Citroën Berlingo 3, que tem problemas em Portugal, é apresentado na Europa

Nova geração cresceu demais e paga mais pedágio; situação incomoda Citroën e Peugeot, já que vendas podem cair

Citroën e Peugeot apresentam a terceira geração dos veículos multi-uso (MPV) Berlingo e Partner na Europa -- a base também dará origem ao novo Opel Combo, a variante da marca alemã, que agora também é gerida pela PSA. Por lá, os veículos podem ter uso familiar ou de carga -- esquecidos no Brasil desde o começo da vida, os modelos ficaram restritos nos últimos anos apenas ao uso como veículos comerciais -- e agora compartilham a mesma base de fabricação e equipamentos de Citroën C4 Picasso e Peugeot 3008.

Nas imagens que ilustram este texto, temos o modelo Berlingo, da Citroën, que assume o visual já comum à linha e visto em modelos do Aircross ao C4 Picasso. O trio será apresentado no Salão de Genebra, no começo de março. 

Esses avanços tecnológicos podem ser vistos no pacote de itens de conforto e segurança -- head-up display colorido, ACC com frenagem emergencial automática; freio de estacionamento elétrico; câmera 360º; Grip Control com controle de ladeira; controle de estabilidade também para reboque; nova geração do sistema multimídia e carregador de celular sem fio --, bem como no uso de motores mais eficientes (1.2 a gasolina de 110 ou 130 cv; além de configurações diesel) e no novo câmbio automático de oito marchas (chega no final do ano para versão mais cara de passageiros).

Preços para Europa ainda não foram definidos, mas ainda se espera pelo desfecho da polêmica de pedágios e fabricação em Portugal dos modelos.

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A polêmica do tamanho

O governo de Portugal está renegociando os contratos de concessão das rodovias do país à iniciativa privada desde o final do ano passado para salvar 700 postos de trabalho de uma fábrica da PSA Peugeot-Citroën em Mangualde, região central daquele país.

As fabricantes francesas pressionam o governo por conta desta nova geração de Berlingo/Partner/Combo, que começará a ser produzida e deve ganhar as lojas a partir de outubro. Com mesma base de C4 Picasso e 3008, os modelos cresceram de porte e pagarão pedágio "classe 2" por ter mais de 1,10 metros de altura no eixo dianteiro. No geral, os novos modelos têm de 1,81 m a 1,84 m de altura geral, mas o capô mais protuberante e cabine mais espaçosa fazem a altura no eixo dianteiro ser mais elevada que a média para o pedágio básico -- com isso, os modelos pagarão quase o dobro do valor atual (de 22 euros para quase 40 euros). 

Além da maior altura, a nova geração está mais espaçosa e versátil: há opções para passageiros de cinco e sete lugares, além de opções com entre-eixos curto (2,78 m para 4,40 m de comprimento) e longo (2,97 m para 4,75 m de comprimento), com área de carga que pode chegar a 1.050 litros.  

O plano inicial do grupo era produzir 100 mil unidades em Mangualde durante 2019. Se a Lei não for alterada, a PSA pode reduzir esse número para 80 mil e o terceiro turno, que começa em abril para garantir o final da produção, poderá durar apenas seis meses. O fechamento da fábrica em médio prazo não estaria descartado.

Em produção desde 1996, a dupla da PSA já vendeu mais de 1,7 milhão de unidades -- no caso do Citroën Berlingo, trata-se do segundo modelo mais vendido da marca em 17 mercados europeus, atrás apenas do C3 no cálculo geral.

"Não queremos nenhuma exceção, queremos que a regulamentação mude", disse Amaral, em coletiva. O grupo espera uma resposta até junho.