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Com dólar a R$ 4, exportações da GM devem crescer 70% em 2015

Picape compacta Montana é o modelo exportado para México e África do Sul - Divulgação
Picape compacta Montana é o modelo exportado para México e África do Sul Imagem: Divulgação

<br>Alberto Alerigi Jr.

Em São Paulo (SP)

29/09/2015 13h54Atualizada em 30/09/2015 10h58

Se a alta do dólar atrapalha a vida de empresários que dependem de importações, pode também ser uma saída a quem deseja incrementar as exportações. É o caso da GM. Uma das empresas que mais sentem a brusca queda nas vendas de carros novos no Brasil em 2015, acima de 20%, a fabricante espera ter crescimento de mais de 70% nas exportações de veículos , impulsionada especialmente pela cotação da moeda americana na faixa dos R$ 4.

A projeção foi dada nesta semana pelo presidente do grupo no país, Santiago Chamorro, durante fórum do setor. Segundo ele, a GM espera vender para o exterior 60 mil unidades neste ano, contra 35 mil exportadas em 2014. A maior parte do volume será direcionada ao México e à África do Sul.

Para 2016, a expectativa é manter o mesmo patamar.

Impacto nos custos

Apesar do impacto positivo, a forte valorização do dólar frente ao real nos últimos meses tem pesado bastante sobre os custos do setor, apontou Chamorro, por conta da dependência de importação de matérias-primas.

"A melhor forma de proteger volumes é fazer sacrifícios no curto prazo. Aproveitar a conjuntura e ter negociação que não acompanha a situação do mercado é uma conversa difícil", disse. O executivo apontou ainda que a GM está revendo contratos com todos os fornecedores, para evitar novos reajustes e deixá-los "de acordo com o patamar atual do mercado interno".

Força de trabalho

Perguntado sobre excedentes de força de trabalho no Brasil diante da queda do consumo, Chamorro afirmou que sua companhia tem usado "todas as ferramentas possíveis" para ajustar-se ao nível de demanda do país e evitar demissões, mas que, se o mercado continuar enfraquecendo nos próximos meses, a empresa terá que "reavaliar números".

A companhia suspendeu durante toda esta semana a produção em fábricas em São Caetano do Sul e Mogi das Cruzes (SP).