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Atual chefão da Nissan pode ter autorizado pagamentos irregulares a Ghosn

Hiroto Saikawa, atual CEO da Nissan, trabalhou como diretor representante do conselho durante "era Ghosn" - Kim Kyung-Hoon/Reuters
Hiroto Saikawa, atual CEO da Nissan, trabalhou como diretor representante do conselho durante "era Ghosn'
Imagem: Kim Kyung-Hoon/Reuters

Do UOL, em São Paulo (SP)

19/03/2019 07h00

Resumo da notícia

  • Acusação contra Ghosn pode derrubar também atual presidente da Nissan
  • Hiroto Saikawa assinava contratos de pagamento da Nissan quando Ghosn era chefão
  • Promotores japoneses analisam documentos com assinatura de Saikawa
  • Esses documentos autorizam pagamentos irregulares de US$ 80 milhões a Ghosn

Cresce a preocupação entre a diretoria da Nissan de que o julgamento do ex-presidente Carlos Ghosn tenha efeito colateral sobre o atual dirigente da fabricante japonesa, Hiroto Saikawa.

De acordo com a agência norte-americana "Automotive News", fontes ligadas ao caso apontam que Saikawa tinha conhecimento dos acertos financeiros entre Ghosn e a Nissan, que estão no centro das acusações que levaram o executivo brasileiro a ser preso pelo governo japonês em novembro. Pior ainda, Saikawa pode ter assinado diversos desses acordos.

Antes de assumir como CEO, após a prisão de Ghosn, Saikawa era o diretor representante do conselho da Nissan, com poderes para assinar determinadas obrigações financeiras em nome da empresa. Entre as quais, ordens de pagamento de cerca de US$ 80 milhões, desembolsados através de diferentes canais, incluindo uma quantia fixa e pagamentos por uma "cláusula de não-concorrência" e "taxas de consultoria", segundo a fonte.

Promotores japoneses recolheram os originais assinados dos arquivos da Nissan e está promovendo acareações com diversos executivos da empresa.Ghosn, que foi afastado das funções administrativas de Nissan e também da parceira Renault, enfrenta duas acusações: falsificação dos registros financeiros oficiais da empresa, justamente ao deixar de reportar cerca de US $80 milhões em compensação diferida.

* Com agências internacionais