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Jeep Renegade terá motor 1.3 Firefly turbo importado para encarar T-Cross

Fernando Calmon

Colaboração para o UOL, em São Paulo (SP)

20/12/2018 12h34

Motor pode ser nacionalizado caso passe de 50 mil unidades por ano

A FCA (Fiat Chrysler Automobiles) importará o motor Firefly 1.3 turbo para o mercado brasileiro. Fontes afirmam que a decisão está tomada e a nova motorização estreia no país ainda em 2019, possivelmente no primeiro semestre. Seria uma resposta direta à chegada do Volkswagen T-Cross, que só terá motores com turbocompressor para o mercado interno. Também se adianta contra o arquirrival Honda HR-V.

A FCA até pensou em nacionalizar o motor, seguindo a iniciativa da Volkswagen com o 1.4 TSI, mas as contas mostraram que o volume de venda teria de ser alto para justificar o investimento. A viabilização seria alcançada com 50 mil unidades por ano. Acredita-se que, quando atingir este volume, a produção local deve ser autorizada pela matriz.

A decisão de importar (e possivelmente até nacionalizar) o motor turbo (conhecido na Europa como MultiAir II T4) está diretamente relacionada ao programa "Rota 2030". Afinal, fabricante que atingir níveis de consumo energético superiores à meta compulsória, poderá se beneficiar com um prêmio de até dois pontos percentuais no IPI, justificando investimentos em motores mais caros.

O que muda na motorização

Em relação à família Firefly -- que já equipa Mobi, Argo e Cronos no Brasil --, o motor recebeu turbocompressor, novo cabeçote com quatro válvulas por cilindro e variação de fase, além de injeção direta de combustível. Na Europa, esse motor de quatro cilindros gera 150 e 180 cavalos, só com gasolina.

Inicialmente a versão importada será a de 150 cv, que ganhará tecnologia flex para estrear no Jeep Renegade. Atualmente, o modelo brasileiro usa o 1.8 E-torq de 139/135 cv e 19,2/18,7 kgfm de torque (etanol/gasolina), que alguns compradores acham pouco potente. Na realidade é a relação peso/torque desfavorável de 72,5 kg/kgfm que atrapalha, pois se trata de um veículo robusto e mais pesado do que os concorrentes.

Já a versão de 180 cv seria uma opção interessante para substituir o Tigershark atualmente empregado no Jeep Compass (um 2.0 de 166/159 cv) e na Fiat Toro -- neste segundo caso um 2.4 de 186/174 cv. Entretanto, a FCA não deve lançá-la neste momento.

Curiosamente, a Fiat é a única fabricante que decidiu investir na tecnologia que controla a admissão de ar do motor, chamada pela empresa de MultiAir. Desenvolvido pela alemã Schaeffler sob denominação UniAir, trata-se de um sistema engenhoso, mas não atraiu ainda outros clientes.