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Volvo não leva carros ao Salão de Los Angeles: golpe de mestre ou vacilo?

Ausência de carros foi justificada pela marca como reflexão sobre futuro do automóvel - Divulgação
Ausência de carros foi justificada pela marca como reflexão sobre futuro do automóvel
Imagem: Divulgação

Fernando Miragaya

Colaboração para o UOL, de Los Angeles (EUA)

02/12/2018 08h00

Marca deixa estande vazio para incentivar debate sobre futuro do automóvel, mas estratégia soa como golpe de marketing para alguns

Entrar em um estande de salão de automóvel sem um carro sequer para contar história. Esse foi o vazio que a Volvo provocou no Salão de Los Angeles. Estratégia que até merece reflexão, mas um tanto inusitada para o local e tipo do evento e que ainda soa como pura jogada de marketing institucional. 

"This is not a car", ou "Isto não é um carro". A frase é a única coisa que aparece como destaque no estande da marca sueca na Califórnia. Segundo a Volvo, o objetivo é debater e redefinir o papel dos automóveis no futuro. Para a feira, reservou apenas o anúncio de parcerias nesse sentido com startups e empresas como Amazon e Google.

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A Volvo quer provocar um debate sobre o futuro da mobilidade. Bacana, só que a ação acaba por gerar outra discussão: teria sido uma atitude oportunista ou equivocada?

Afinal, usar um salão de automóvel, onde as pessoas vão para ver automóveis, e não mostrar qualquer coisa que se mova pode até passar uma imagem de ousadia. Contudo, a medida pode gerar frustração em alguns visitantes.

Além disso, é questionável a eficácia de tal estratégia em um país onde a cultura do carro é muito forte, ainda mais em uma cidade onde o automóvel é peça fundamental nos deslocamentos. Mesma região, a propósito, que serviu de palco para um mega evento de lançamento da nova geração do sedã S60, em outubro.

Marca se defende

Håkan Samuelsson, diretor executivo da Volvo Cars, se defende dizendo que a indústria está mudando. "Em vez de apenas construir e vender carros, nós realmente forneceremos aos nossos clientes a liberdade de agir de maneira pessoal, sustentável e segura", disse o chefão da marca.

Porém, teria sido mais interessante expor modelos que servissem e contribuíssem para essa visão de futuro do que a Volvo profetiza. Sejam veículos elétricos, híbridos, autônomos, compartilhados. Deixar um vazio em um evento tão importante pode esvaziar a própria marca diante de seu público.