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Bikes, skates e segways se mostram como soluções urbanas; preço é problema

Alessandro Reis

Colaboração para o UOL, de São Paulo (SP)

20/09/2018 04h00

Salão do Veículo Elétrico apresenta estilos diferentes de mobilidade; UOL Carros conhece e mostra os produtos lançados no evento

A 14ª edição da "Plataforma de Veículos Híbridos-Elétricos, Componentes e Novas Tecnologias", ou simplesmente "Salão do carro elétrico", começou nesta segunda (17) e vai até esta quarta (19) no Transamerica Expo Center, zona sul de São Paulo.

Importante dizer que a exposição não conta apenas com automóveis eletrificados, mas também com veículos elétricos compactos, como bicicletas, patinetes, triciclos, karts e scooters, disponíveis para venda, aluguel e/ou compartilhamento. Muitos podem inclusive ser avaliados no local por meio de testes gratuitos.

São veículos que representam uma alternativa de mobilidade limpa e racional para pequenos deslocamentos em centros urbanos, como a própria capital paulista. Na China, que hoje tem a maior frota mundial de elétricos, os veículos de duas rodas representam a maior fatia, especialmente por conta do baixo custo -- no Salão do carro elétrico há opções variadas, com modelos custando entre R$ 1,6 mil e R$ 117 mil.

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A General Wings, marca nacional de bicicletas elétricas, tem duas linhas de e-bikes no evento: uma para uso cotidiano, com preços entre R$ 5,6 mil e R$ 19,1 mil; e outra com bagageiro, indicada para entregas, de R$ 8 mil a R$ 12 mil.

O modelo mais em conta é capaz de rodar a 25 km/h, com autonomia de 40 km. Segundo Ricardo De Féo, fundador e diretor da companhia, todo o projeto das bicicletas é nacional, utilizando componentes locais, exceto as baterias, que vêm do Japão, e o motor, importado de Taiwan.

"Hoje, o mercado brasileiro de bicicletas elétricas é de cerca de 10 mil unidades/ano, mas projeto que isso salte para aproximadamente 500 mil a cada 12 meses daqui a cinco anos. A Europa já vende mais de 1,6 milhão de unidades por ano e, na China, já são cerca de 35 milhões de unidades vendidos anualmente. De dois anos para cá, com a expansão de ciclovias pelo país, a demanda tem crescido consideravelmente", estima o executivo.

Já o skate com baterias de R$ 1,6 mil é o produto mais em conta do salão, vendido pela MyMobility, empresa de São Paulo que também comercializa bicicletas elétricas a partir de R$ 4.890, com autonomia entre 30 km e 70 km e velocidade de até 25 km/h.

A partir da próxima semana, a empresa inicia um programa de aluguel das bikes na capital paulista, começando com quatro unidades. A locação prevê retirada e entrega na loja da MyMobility, na Rua Caravelas, 324 (Vila Mariana, na zona sul), custando R$ 80 por dia ou cerca de R$ 220 por mês. No entanto, os valores definitivos ainda não foram definidos e o aluguel exige o preenchimento de um cadastro com seus dados pessoais.

Estande General Wings - Murilo Góes/UOL - Murilo Góes/UOL
Estande da General Wings mostra das bikes de passeio e de carga no Salão do Veículo Elétrico 2018
Imagem: Murilo Góes/UOL

Mais opções

Outra companhia com estande no Salão é a Riba, que lançou um serviço de scooters elétricos compartilhados custando R$ 0,59 o minuto. O serviço batizado de RibaShare é todo disponibilizado via aplicativo de celular, no qual você localiza o scooter mais próximo e o destrava para uso. Para devolver, basta deixá-lo estacionado na rua, em local permitido por lei -- os veículos estão isentos de pagamento para estacionar em zona azul e trazem um baú com capacete.

O compartilhamento começa a operar na primeira semana de novembro, inicialmente com 50 unidades nas regiões da Vila Olímpia, Itaim Bibi e Berrini, na capital paulista. Os planos da companhia são de terminar o ano com 250 exemplares e expandir a frota a 1.250 unidades até o fim de 2019, informa Fernando Freitas, CEO da Riba.

É importante frisar que veículos que passam de 50 km/h são enquadrados pela legislação de trânsito como ciclomotores e exigem CNH da categoria A -- como acontece com as "cinquentinhas", motos a combustão de baixa cilindrada -- ou então uma ACC (Autorização para Conduzir Ciclomotor). Esse é o caso da scooter da Riba, que tem velocidade limitada a 50 km/h e autonomia para rodar até 90 km com uma carga. Usar scooters exige cadastro prévio, que prevê os 15 primeiros minutos de uso gratuitos.

Segway também tem destaque

Quem lembra dos veículos de duas rodas no qual o condutor vai em pé? No começo da década, a Segway ficou famosa ao introduzir "biciclos" desse tipo, que não se popularizaram no Brasil entre pessoas físicas, por conta do preço elevado, mas são bastante utilizados por serviços de segurança de governos e empresas.

Produtos dessa marca também estão expostos no estande da Cicloway, representante oficial da Segway, e incluem até um triciclo de R$ 117 mil, o mais caro do evento que não é um automóvel. Esse triciclo se chama SE-3, pode rodar a até 24 km/h e tem autonomia para 24 km. A Cicloway foca sobretudo clientes corporativos e tem variantes do famoso Segway com pneus todo-terreno.

Já a marca paulista Bubuo oferece uma espécie de scooter com jeito de patinete, com uma plataforma para os pés e assento e estilo de motos do tipo "custom", incluindo para-lamas customizados com pintura e grafismos. Importado da China, o City Coco custa a partir de R$ 6,6 mil. O "mega patinete" roda a até 45 km/h, com autonomia de 45 km com um pack de baterias e de 75 km com dois.

A empresa ainda comercializa um patinete compacto, daqueles nos quais você vai em pé, por R$ 2,5 mil. A Bubuo também expõe pelo mesmo valor um "roverboard", veículo compacto de duas rodas semelhante ao segway, que pode ser operado remotamente por meio de um aplicativo, via Bluetooth, toca música e pode até levar uma câmera.

Por fim, a Voxel, outra expositora do Salão, também vende um patinete elétrico com assento feito na China, o estiloso VX 800, que tem luzes de condução diurna, farol de LEDs e até painel de instrumentos. Na barra presa ao guidão, tem também uma faixa de LEDs cuja cor pode ser personalizada. O veículo é dobrável, para facilitar o transporte, custa R$ 6.990 e chega a até 50 km/h, com autonomia entre 30 km e 60 km -- portanto exige habilitação. Ele pode levar até dois ocupantes, tem freio hidráulico a disco na roda dianteira e três ajustes de velocidade.

Estande da Cicloway mostra triciclos e patinetes elétricos, dois tipos de fácil mobilidade urbana - Murilo Góes/UOL - Murilo Góes/UOL
Estande da Cicloway mostra triciclos e patinetes elétricos, dois tipos de fácil mobilidade urbana
Imagem: Murilo Góes/UOL