Vale poupar R$ 13 mil para ter o Honda HR-V LX no lugar do EXL?
Há vários motivos para se escolher um Honda HR-V neste momento. Há o fator "liquidez" para quem se interessa na revenda: ele já é o SUV compacto mais vendido do Brasil em 2015, e a demanda pode se refletir em melhores preços no mercado de seminovos; o conjunto é equilibrado e com visual agradável; ainda há o fator novidade. Mas e o preço?
Mesmo tendo sido lançado apenas no final de março, com dois meses e meio de desvantagem em relação a Ford EcoSport e Renault Duster, o modelo da Honda emplacou 38 mil unidades até outubro, colocando dez mil carro sobre o EcoSport. Curiosamente, apenas 10% dos compradores escolheram as versões mais baratas. A procura é quase sempre pela EXL, de R$ 92.900, completa e com sistema que permite a espelhar a tela do celular na central multimídia.
Assim, UOL Carros testou a versão LX com câmbio CVT, de R$ 79.700, para responder à questão: vale a pena poupar R$ 13.200 na compra um HR-V?
O pacote
Mesmo mais básica, a versão LX do HR-V inclui bons itens de série: lanternas traseiras em LED; travas e vidros elétricos (com função um-toque e antiesmagamento); freio de estacionamento por tecla; retrovisores com ajuste elétrico; ar-condicionado manual; banco do motorista com regulagem de altura; direção com ajuste de altura e profundidade; computador de bordo; assistente de subida em rampas; controles de estabilidade e tração.
A central multimídia, por sua vez, parou em 2010: sistema de som com quatro alto-falantes (contra seis do Jeep Renegade, por exemplo), pequena tela digital monocromática e conexão com Bluetooth e cabos USB e auxiliar, além de rádio AM/FM e toca-CD.
Na lista de ausências "justificadas" pelos R$ 13 mil estão: câmera de ré, sensor de estacionamento (presente em versões equivalentes de Renegade, Duster e EcoSport), maçanetas cromadas, repetidor de seta e função tilt down dos retrovisores, rack de teto, GPS, central multimídia, piloto automático, couro no câmbio e no volante, comandos multifuncionais e, ainda, airbags laterais.
Como anda
De qualquer maneira, o HR-V LX mantém a dinâmica que fez sucesso em pouco mais de seis meses de mercado: agrada motoristas que buscam suavidade e economia com tocada tipicamente urbana. O motor FlexOne de 1,8 litro, com comando variável simples de válvulas, rende 140 cv de potência e 17,3 kgfm de torque com gasolina, 139 cv e 17,4 kgfm com etanol, suficientes para empurrar os 1.271 quilos da versão sem sofrimento.
Não espere desempenho esportivo, frise-se. Até porque a transmissão CVT (continuamente variável) limita as ações do propulsor, com "gritos" excessivos nas retomadas e atrasos para entender certos comandos no acelerador. Desempenho, em geral, aquém do obtido pela caixa automática de seis velocidades do Renegade flex e à de dupla embreagem (e também seis marchas) do EcoSport, recentemente incorporada às versões 1.6.
Sua grande vantagem é não oferecer trancos: para andar na cidade ou em velocidade de cruzeiro na estrada, próximo às 2.000 rpm, o casamento do trem-de-força fica bastante interessante. Além disso, é um bom câmbio para quem quer economia. Bebendo etanol, UOL Carros obteve autonomia média de 8,2 km/l no ciclo misto, índice bem próximo aos do Inmetro (8.6 km/l na estrada; 7,1 km/l na cidade), que renderam nota A ao modelo.
Suspensões têm limitações, mas estão muito bem calibradas para uso em vias irregulares. Já as rodas de liga leve aro 17 garantem estabilidade. Com isso, mais o uso de plataforma moderna, o SUV rola bem nas curvas, apresentando ótima rigidez.
Dá para afirmar, assim, que HR-V LX CVT é uma escolha interessante para quem deseja praticidade no uso do carro e não liga para tecnologia.
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