Civic Sport poderia ir além daquele 1%, não fosse caro; assista
Na nova safra de sedãs médios do mercado, 99% quer ser perfeito -- abre porta sem a chave para o motorista, trata bem nas curvas com controles de estabilidade e tração, mostra ter grande coração com turbo fortalecendo motores e plataformas modernas para dar segurança, dinâmica e espaço interno. O problema: quem faz isso cobra caro na conta, sempre em torno (mais ou menos) dos R$ 100 mil. O Civic vai além e cobra R$ 125 mil.
Mas existe aquele 1%: é o Civic Sport, versão apresentada na última semana à imprensa especializada e testada por UOL Carros aqui nesta vídeo-reportagem. Foi colocada à venda logo no lançamento da nova geração, há coisa de um mês, junto com as demais versões.
Se a 2.0 EX e EXL (intermediárias de R$ 98.400 e R$ 105.900) e a turbinada e tecnológica Touring (no topo da linha, a R$ 124.900) devem vender mais neste momento, segunda a Honda, com 48% e 28% das entregas, respectivamente, a versão Sport atuará como pacote inicial, com 24% das vendas.
Por que venderá menos? Por conta do preço, acredita UOL Carros, embora o marketing da Honda fale em preferência do comprador por pacotes mais equipados. O Civic Sport parte de R$ 87.900 com câmbio manual de seis marchas (bem interessante, herdado da geração anterior e inspirado na caixa com engates curtos do Si) e R$ 94.900 com câmbio CVT (que equipa todas as demais versões).
Quem se dá bem é o Corolla, que não é tão avançado, mas tem espaço e algumas qualidades. A principal delas, fora a confiabilidade atribuída à Toyota, é o preço inicial: tem versão de R$ 69 mil, que desbanca até irmãos de marca e dá perdido na concorrência. O sedã foi o sexto carro mais vendido do país no mês de setembro.
Sóbrio, nunca vagabundo
Dá para falar abertamente que o Civic inicial é caro, porque é mesmo -- mesmo sendo "de entrada", custa quase R$ 20 mil a mais que o Corolla "equivalente". As aspas ficam por conta do pacote de série que o Civic tem, bem distante do rival. Mas será que isso justifica o disparate?
Grade, detalhes de para-choques e pintura de rodas (215/50 R17) são na cor preta e convivem com friso metalizado apenas no arco das janelas -- nada do excesso das versões EX, EXL e Touring. Na cabine do Civic, painel de instrumentos sem as grandes telas digitais: apenas o velocímetro usa indicação digital, como em relógios dos anos 1980, com conta-giros analógico, como no EX. A leitura, porém, é limpa e clara.
Bancos de tecido escuro e acabamento com apliques plásticos escuros ou metalizados deixam ambiente interno bastante sóbrio. Mais jovial, até.
Daí vem o sobrenome nome Sport usado pela Honda, dando noção de "traje social esporte", não de carro esportivo. É descontraído, nunca vagabundo.
Com seis airbags, assistente de partida em.rampa, ganchos Isofix para cadeirinhas, controles de tração e de handling (o volante tem apenas 2,2 giros de batente a batente -- quase uma volta para cada lado -- e a assitência elétrica da direção se ajusta à velocidade, melhorando o controle), brake hold, LED para lanternas e luz diurna, retrovisores elétricos na cor da carroceria, controle de cruzeiro, ar digital de duas zonas, freio de estacionamento elétrico, tecla Ecom (para antecipar regime de marchas do motor e reduzir consumo) e paddle shifters no CVT.
Há ainda câmera de ré (multivisão), sistema de som (mais simples, com tela de 5 polegadas, mas com Bluetooth e quatro falantes). E o porta-malas é revestido de carpete, e com um pouco mais de capacidade (525 litros contra 519 das outras versões, por não ter revestimento nos braços da tampa).
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