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Avaliação: VW Passat é um "Golf GTI" elegante e conectado de R$ 164.620

André Deliberato

Do UOL, em São Paulo (SP)

27/05/2018 08h00

Sedã traz o máximo de requinte que um Volks pode oferecer no Brasil

Pouco se fala sobre o Volkswagen Passat atualmente, mas acredite, ele já foi sonho de consumo de muita gente, principalmente de jovens dos anos 1970 e 1980, quando era feito no Brasil e oferecia desempenho esportivo por valores até que razoáveis para a época -- quando não existiam importados e o segmento de superluxo caía nas mãos de carros como Ford Landau e Dodge Charger, por exemplo.

Com o passar dos anos, ele foi se tornando carro de nicho pela proposta de sofisticação e de equipamentos e pelo nascimento de outros produtos, como Jetta, Bora e até mesmo Polo Sedan (hoje, o Virtus) para suprir as necessidades familiares do consumidor brasileiro.

Com o surgimento dos SUVs, que crescem cada vez mais diariamente, seu futuro pode ser considerado incerto -- ao menos no Brasil, onde se posiciona em uma faixa de preços dominada por sedãs de marcas premium, como Mercedes-Benz Classe C, BMW Série 3, ambos nacionais, e Audi A4 (seu "primo" de plataforma).

Enquanto esse reino dominado por SUVs não "mata" o carro que com 46 anos de história a Volks faz dele o modelo que "oficialmente" recebe as tecnologias de ponta entre seus carros. Rodamos com uma unidade por algumas semanas e descobrimos que ele ainda é sonho de consumo para muita gente. Confira a avaliação abaixo e detalhes do sedã no álbum de fotos exclusivo que abre esta página.

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Confortável e conectado

A primeira impressão ao entrar no Passat é sentir a boa sofisticação: qualidade nos materiais utilizados, conforto e espaço para cinco pessoas e equipamentos tecnológicos de última geração espalhados pelo interior.

Pudera: o Passat é vendido atualmente apenas na versão Highline, a configuração de topo de vários carros da marca, por R$ 164.620. Para ter noção do nível de sofisticação, ele mantém o reloginho no topo do painel.

Bancos dianteiros com ajustes elétricos e memorizador, ar-condicionado de três zonas e telas digitais na central multimídia (esta com comandos por voz e até por gestos) e no painel de instrumentos mostram que o carro está no último patamar de tecnologia que um Volkswagen pode oferecer hoje em dia.

No interior também fica a grande novidade da linha 2018: painel de instrumentos digital e a central de entretenimento no console que pode ser comandada por gestos. Mas não se engane: o quadro de instrumentos digital não é como o de Polo e Virtus, que permite até "remover" os mostradores.

Já o sistema de entretenimento "Discover Pro" traz rádio DVD-player, tela tátil com comandos por gestos (para esquerda e direita) e por voz, conexão Bluetooth, entrada para SD-Card, auxiliar, conexão USB e integração com smartphones App-Connect (CarPlay e AndroidAuto), além de GPS.

Mas não é só isso: além dos mimos, o Passat chama a atenção pelo design estiloso e pela sensação de raridade ao ser visto na rua -- foram apenas 545 unidades emplacadas ao longo de 2017, resultando na média de 45 vendas por mês.

Sim, as reações das pessoas ressaltam e até alguns bate-papos com a reportagem de UOL Carros mostra que ele ainda é "sonho de consumo", mesmo estando a caminho do ostracismo...

Volkswagen Passat - Murilo Góes/UOL - Murilo Góes/UOL
Sedã traz faróis e lanternas em LED inteligentes (com o Sistema DLA), que tem sensor de luminosidade e ainda liga e desliga automaticamente o facho alto do farol, de modo a não incomodar outros motoristas.
Imagem: Murilo Góes/UOL

GTI com porta-malas

Além do conforto a bordo, o Passat vem cheio de recursos de segurança, como seis airbags e um sistema que detecta uma situação de potencial acidente -- nesse caso, os cintos de segurança dianteiros são automaticamente pré-tensionados e as janelas e o teto solar, fechados.

Fora isso, o sistema de frenagem automática, chamado "City Emergency Brake", monitora a distância entre ele e o veículo à frente e detecta riscos de colisão -- na prática, ele emite um alarme no interior e aciona os freios automaticamente quando o sensor achar que haverá colisão.

O Passat é oferecido no Brasil somente com motor 2.0 turbo de 220 cavalos e 35,7 kgfm de torque. Quem comanda esse motor é o câmbio DSG de dupla embreagem e seis marchas, que também é utilizado pelo Golf GTI e pela versão TSI mais cara do atual Jetta, outra que traz o sobrenome Highline.

Em resumo, o Passat reúne o máximo de tecnologia que os atuais carros da Volks oferecem e combina isso ao conjunto mecânico mais eficiente da empresa. Em números, esse trem-de-força o faz acelerar de 0 a 100 km/h em 6,8 segundos e chegar a 246 km/h de velocidade máxima.

Em curvas e retomadas, o Passat tem comportamento parecido com o do GTI -- os equipamentos que possui a mais acrescem o peso total em 182 kg (são 1.499 kg do Passat e 1.317 kg do Golf). É como se você rodasse com um GTI com duas pessoas a mais a bordo.

Por meio do botão "mode", no painel de comandos da manopla de câmbio, o carro oferece ao motorista quatro modos de condução: "Eco", "Sport", "Normal" e "Individual". Essas opções ajustam o gerenciamento do motor, do ar, peso da direção e respostas mais suaves ou diretas de motor e câmbio.

E isso não é tudo: o motor 2.0 TSI (turbo) é potente e extremamente forte, mas também consegue fazer bons números de consumo se o pé do motorista for leve: até 10,4 km/l na cidade e 12,9 km/l na estrada, sempre com gasolina.

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