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Carro usado: prós e contras da venda direta ao comprador ou para lojistas

Getty Images/iStockphoto/SIphotography
Imagem: Getty Images/iStockphoto/SIphotography

Alessandro Reis

Colaboração para o UOL, em São Paulo (SP)

24/01/2017 12h00

Quem já participou de uma negociação de compra ou venda de carro usado sabe que paciência e precaução são as melhores amigas do bom negócio. Entretanto, a segurança da negociação com um concessionário ou lojista multimarcas acaba afetando a rentabilidade.

Sendo assim, o que é melhor? Seguir a cartilha segura (pelo menos em teoria) das lojas especializadas ou arriscar uma negociação direta com compradores particulares? Esta é uma pergunta com mais de uma resposta.

A segurança da concessionária

Primeiro é preciso avaliar: quem vende tem pressa para se desfazer do veículo e/ou receber o dinheiro? Se a resposta for afirmativa, então será melhor vender para uma empresa especializada, que cuidará de todos os trâmites legais e burocráticos, e estipulará prazos para efetuar o pagamento.

Além de maior velocidade e comodidade desse tipo de negócio, fica mais fácil ingressar com reclamação contra uma empresa estabelecida e com CNPJ em órgãos de defesa do consumidor em casos de descumprimento do acordo.

O principal problema é que lojistas costumam forçar o preço de compra lá para baixo. Como UOL Carros jpa mostrou, os valores podem ser bem inferiores aos da Tabela Fipe.

Venda direta: troque placa por sites

Agora, se a resposta à pergunta do terceiro parágrafo for negativa, a dica é apostar em paciência e disposição para negociar diretamente com o comprador.

"Quanto menos intermediários, melhor. Fazer negócio com um comprador particular possibilita receber um valor maior", analisa Vitor Klizas, presidente-executivo da Jato Dynamics, consultoria especializada em automóveis.

É claro que essa modalidade exige mais trabalho e cuidados a ambas as partes, pois carece de garantias. As partes envolvidas vão assumir riscos e também exercer o papel de intermediário, verificando documentação e estado do veículo, bem como assumindo os custos com todo o processo de transferência.

Contudo, há algumas formas de se precaver. "Por exemplo, o modo mais eficiente de encontrar um comprador não é colocando uma plaquinha de 'Vende-se'. Esse procedimento, na verdade, pode até servir de chamariz para assaltantes", ensina Klizas.

"Atualmente a melhor ferramenta são os sites de compra e venda", prossegue o especialista. Neles é possível, inclusive, pesquisar de forma rápida qual o valor médio do veículo que se pretende vender, de acordo com ano-modelo, equipamentos, estado do automóvel e região.

Pesquisar a procedência do comprador e jamais assinar o DUT (Documento Único para Transferência) -- ou mesmo entregá-lo em branco a cartórios, despachantes ou ao comprador -- antes de receber o dinheiro combinado são outras dicas importantes.

Reconhecer firma em cartório da transação e obter cópia autenticada dos documentos transferidos é obrigatório, pois dará segurança jurídica -- além de serem documentos exigidos para comunicar a transferência ao Detran de seu Estado.

Como vender melhor

Qualquer que seja a modalidade de venda escolhida, alguns fatores sempre vão contribuir para valorizar um carro na hora de passá-lo adiante:

- Ter as revisões em dia

- Quilometragem adequada ao tempo de vida do carro

- Lataria e interior bem cuidados

- Determinados modelos e cores têm mais mercado e, portanto, maior valor de revenda. Tudo isso precisa ser considerado.