Topo

Nissan IDS esconde volante e vira escritório quando anda sozinho

Eugênio Augusto Brito e Redação

Do UOL, em Tóquio (Japão) e São Paulo (SP)

28/10/2015 16h10

Elétricos, autônomos e conectados dominaram a apresentação da Nissan no Salão de Tóquio 2015. Comandada pelo chefão da companhia, o brasileiro Carlos Ghosn, a marca mostrou exemplos de todos os campos das novas tendências automotivas. Segundo o executivo, a marca quer "usar sua liderança em veículos elétricos, que são a base das futuras gerações de carro, para inovar no desenvolvimento de veículos inteligentes e que andam sozinhos".

- Veja mais da Nissan em Tóquio no Instagram 

Prático, Ghosn afirmou que alguém que busca um carro autônomo quer apenas duas coisas: tranquilidade (ao se livrar da ansiedade negativa e do estresse do trânsito pesado) e segurança (ao reduzir ou eliminar a possibilidade de acidentes). E segurança vem antes: "A Nissan será a primeira marca a colocar no mercado japonês, ainda este ano, os primeiros modelos com sistema autônomo de frenagem", afirmou, se referindo ao sistema amplamente usado em carro europeus com câmeras e sensores para evitar o impacto em baixas velocidades, típicos da falta de atenção de motoristas no trânsito urbano.

Em termos gerais, a marca fala que o momento atual é do "sistema de autônomo 1.0", com pequenas funções de auxílio ao motorista, chegando ao "autônomo 2.0" ao final de 2017 e meados de 2018. Um carro totalmente autônomo será visto apenas a partir de 2020, seguindo o movimento global de países desenvolvidos: Japão, China, Europa e Estasos Unidos. No caso dos emergentes, onde o Brasil se enquadra, haverá oferta de partes mais acessíveis da tecnologia.

Meu escritório é na... rua

Em termos de conectividade, a grande estrela da Nissan é o IDS Concept, protótipo de hatchback com sistema autônomo e de interação que permite torná-lo um escritório sobre rodas, com conexão com e-mail corporativo e acesso total a redes sociais.

Surpreendente, o volante é formado por três peças independentes (a base e duas empunhaduras nas laterais) e retráteis, lembra o híbrido de manche de avião e controle de videogame. Quando não está em uso, é automaticamente recolhido dando espaço para tela multimídia tátil, em forma de tablet, e display de alta resolução no painel. Central eletrônica é capaz de "ler" o estilo de direção de seu dono, replicando-o no modo autônomo. Um aplicativo no celular permite que o carro se auto-estacione e vá buscar o dono em qualquer local. Um painel no para-brisa "cumprimenta" motorista e passageiros na aproximação.

Se ainda assim o condutor quiser guiá-lo manualmente, terá o auxílio de todo tipo de assistências eletrônica, como análise de melhores rotas, reconhecimento de novos caminhos, controle automático de freios control, detecção de obstáculos e de pedestres. 

Ainda não há detalhes sobre a motorização. A única informação disponibilizada pela Nissan é que a bateria tem capacidade de 60 KWh

Carro é sala de encontro

Para a nova geração, o conceito Teatro for Dayz é um keydosh car (os pequenos carro japoneses) totalmente conectado e customizável. O interior é clean e assume cores e iluminação definidos pelos usuários no celular. Bancos são como sofás de um lounge da balada, permitindo conversa intimista em viagens.
 
Também conceitual, o superesportivo 2020 Vision GT já pode ser dirigido no jogo GranTurismo, do PlayStation, mas só apontará nas ruas reais em cinco anos. Ainda assim, é possível ler em sua carroceria alongada um sucessor para o GT-R atual.   
 
De forma mais prática, o novo Leaf, em sua terceira geração (ou "3.0" para seguir o tema da coletiva) não muda muito visualmente, mas tem sua autonomia elétrica quase que dobrada, subindo a interessantes 280 quilômetros com uma carga (é de 160 km no modelo atual, que circula no Brasil) . No Japão, começa a ser vendido em novembro, chegando em 2016 a outras partes do mundo.
 
* Viagem a convite da Anfavea