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Produção de carros é a melhor em quatro anos, mas exportações empatam jogo

Pátio da fábrica da Hyundai em Piracicaba (SP) - Jorge Araujo/Folhapress
Pátio da fábrica da Hyundai em Piracicaba (SP)
Imagem: Jorge Araujo/Folhapress

Do UOL, em São Paulo (SP)

06/09/2018 16h02

Vendas internas fizeram indústria celebrar mês de agosto; exportações despencam por crise na Argentina

A Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) confirmou, nesta quinta-feira (6), que o mês de agosto realmente teve números bastante positivos para o setor automotivo nacional. A produção de veículos (carros de passeio e comerciais leves) no Brasil atingiu 291,4 mil unidades, alta de 18,6% sobre julho (245,8 mil) e de 11,7% para 2017 (260,8 mil do mesmo mês do ano passado).

No acumulado desde janeiro, foram 1,97 milhão de veículos já produzidos, o que significa elevação de 12,8% sobre 2017 (1,75 milhão no mesmo período). Segundo a entidade, é o melhor resultado para o mês de agosto desde 2014.

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Alta nas vendas, atenção com exportações

O presidente da Anfavea, Antonio Megale, afirmou a agência de notícias "Reuters" que o viés da entidade é positivo, indicando que a estimativa para crescimento das vendas pode subir em relação à projeção atual de alta de 11,7%.
 
Os dados de produção de veículos coincidem com a alta de emplacamentos -- que refletem as vendas também aquecidas. No mês, houve alta de 14,8% frente a 2017: 248,6 mil unidades este ano, contra 216,5 mil do anterior. Alta em vendas também na comparação com julho: 14,3%. No acumulado do ano, são 1,63 milhão de unidades negociadas (alta de 14,9%).
 
Para Megale, o resultado surpreende: "Este é um mês tradicionalmente forte nas vendas, mas em meio a todo este cenário de incertezas com relação às eleições, alta do dólar e com a memória recente das paralisações de maio, o desempenho foi uma surpresa positiva. Tivemos dias com mais de 16 mil veículos licenciados e a média diária foi a mais alta do ano". 

Ainda assim, as exportações apresentaram baixa de 16,6% em agosto (56,1 mil) contra 2017 (67,3 mil unidades). Mas melhoraram em relação a julho, com acréscimo de 9,2%. Até o momento, 486,5 mil unidades foram exportadas, número 4,6% menor do que as 509,8 mil do ano passado.

Para a Anfavea, será preciso fazer um ajuste negativo na projeção para as exportações de veículos do Brasil este ano, refletindo o impacto da crise na Argentina. Com isso, a produção deve trazer em leve ajuste, mostrando equilíbrio entre o momento favorável do mercado interno e piora nas vendas externas, disse Megale.