Novo Mercedes-Benz Classe A é "celular sobre rodas"; Brasil aguarda hatch
Quarta geração tem novos motores e vai até avisar motorista se for guinchado ou se acidentar
"Um celular sobre rodas": é assim que Dieter Zetsche, chefão da Daimler-Benz (controladora da Mercedes), classifica a quarta geração do Mercedes-Benz Classe A, que foi revelado ao mundo nesta sexta-feira (2). Há um mês, o modelo havia aparecido sob camadas de adesivos e cobertores na CES 2018, de forma a revelar apenas a parte multimídia, que de fato é a grande estrela desse lançamento. Segundo os alemães, o novo modelo um mini-Classe S em segurança e tecnologia.
Para Zetsche, o sistema de comunicação chamado MBUX ("interface com usuário da Mercedes-Benz", na linguagem de tecnologia) "muda tudo o que sabemos sobre sistema multimídia de carros atualmente". O presidente do conselho da Mercedes-Benz e da divisão de automóveis aponta que, além do sistema que permite uma "conversa fluida", sem entraves, entre motorista e central multimídia, será possível ainda ter informações do trânsito em tempo real com imagens, alertas de mudança do clima (para ajudar a traçar uma nova rota), compartilhamento de conexão com internet, atalho no celular sobre local de estacionamento do carro e até duas funções que podem ser polêmicas do dia a dia.
Graças ao sistema de localização e de monitoramento interno da carroceria, o carro pode emitir alertas ao dono (para o celular) caso o carro (parado num local irregular) esteja sido rebocado pela companhia de trânsito; ou caso seja atingido por outro veículo enquanto estiver parado.
Com a tecnologia de comunicação aprimorada, a Mercedes chega a exagerar: "A única coisa que você fará com um celular a bordo do carro é carregá-lo [nas saídas de energia ou USB]".
Como ele é
Feito sobre nova plataforma, a MFA2, o novo Classe A terá configurações hatch, sedã (Classe A Sedã, aposentando o CLA), SUV (substituto do atual GLA) e monovolume (substituto do atual Classe B), além de um inédito cupê compacto com e sem capota.
Com grande em mercados fundamentais como China e EUA, a atual linha "compacta" da Mercedes (que tem porte compacto-médio de luxo para o padrão brasileiro) teve 620 mil unidades vendidas em todo o mundo, em 2017, ajudando a marca a se consolidar como maior vendedora de carros de luxo do mundo. No Brasil, apesar de também serem relevantes em sentido mais amplo, vêm tendo venda mais comedida -- foram 5.343 unidades em 2017. O crossover GLA foi o que mais vendeu (3.749 unidades), seguido pelo Classe A (941) e pelo sedã CLA (653).
Para a nova geração, espera-se que alguns de seus integrantes sejam feitos localmente em Iracemápolis (SP), junto com o Classe C. O novo sedã, aliás, será um ótimo concorrente para o Audi A3 Sedan.
Em comparação com o CLA, o Classe A Sedan Concept que já vimos em Xangai terá 7 cm a menos no comprimento (grande responsável por isso é o balanço dianteiro encurtado), 3 cm a menos na altura e 9 cm a mais na largura, melhorando o conforto. Coluna C levemente verticalizada e terceiro volume mais alto, seguindo ascendência da linha de cintura, são outras soluções que agradam.
No caso do hatch, há uma mudança brutal: o entre-eixos é de praticamente 2,73 metros, crescimento de 3 centímetros. Já o porta-malas de 370 litros se expandiu em quase 30 l a mais para o modelo atual.
Para Europa, encomendas começam em março, com entregas a partir de junho, apenas da versão básica. O restante da linha só chega ao mercado no final de 2018, período em que também começará a abastecer os mercados globais.
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Mini-Classe S
Não há detalhes sobre preços ainda, mas além do tamanho maior e da tecnologia de comunicação aprimoradas, haverá também um salto no patamar de segurança do Classe A, bem como do restante da linha. Assim, espere por valores maiores na etiqueta, também.
Segundo a Mercedes, a nova plataforma vai herdar e até aperfeiçoar os sistemas de segurança de Classe C e Classe S. O visual também vai acompanhar o dos modelos de maior porte e luxo da marca. Esse novo estilo faz parte da "escola" chamada pela Mercedes-Benz de "Pureza Sensual" ("Sensual Purity") e incluem conjunto óptico frontal mais angular, grade frontal côncava (e que tem elementos móveis para aprimorar aerodinâmica), lateral com vincos na base da carroceria e traseira mais limpa e com lanternas semi-arredondadas. No geral, porém, é um visual menos marcante que o atual, já considerado um dos carros mais bonitos da indústria atual, sobretudo antes do facelift de meia-vida.
No interior, esqueça aquele "tablete mal encaixado", como muitos classificavam a tela central montada sobre o dashboard. Por outro lado, mesmo com o comando de voz e com a tela sensível, a Mercedes insiste em colocar muitos botões (muitos mesmo) no painel, volante e ainda no console central. O antigo seletor com superfície sensível ao toque é outra coisa que continua existindo, ainda que tenha perdido totalmente o sentido (já que é possível fazer comandos diretamente na tela) -- o formato agora é o de um celular, retangular e ultra fino. LEDs permitem fazer 64 diferentes combinações de iluminação ambiente.
Em termos de tecnologia de segurança, haverá uma ampliação da capacidade do sistema de câmeras e radares atual, com equipamento que enxerga até 500 metros de pista à frente, sistema de alerta de ponto cego estendido, que também reconhece bicicletas e pedestres e até função que permite o "car-sharing" (compartilhamento) do Classe A, tudo gerenciado por aplicativos.
"O Classe A anterior tinha de ser arrojado e cheio de vincos para chamar atenção. Agora que toda a concorrência seguiu o mesmo estilo, é hora de mudar para algo mais refinado. Agora, além do visual mais alinhado com a Mercedes-Benz, temos o Classe A agindo como se fosse um pequeno Classe E, com o mesmo nível de refinamento e segurança, além de ter o mesmo nível de assistência ao motorista do Classe S, mas num pacote menor", comparou Dieter Zetsche.
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