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FCA convoca 4,8 milhões de carros com controle de cruzeiro travado

Dodge Journey -- e também o primo Fiat Freemont -- estão entre modelos afetados - Divulgação
Dodge Journey -- e também o primo Fiat Freemont -- estão entre modelos afetados
Imagem: Divulgação

David Shepardson

25/05/2018 11h37

Falha impede carros de pararem e afeta modelos de EUA, Canadá e México -- ainda não há informações sobre o Brasil

A Fiat Chrysler Automobiles anunciou nesta sexta-feira (25) o recall de 4,8 milhões de veículos nos Estados Unidos devido a um defeito que pode impedir que os motoristas desativem o controle de cruzeiro. A empresa alerta os proprietários a não usarem a função até obter atualizações de software.

A montadora disse que nenhum acidente ou mesmo ferimento foi relacionado ao defeito até o momento, mas disse que tem o relato de um motorista de um Dodge  Journey 2017 alugado, que foi incapaz de desativar o controle de cruzeiro.

O recall envolve um grupo de veículos movidos a gasolina com transmissões automáticas de vários anos/modelos, de 2014 até 2019. A maioria dos veículos que estão sendo recolhidos cobrem os anos/modelos 2014 a 2018.

Entre os veículos que estão sendo recolhidos estão o Chrysler 200, o Chrysler 300, a Chrysler Pacifica, o Dodge Charger, o Dodge Challenger, o Dodge Durango, o Jeep Cherokee, o Jeep Grand Cherokee, o Jeep Wrangler e as picapes Ram 1500, 2500 e 3500, além dos caminhões leves 4500 e 5500.

A empresa informou que o recall também envolve um total não especificado de veículos no Canadá, México e outros mercados, incluindo unidades do Fiat Fremont construídos na mesma plataforma do Dodge Journey. A Fiat Chrysler disse que descobriu a questão por meio de testes que seus engenheiros realizaram.

"Não obstante as circunstâncias extraordinárias que devem existir antes que um cliente enfrente o problema, estamos tomando essa medida porque estamos totalmente comprometidos com a segurança dos veículos", disse Mark Chernoby, diretor técnico de conformidade da Fiat Chrysler, em comunicado.

"Temos solução e uma ampla rede de revendedores engajados para prestar serviços. Nós pedimos que os clientes sigam as instruções do anúncio de recall."

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A falha

A Fiat Chrysler, que em 2015 foi atingida com multas totalizando US$ 175 milhões por falhas de segurança, não informou quanto custaria este recall.

O recall aborda o que a fabricante chamou de uma série "extremamente rara" de eventos que poderia levar os motoristas a não conseguirem cancelar o controle de cruzeiro.

A NHTSA (a administração segurança viária americana) afirmou que "encoraja veementemente os proprietários de veículos a seguirem uma advertência" para que parem de usar o controle de cruzeiro nos veículos recolhidos até serem consertados. Ainda segundo a agência, motoristas poderiam retomar o controle do sistema aplicando frenagem com força total até que o veículo parasse.

A Fiat Chrysler também disse que o veículo poderia ser parado mudando o câmbio para neutro e freando o veículo. Depois disso, os veículos podem ser colocados em "P" uma vez parado, momento em que o controle de cruzeiro é cancelado.

Fiat Chrysler observou ainda que, às vezes, os sistemas de controle de cruzeiro iniciam automaticamente a aceleração para ajudar os veículos a manter as velocidades selecionadas pelo motorista, inclusive ao subir ladeiras. Se uma aceleração ocorrer simultaneamente com um curto-circuito em uma rede elétrica específica, o sistema poderá não conseguir desativar a função.

Esse anúncio chega no movimentado final de semana do "Memorial Day", que tradicionalmente dá início à temporada de verão nos EUA.

Os reparos são gratuitos e os clientes serão afetados já poderão agendar reparos na próxima semana.

Prejuízo após falhas

A Fiat Chrysler prometeu melhorar os procedimentos de segurança depois que a NHTSA, em 2015, impôs US$ 175 milhões em penalidades civis por falhas de segurança.

Em julho de 2015, a Fiat Chrysler concordou com um acordo de US$ 105 milhões por maltratar quase duas dúzias de campanhas de recall cobrindo 11 milhões de veículos. A empresa concordou com um contrato de consentimento de três anos e o monitoramento do ex-secretário de Transportes Rodney Slater.

Além disso, foi multada em US$ 70 milhões por reguladores norte-americanos em 2015 por falhar em relatar mortes e acidentes em acidentes de veículos desde 2003.

Em 2015, a Fiat Chrysler registrou uma despesa de 602 milhões de euros (US$ 705 milhões) após os impostos, principalmente para os futuros custos de recall estimados.