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Com 65 anos de Brasil, Volkswagen tem fãs que fazem até tatuagem; assista

Benê Gomes

Do Auto+, em São Paulo (SP)

30/06/2018 08h00

Auto+ conta essa e mais algumas histórias de envolvimento de pessoas com a montadora

Em operação no Brasil desde 1953, quando se instalou num galpão no bairro do Ipiranga, na cidade de São Paulo (SP), a Volkswagen tem 65 anos de história automotiva no país, mas sua ação envolve não só o lançamento de produtos automotivos, diversos com amplo e inegável sucesso, mas também o envolvimento de pessoas que que vão além da relação simples de fornecedores, funcionários ou mesmo clientes da empresa.

O programa Auto+ mostra como a marca conseguiu colecionar, também, fãs nesse período, com histórias curiosas e que incluem até marcar a pele com a história de um dos ícones da fabricante alemã.

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Além dessas crônicas de envolvimento pessoal com a marca, lembramos abaixo de cinco fatos que marcaram a empresa no país, dentre muitas histórias. Veja:

1. Volkswagen chega ao Brasil com produção CKD

Naquela "fábrica" a VW começou a montar o Fusca via CKD, com peças importadas da Alemanha. Eram apenas 12 empregados em 1953.

Meses depois, a Kombi também começou a ser montada no local, da mesma maneira e com mais funcionários. No total, 2.820 veículos foram construídos no armazém, sendo 2.268 Fusca e 552 Kombi.

2. Ida ao ABC

Depois de certo sucesso nas vendas, a decisão da matriz foi de criar uma fábrica no Brasil. Com isso, a linha de montagem que aconteceu em São Paulo durante quatro anos, até 1957, migrou para São Bernardo do Campo, deixou o formato de produção por montagem (CKD) de lado e começou a produzir com peças nacionais, no dia 2 de setembro.

Uma Kombi foi o primeiro modelo da Volks fabricado no Brasil, com 50% de peças nacionais, feita diretamente da sede da marca no país, a fábrica de São Bernardo do Campo (SP).

Mas acredite: a Kombi do álbum abaixo é uma das unidades montadas no galpão do Ipiranga, onde hoje existe uma loja atacadista.

VW Kombi 1954 - Murilo Góes/UOL - Murilo Góes/UOL
Kombi 1954 é uma das unidades montadas no galpão do Ipiranga; apesar das modificações, modelo ainda tem algo da originalidade
Imagem: Murilo Góes/UOL

A inauguração oficial da planta da Anchieta, porém, aconteceu só em 18 de novembro de 1959, quando o presidente da República da época, Juscelino Kubistcheck, circulou no local a bordo de um Fusca conversível acompanhado pelo governador de São Paulo, Carvalho Pinto, e os presidentes da Volkswagen da Alemanha, Heinrich Nordhoff, e do Brasil, Friedrich Schultz-Wenk.

A imagem dos quatro dentro do Fusca conversível, da foto abaixo, se tornou uma das fotos mais marcantes na história da Volks no país.

O primeiro Fusca feito em São Bernardo foi lançado apenas em janeiro de 1959. De lá até 1986, o Brasil produziu 3,1 milhões de unidades do Fusca.

Fusca conversível em SBC - Divulgação - Divulgação
Juscelino Kubistcheck, presidente do Brasil em 1959, acompanhado pelo governador de São Paulo, Carvalho Pinto, e os presidentes da Volkswagen da Alemanha, Heinrich Nordhoff, e do Brasil, Friedrich Schultz-Wenk. Os quatro circularam dentro do Fusca conversível em São Bernardo do Campo (SP), na inauguração da fábrica-sede da Volks
Imagem: Divulgação

3. Surgimento do Gol

Depois de uma década de apostas em carros relativamente mais caros (como Passat, SP2 e a linha Kharmann Ghia), a Volks apresentou no dia 8 de maio de 1980 o Gol, modelo programado para, aos poucos, substituir o Fusca em nosso país.

Foram 27 anos consecutivos de liderança do mercado (1987 a 2013) em números impressionantes.

4. Autolatina

Em 1987, no mesmo ano em que o Gol assumiu a liderança de mercado, a indústria automotiva também passava por uma fase difícil e os principais mercados da América do Sul, incluindo o Brasil e a Argentina, registravam forte queda nas vendas.

Com isso, a Volks e a Ford decidiram criar uma joint-venture para fabricação de carros em conjunto. Gol, Escort e demais carros de entrada das marcas continuaram sendo produzidos -por conta, mas as empresas decidiram produzir modelos maiores em conjunto, compartilhando motores e caixas de transmissão.

De 87 a 1994, portanto, surgiram modelos como Apollo e Verona, Santana e Versailles (Quantum e Royale) e o Logus, que se baseava no Escort -- relembre os carros que marcara, a união.

A ideia, porém, foi atrapalhada pela disputa mundial entre as marcas, o que dificultava o compartilhamento de tecnologias na região da América do Sul -- sem contar que a políticas brasileira da época prejudicava investimentos pensados a longo prazo. Com isso, a Autolatina terminou em 1994, principalmente por conta da falta de desenvolvimento da rede de concessionários.

Ao mesmo tempo, o fim da parceria aconteceu praticamente na mesma época de recuperação da economia brasileira, o que permitiu que modelos importados das duas marcas viessem para substituir os carros desenvolvidos.

5. Nova Volkswagen

Desde 2014 a Volkswagen promete recuperar o prejuízo causado pelo fim do reinado do Gol -- o modelo ainda é vendido e tem bons números, mas foi superado por carros mais modernos e completos, como Onix, HB20 e o novo Ka.

Em 2015, para piorar o mau momento, foi descoberto e revelado um escândalo mundial da empresa, que depois de apurações admitiu ter fraudado milhões de unidades de modelos com motor a diesel, que emitiam muito mais do que o permitido em diversos países. No Brasil, 17 mil unidades da picape Amarok foram convocadas para correção.

Desde então, globalmente a marca se concentra no lançamento de novos produtos, sejam movidos com motores a combustão ou elétricos, mas sempre com tecnologias inovadoras. A "nova Volkswagen" é o jeito que a própria empresa intitula seu atual compromisso, de lançar 20 novos modelos na América do Sul até 2020, já considerando Polo e Virtus na lista.

UOL Carros já revelou todo o plano: serão cinco SUVs e tem até um Novo Gol no pedaço. Recentemente, também listamos a história dos sedãs da marca em duas partes; clique aqui para conferir a parte 1 e aqui para ler a segunda parte.