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Brutal por fora, delicado por dentro: Mercedes revoluciona jipão Classe G

André Deliberato, Eugênio Augusto Brito

Do UOL, em Detroit (EUA) e São Paulo (SP)

17/01/2018 10h15Atualizada em 17/01/2018 14h48

Apesar do visual "quadradão", acredite: por dentro é um quase sedã

"Quem vê cara não vê coração" e "não acredite em tudo que vê", já diziam os ditados populares. A Mercedes-Benz apresentou no Salão de Detroit (EUA) uma nova geração para o clássico Classe G, ainda que visualmente pareça demais apenas uma atualização simples do utilitário com forma de "caixa". Pois não é.

Sim, o visual em formato rústico se mantém como forma de preservar o DNA do modelo criado em 1979. Mas o estilo "retrô" fica só na aparência: como o próprio chefão da Daimler-Benz (controladora da Mercedes), Dieter Zetsche, afirmou ao apresentar o novo modelo, apenas três peças do antecessor foram mantidas no projeto novo -- sendo uma delas a maçaneta da porta. De resto, tudo é novo, tudo é tecnológico, tudo é classudo, nada é de fato... rústico.

Dê uma olhada em nosso álbum exclusivo do Classe G, preparado pelo editor fotográfico Murilo Góes. Painel de instrumentos e da central de comunicação são telas de alta definição da mesma linha que acabou de ser mostrada na CES para o novo Classe A. Saídas de ar também, mas no G assumem um acabamento mais refinado, para combinar com destaques em metal, aço e couro típicos dos sedãs Classe E e Classe S.

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O que ninguém vê

Se externamente o Classe G recebe faróis e lanternas de LED, mas que usam a mesma "casca" circular da configuração antiga, as mudanças mais importantes não são tão visíveis. Há novas suspensões eletrônicas adaptativas, tração integral inteligente e um inédito seletor de modos de condução (Eco, (Eco, Comfort, Sport, Off-Road e Individual).

Bruto, o Classe G mantém toda valentia para travessia de terrenos inóspitos, seja por diversão ou para trabalho pesado. Só que o acionamento dos bloqueios de diferencial dianteiro, traseiro e central, por exemplo, são feitos com um toque nas chaves específicas no painel central. Na exibição do sistema durante a apresentação, tudo opera de forma tão suave, que é possível acionar os três bloqueios ao mesmo tempo como uma só mão.

"O novo G sobe o patamar desse segmento. Traz o melhor dos dois mundos tanto no 'on' como no 'off-road'. Nosso modelo mais velho em linha continuará a história de sucesso. O novo G é ainda melhor", garante Ola Källenius, responsável pelo desenvolvimento e pesquisa da Mercedes-Benz.

Este novo G também está 5,3 cm mais comprido e 12,1 cm mais largo, números que garantem ainda mais conforto no espaço interno.

As vendas começam em junho. O preço na Alemanha, de onde ele será importado, começa em 107.040 euros (algo perto de R$ 390 mil em conversão direta, sem taxas ou impostos). A questão, porém, é que o G atual só chega ao Brasil por encomenda direta, na configuração AMG (V12  biturbo), em pacotes personalizados e que colocam os preços perto do milhão de reais -- situação que não deve se alterar. Uma pena.

Mercedes-Benz Classe G 2019 - Scott Olson/Getty Images/AFP - Scott Olson/Getty Images/AFP
Schwarzenegger e chefão da Mercedes: parceiros na apresentação do G
Imagem: Scott Olson/Getty Images/AFP

Motores do futuro?

Apesar da inovação, a motorização ainda tradicional... pelo menos para este tipo de veículo e público: a combustão, de alta potência. A versão  G500, única revelada até agora, estreia novo motor V8 de 4 litros, 423 cv e 62,2 kgfm de torque, aliado a um câmbio automático de nove marchas.

Convidado para ajudar a apresentar o novo G, o ator e ex-governador da Califórnia Arnold Schwarzenegger chegou a deixar o anfitrião da Mercedes em "saia justa" ao perguntar, talvez fora do script, sobre motorização elétrica para o G.

"Como anunciamos no último ano, a Mercedes-Benz tem planos de tornar toda a sua linha eletrificada a partir de 2025", respondeu Zetsche, com um meio sorriso. 

"Isso quer dizer que teremos o novo Classe G totalmente elétrico, também?", rebateu o ator de "Exterminador do Futuro". "Toda a linha será eletrificada", repetiu Zetsche, trocando de assunto prontamente, antes de ganhar um chapéu de caubói de Schwarzenegger.

Vale ressaltar que o termo "eletrificar" não significa necessariamente tornar o modelo elétrico, podendo-se usar soluções híbridas ou híbridas leves

Schwarzenegger é entusiasta do Classe G, mas também é porta-voz de algumas questões ambientais. Ele é dono, aliás, de um Classe G a diesel adaptado para modo elétrico (com autonomia de 300 km) pela empresa Kreisel. Por ora, portanto, este continuará sendo o único G elétrico a ser guiado pelo ator.

Viagens a convite de GM e Ford.