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Audi admite nova fraude em pelo menos 60 mil carros a diesel

Audi A6 (foto) e A7 com motores V6 3.0 a diesel têm software que manipula resultado de emissões - Divulgação
Audi A6 (foto) e A7 com motores V6 3.0 a diesel têm software que manipula resultado de emissões
Imagem: Divulgação

Andreas Cremer e Irene Preisinger

Berlim e Munique (Alemanha)

08/05/2018 17h08

Número total de veículos equipados com software ilegal pode passar de 900 mil

A Audi anunciou nesta terça-feira (8) a descoberta de problemas de emissões de poluentes em pelo menos 60 mil carros.

A marca suspendeu as entregas dos modelos A6 e A7 com uma determinada motorização a diesel após detectar um problema desconhecido ligado às emissões de poluentes -- a marca não revelou qual é exatamente a motorização e nem o tipo de problema encontrado.

Fontes ligadas ao caso indicam que 60 mil unidades vão precisar passar por uma atualização de software. Se isso acontecer, o número de veículos Audi envolvidos no escândalo de motores a diesel conhecido como "dieselgate" pode passar de 900 mil.

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Em 2015, o Grupo Volkswagen admitiu ter equipado mais de 11 milhões de carros com um software que burla testes de emissões de poluentes realizados em laboratório, de forma que os veículos consigam mostrar números bem melhores do que a realidade.

Dos 600 mil veículos equipados com o software ilegal, a Volks já fiz ter comprado de volta 350 mil deles. Estes carros, inclusive, estão parados em terrenos gigantescos transformados em estacionamentos improvisados.

Ao mesmo tempo em que paga multas bilionárias pelo escândalo, a VW tenta deixar seu passado para trás anunciando uma ousada ofensiva de veículos elétricos. A marca planeja lançar 80 modelos "verdes" até 2025, sendo 50 totalmente elétricos e outros 30 híbridos.

O anúncio da Audi veio à tona um dia antes da realização de seu encontro anual com acionistas, no qual pretendia concentrar seus esforços nos planos de lançar novos carros elétricos.

O ministro do transporte da Alemanha já havia mencionado que a Audi estava sob suspeita do governo alemão. "A Agência Federal de Veículos a Motor (KBA) convocou representantes da Audi a depor sobre a suspeita de que os modelos A6 e A7 com motor 3.0 V6 TDI tenham um dispositivo ilegal", afirmou.

A revista alemã "Der Spiegel" foi a primeira a noticiar que a Audi havia descoberto o problema. A Porsche, outra marca controlada pela VW, também já havia sofrido com as consequências do dieselgate. Além de pagar multas bilionárias, a empresa também sofreu uma investigação que culminou nas prisões do ex-chefe de Pesquisa e Desenvolvimento e do atual responsável pelo desenvolvimento de motores da Porsche -- este segundo, também com passagem pela Audi.