avanço de sua competitividade", disse Rafael Marques, diretor da TIM, que também participa do ConectarAgro. A empresa firmou recentemente contratos para fornecer internet 4G a dois grandes grupos agrícolas no Brasil, SLC Agrícola e Adecoagro.

"O agricultor deseja utilizar aplicativos no campo, ele quer enviar um vídeo para seu agrônomo quando encontrar um potencial problema na plantação, eles querem estar online", disse Marques.

Em fazendas sem internet, as máquinas precisam, por exemplo, de coordenadas inseridas manualmente para plantios guiados por GPS, o que leva funcionários a andarem carregando dezenas de pen-drives.

A TIM planeja alcançar 5 milhões de hectares de fazendas cobertos por internet até o final deste ano. O Brasil possui cerca de 65 milhões de hectares de cultivos de grãos e oleaginosas.

Rival da TIM, a Oi fechou um acordo para fornecer internet para uma das fazendas controladas pela produtora e trading Amaggi, levando a conexão para a fazenda Tucunaré, de 87 mil hectares, no Estado de Mato Grosso.

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