Topo

Jeep Compass Longitude a diesel roda suave e tem bom consumo

André Deliberato

Do UOL, em Goiana (Pernambuco)

28/09/2016 09h00

A apresentação oficial do Compass estava prevista para o Salão de Nova York, em abril, mas a data foi atrasada a pedido do chefão global da Fiat-Chrysler, Sergio Marchionne: tudo para que o modelo tivesse mais tempo de maturação e para que seu lançamento coincidisse com o Salão de São Paulo, em novembro.

Justo, uma vez que o carro tem boa parte de seu projeto pensado no no Brasil, mesmo sendo parte de uma plataforma global -- o modelo também será vendido em outros mercados, a propósito, incluindo China e Estados Unidos. Mas os primeiros a recebê-los serão os brasileiros.

Mas como ele é na prática?

Diferença nos detalhes

Apesar de parecer grandão, o novo Compass é apenas 19 cm maior que o Renegade, 2 cm mais largo e 3 cm mais alto (4,42 m, 1,82 m e 1,72 m contra 4,23 m, 1,80 m e 1,69 m, respectivamente, quando comparadas as versões Longitude a diesel). O entre-eixos também é superior: 2,64 metros contra 2,57 m.

O porta-malas carrega até 410 litros na posição convencional, podendo chegar a 1.191 com os bancos traseiros rebatidos (388 l e 1.181 l, respectivamente, na configuração Trailhawk).

Como no irmão menor, há "easter eggs" -- termo em inglês que significa "ovos de páscoa" e que é usado pela alusão com a descoberta que as crianças devem fazer no Domingo de Páscoa -- espalhados pela carroceria: são mais de 30 detalhes criativos, sem qualquer função, que fazem parte do DNA do novo modelo. Há imagens do monstro do lago Ness no vidro traseiro e até uma lagartixa pendurada no painel, por exemplo.

Tem tudo isso, mas falha ao não oferecer sistema multimídia com opção de espelhamento de celulares ou conexão via AndroidAuto ou CarPlay, algo que até mesmo compactos de entrada já possuem. 

E o comportamento?

Guiar o novo SUV é uma experiência agradável, mas não surpreendente. Não espere as tradicionais torcidas de pescoço nas ruas como acontecem com determinados lançamentos -- e como foi com o Renegade, que tem visual de personalidade inspirado no Jeep Willys. O Compass bebe da fonte do Grand Cherokee, que é belo e imponente, mas preza pela discrição.

Câmbio ZF de nove marchas e motor MultiJet 2.0 a diesel trabalham em sintonia, assim como já acontece no Renegade. UOL Carros rodou por alguns quilômetros com a versão Longitude, de R$ 132.990, que tem no consumo de combustível sua maior virtude: média de 14 km/l.

Derrapada está no conjunto da direção elétrica: extremamente leve, não é progressivo como deveria e pode até incomodar quem viaja com frequência, pois a mesma leveza que se vê no volante durante uma baliza pode ser vista com o carro a mais de 100 km/h -- e isso pode até ser perigoso.

Pontos fortes no interior. A vida a bordo do Compass é refinada, silenciosa e versátil -- há excelente variedade de porta-objetos, incluindo até mesmo um espaço "escondido" sob o banco do passageiro. Trabalho de acústica interno segue o raciocínio: até mesmo na versão a diesel, normalmente mais barulhenta, é difícil ouvir o motor se os vidros estiverem fechados.

Suspensões trabalham de forma suave e dificilmente chegam ao fim de curso, pelo centro de gravidade mais elevado, claro, mas também por conta da qualidade aplicada do sistema. O Compass é o primeiro carro produzido no Brasil a concentrar o nível de tecnologia conhecido de alguns modelos dessa faixa de preços em um só veículos.

Na prática, quem gosta de suvinho e tem pelo menos R$ 130 mil para gastar (lembre-se, estamos falando da versão de entrada com motor a diesel) encontra no Compass mais uma dúvida na cabeça.