Topo

Por R$ 4 mil, até carro usado pode ter ar-condicionado para fugir do calor

Alessandro Reis

Colaboração para o UOL, em São Paulo (SP)

22/02/2017 04h00

Equipamento não é apenas mimo: especialistas já o consideram item de segurança embarcada

Se a cada verão as altas temperaturas sob o sol a pino tornam a vida mais desconfortável, circular dentro de um carro se ar-condicionado também acaba sendo experiência ingrata e até perigosa. Além de dar um refresco aos ocupantes, o equipamento já é considerado por especialistas um equipamento de segurança.

Com o ar-condicionado em funcionamento ideal (cerca de oito graus abaixo da temperatura externa, até o limite mínimo de 23º -- considerando umidade relativa do ar de 50%), o corpo humano se comporta melhor e a concentração ao dirigir e a capacidade de reação aumentam. Já com temperaturas a partir de 27°C, pulsação e temperatura corporal sobem, levando ao cansaço e até à agressividade. Além disso, em dias chuvosos, o equipamento evita o embaçamento dos vidros pela condensação, mantendo a melhor condição de visibilidade.

Para comprar um carro novo com ar-condicionado, o gasto médio é de cerca de R$ 3 mil no item opcional. Para ter carros zero-quilômetro com o equipamento de série, é preciso assinar um cheque de pouco mais de R$ 31 mil (veja abaixo lista com cinco dos veículos mais baratos com o recurso).

Mas dá para incrementar o seu usado e instalar o ar-condicionado em empresas especializadas pagando algo entre R$ 3.300 e R$ 4 mil.

+ Veja também quais são as diferentes tecnologias de ar-condicionado

Como é a instalação

Para modelos mais atuais, são usados kits originais, idênticos aos que vêm em um carro zero com climatização, geralmente com um ano de garantia e preço mais em conta. Em modelos mais antigos, que não dispunham do ar-condicionado nem como opcional quando novos, o jeito é adaptar o chamado "kit universal", a um custo médio de R$ 4.000, por exigir mais tempo e mão de obra.

De acordo com Rodrigo Figueiroa, sócio da Zetti Ar, o serviço inclui a instalação de: compressor, condensador, alternador, jogo de mangueiras, novo chicote elétrico, painel com os botões de comando e, dependendo do modelo, a troca do radiador.

Depois de instalado, o sistema de refrigeração do carro precisa de cuidados para seguir funcionando conforme o esperado. O filtro do ar-condicionado, por exemplo, deve ser substituído regularmente, seguindo os prazos estabelecidos no manual do veículo e conforme as condições de uso -- sua troca sai por aproximadamente R$ 70 em modelos compactos.

Também recomenda-se o serviço de higienização, com aplicação de ozônio, sempre que houver mau cheiro exalando das saídas de ar -- o serviço consiste em remover sujeira, bactérias e fungos que eventualmente se formam na tubulação -- e custa em torno de R$ 120.

"O trabalho geralmente é concluído em um dia, mas a entrega depende da quantidade de clientes a ser atendidos. O diferencial é ter o cuidado de conectar o kit ao módulo de comando eletrônico do automóvel, de forma a garantir sua originalidade".

Segundo Figueiroa, a instalação correta não compromete a garantia original do carro: "Fazemos o serviço inclusive para concessionárias, interessadas em colocar o ar em um usado do estoque de seminovos para facilitar a revenda. Também existem frotistas que nos procuram para instalar ar e direção em carros novos sem o recurso".

De concessionária ou de terceiro

Figueiroa também revela que concessionárias oferecem a instalação do ar-condicionado aos seus clientes, mas terceirizam o serviço em empresas especializadas como a Zetti Ar. Nesses casos, o preço sobe -- e bastante -- para o consumidor final. Vale se informar e pesquisar antes de fechar o serviço.

"Enquanto cobro cerca de R$ 3.300, o cliente paga aproximadamente R$ 5.500 ou mais ao receber o carro na concessionária", alerta o profissional.