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Volvo exibe XC60 ultratecnológico e avisa: vai apostar (quase) tudo em SUVs

Fernando Friedrich

Especial para o UOL, em Genebra (Suíça)

08/03/2017 12h44

Se você é daqueles que gostam de "babar" nos sedãs, peruas e cupês suecos, prepare-se: futuro reserva pouco espaço para eles

Foi só no começo dos anos 2000 que a Volvo embarcou na caravana dos SUVs. O XC90, hoje na segunda geração, surgiu no meio de peruas, sedãs, cupês e conversíveis que eram parte substancial da essência da marca. Hoje, a oferta de sedãs e peruas diminuiu e a de cupês e conversíveis simplesmente desapareceu.

“O mercado de sedãs está caindo globalmente, e rápido”, avalia Lex Kerssemakers, vice-presidente sênior da empresa para América. Cupês e conversíveis? “Estão na minha lista de desejos, mas não há nenhum projeto em desenvolvimento”, completa o executivo, tido como um “gearhead” (gíria em inglês para denominar os amantes de carros).

Adivinhe quem se procriou?

Em 2008, a Volvo partiu para o segundo SUV, o XC60. A estreia ocorreu no Salão de Genebra, justamente o evento onde, nove anos depois, o modelo avança à segunda geração. E que avanço...

Caso um veículo invada sua pista no sentido contrário enquanto você navega na nova central multimídia (enfim há uma), o sistema Oncoming Lane Mitigation "toma" o volante para si e faz o desvio, trazendo o XC60 para dentro da própria pista e evitando a colisão frontal.

O detector de veículos no ponto cego (Blis) evoluiu, e agora não apenas acende uma luz laranja no retrovisor, como também interrompe o movimento de mudança de faixa se detectar alguém vindo por trás -- no bom sentido.

São itens de segurança que estreiam nele e que serão compartilhados com demais modelos da marca sueca, que aparentemente não pretende perder a fama de fabricante dos carros mais seguros do mundo.

Ambos os recursos de segurança estão confirmados para o Brasil, ainda que como itens opcionais. Lançamento ocorrerá em algum momento do segundo semestre, com preços próximos à casa de R$ 240 mil. Gama de motores, que vai de um diesel de 190 cv a um híbrido de 407 cv, espera por definições.

Ponto H, o X da questão

De acordo com Kerssemakers, não amanhecerá o dia em que apenas SUVs existirão. Todavia, é um estilo que não sairá de moda -- tanto que a Volvo já tem quase pronto o XC40, seu terceiro utilitário, que só espera a pressão em cima do XC60 relaxar para ocupar o pedestal em algum salão, provavelmente o de Frankfurt deste ano.

O que se transformará é a linha convencional que hoje categoriza os modelos, a se tornar cada vez mais borrada. Para o executivo, tudo se resumirá a modelos com baixa ou alta posição ao volante, não importa o estilo da carroceria – que o diga o esquizofrênico S60 Cross Country.

“Trabalharemos com designs híbridos de linguagem visual”, filosofa Kerssemakers.

Não à toa, a silhueta do XC60 pende menos para os contornos de um SUV e mais para o de uma perua. Repare também que suas lanternas são inspiradas não nas do SUV XC90, mas sim nas da perua S90. Falando nela, todo mundo na Volvo e dez entre dez jornalistas pedem sua presença por aqui. Só falta combinar com o consumidor.