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"Hyundai quer Ioniq no Brasil", diz Caoa; carro híbrido depende do governo

Hyundai Ioniq é uma das apostas entre importados da Hyundai, aponta Carlos Alberto de Oliveira Andrade - Divulgação
Hyundai Ioniq é uma das apostas entre importados da Hyundai, aponta Carlos Alberto de Oliveira Andrade
Imagem: Divulgação

Fernando Calmon

Colaboração para o UOL, em São Paulo (SP)

29/11/2017 04h00

Segunda parte de entrevista exclusiva com chefão da Caoa revela lista de próximos lançamentos da Hyundai

Além de apontar planos sobre reforço da logística e operação da nova marca Caoa Chery, bem como revelar que pretende entregar um "carro elétrico brasileiro", o empresário Carlos Alberto de Oliveira Andrade falou com a exclusividade a UOL Carros sobre a situação do contrato e das relações com a fabricante sul-coreana Hyundai -- pelo menos da representação dos modelos de grande porte e importados (a linha compacta já é totalmente operada pelos coreanos), que mostramos agora nessa segunda e última parte. E há novidades no ar.

Antes de tudo, seria a união com a Chery uma resposta à perda da representação da Hyundai? Andrade descartou totalmente o rumor. Sem fazer referência à data de renegociação do contrato -- fontes do mercado comentavam que seria em 2018 --, ele afirmou continuar a manter ótimo nível de entendimento com os sul-coreanos.

"Sempre me relacionei de forma aberta com a Hyundai. Mas a oportunidade de negociar também com os chineses [Chery] não poderia ser desperdiçada", afirmou Andrade. "Meus investimentos no Brasil sempre dependeram apenas de capital próprio. Nunca consegui nenhum centavo de financiamento do BNDES. Para construir a fábrica em Goiás, vendi quase todas as concessionárias Ford", afirmou.

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Lançamentos potentes

Provocado a se manifestar se a Hyundai -- mesmo mantendo o contrato de produção do ix35, New Tucson e dos caminhões leves em Anápolis, não poderia assumir as importações dos modelos sul-coreanos --, abriu uma lista de lançamentos potente:

"Além do Santa Fe e do Elantra, já se decidiu a importação do Azera e do Sonata. O híbrido Ioniq também está nos planos, a depender do regime "Rota 2030". Por outro lado, a Hyundai estuda o mercado argentino que se aproxima de um milhão de veículos por ano. Uma possibilidade seria produzir lá, além de importar e exportar para o Brasil", elencou.

Membro mais importante da família "verde" da Hyundai atual, o Ioniq serviria de resposta a avanços de marcas asiáticas no segmento de carros verdes. Atualmente, o projeto do Ioniq prevê autonomia de quase 250 km, mas também uma aceleração interessante, abaixo dos 10s para o 0-100 km/h. A família inclui ainda a configuração plug-in (que pode recarregar as baterias na tomada) e também totalmente elétrica (que abandona o motor a combustão).

Muita coisa deve surgir no Brasil nos próximos dois anos, apesar da ineficiência completa do governo federal em apresentar planos para o segmento. Toyota Prius com motor (híbrido) flex, Novo Toyota Corolla híbrido flex, Nissan Kicks híbrido, Nissan leaf 2 (elétrico), BYD... todos são rivais já definidos para nosso mercado. Isso animaria a Hyundai a apresentar seu Ioniq.

Retomada é trunfo

De toda forma, Andrade deixa em aberto a situação de controle da operação de modelos maiores da Hyundai, que de fato não depende apenas dele. Mas se mostra confiante por uma questão crucial: conhece o mercado local.

"Não sei se eles próprios assumirão a operação total de comércio exterior. Sempre negociei de forma aberta. Os sul-coreanos sabem da importância estratégica de Anápolis, da necessária evolução dos modelos lá produzidos, da capacidade de 100.000 veículos/ano em três turnos e estão cientes de que a fábrica pode produzir modelos Chery, se necessário, no futuro. Afinal, o Brasil voltará a vender mais de quatro milhões de veículos por ano".