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Trânsito brasileiro vitimou quase dez crianças por dia no ano passado

Daniel Sobral/Futura Press/Estadão Conteúdo
Imagem: Daniel Sobral/Futura Press/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo (SP)

12/10/2018 04h00

Dados do DPVAT revelam que, das indenizações pagas para vítimas de 0 a 7 anos, 72% ficaram com algum tipo de sequela

Nesta sexta-feira (12) é celebrado o Dia das Crianças. Só que além das comemorações, a data também poderia servir para conscientizar a população sobre os cuidados com crianças no trânsito.

Dados da Seguradora Líder, administradora do Seguro DPVAT do automóvel, chamam a atenção para um cenário preocupante sobre acidentes envolvendo nossas crianças.

No ano passado foram 3.834 vítimas indenizadas, na faixa etária de 0 a 7 anos, em todo o país. Desse total, 72% passaram a conviver com algum tipo de invalidez permanente (aproximadamente 2,8 mil crianças). Outras 752 indenizações foram pagas para casos fatais.

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Os dados ainda revelam que a maior incidência de acidentes são atropelamentos: mais de 2,4 mil vítimas pedestres (cerca de 63% do total). Somente neste ano, de janeiro a setembro, cerca de 2,3 mil indenizações do DPVAT foram pagas para meninos e meninas de 0 a 7 anos de idade vítimas de acidentes no Brasil.

As crianças são um dos grupos mais vulneráveis a ocorrências. Para o especialista em segurança no trânsito, Rodolfo Rizzotto, a condição física ainda em desenvolvimento, comum distração e dificuldade de percepção dos perigos enfrentados, mesmo acompanhado de responsáveis, são fortes facilitadores dos incidentes.

"As crianças costumam repetir o comportamento de seus pais e familiares e sofrem as consequências disso. Quando os adultos não atravessam na faixa, não respeitam o semáforo ou não usam a passarela, a criança tende a repetir esses costumes", alerta.

Com relação aos passageiros, atitudes como o não uso dos equipamentos de segurança e imprudência dos adultos ao volante acabam se tornando frequentes causas de acidentes envolvendo os mais jovens.

"Muitos pais e 'responsáveis' não usam, por exemplo, os equipamentos obrigatórios, como a cadeirinha. As justificativas são variadas, mas a falta de uso, inclusive de forma adequada, contribui para o agravamento dos acidentes", reforça Rizzotto.

O DPVAT é um seguro de caráter social que indeniza vítimas de acidentes de trânsito, sem apuração da culpa. Ele pode ser destinado a qualquer cidadão brasileiro -- motorista, passageiro ou pedestre. O seguro oferece três perfis de coberturas: morte (R$ 13.500), invalidez (até R$ 13.500) e reembolso de despesas médicas e hospitalares da rede privada de saúde (até R$ 2.700).