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Civic perde conservadorismo e ganha turbo no Brasil em 2016

Eugênio Augusto Brito<br>Leonardo Felix

Do UOL, em Frankfurt (Alemanha) e São Paulo (SP)

17/09/2015 12h34Atualizada em 17/09/2015 19h27

Mais arrojo, menos críticas, mais vendas. Este é o mote da Honda ao apresentar, nesta quinta-feira (17), a décima geração do Civic, que será realmente global -- o modelo atual tem diferenças pontuais de visual e equipamento para agradar desejos específicos de cada mercado.

O Brasil receberá o carro no segundo semestre de 2016 e terá, entre outras novidades, o uso de motor 1.5 turbo flex em substituição à atual linha de aspirados -- fontes internas haviam apontado o desenvolvimento deste motor desde o surgimento da nona geração no país, em 2012. 

Procurada por UOL Carros, a assessoria da divisão brasileira confirmou, por ora, apenas a chegada no final do próximo ano. Nossa aposta é de que a apresentação oficial ocorrerá no Salão de São Paulo, em outubro, com início de produção e vendas na virada de 2016 para 2017. Vale lembrar que o Civic atual foi re-estilizado em junho do ano passado.

Mundialmente, o novo Civic foi apresentado nesta quinta a jornalistas americanos em Detroit. Em outubro, deve aparecer no Salão de Tóquio. No mês seguinte, prepara a chegada definitiva às lojas dos EUA no Salão de Los Angeles.  

Décima geração do Honda Civic - Divulgação - Divulgação
Traseira é parte mais arrojada do novo Civic, com traços futuristas que lembram o melhor (ou o pior) das séries de ficção científica japonesas dos anos 80
Imagem: Divulgação

Contra-ataque

As primeiras imagens oficiais do novo CIvic confirmam o que o conceito do Salão de Nova York, apresentado em abril, e  alguns flagras mais recentes já haviam antecipado: o arrojo voltou, talvez de forma até exagerada.

Quando a oitava geração do Honda Civic ganhou vida, em meados dos anos 2000, chamou a atenção por seu estilo mais arrojado: os faróis afilados, a frente "bicuda", o para-brisa posicionado em ângulo mais horizontal e a traseira recuada deram ar jovem e avançado ao sedã. O resultado foi um enorme sucesso de vendas, inclusive no Brasil.

Na troca para a nona geração, em 2012, a fabricante seguiu caminho oposto: com medo de errar a mão na fórmula bem-sucedida que tinha em mãos, pecou pelo excesso de conservadorismo e mostrou um carro já sem o mesmo charme de antes.

Recebeu muitas críticas por isso (especialmente nos Estados Unidos) e, por aqui, foi dominado pelo arquirrival Toyota Corolla em vendas. 

Mudou bastante 

Os elementos visuais típicos da Honda estão ali, como o conjunto óptico integrado à grade frontal formando a silhueta de "asa sólida", linguagem de estilo da marca -- a grade, porém, inclui uma pesada barra cromada, que se destaca entre os demais componentes e integra o logotipo da Honda. O capô foi elevado e ganhou em robustez, com queda abrupta de altura já bem próximo à ponta.

Na parte de trás, todavia, é que se encontram as mudanças mais profundas: o caimento do teto é praticamente o de um cupê, com vidro bastante recuado. As lanternas continuam bipartidas, mas agora possuem assinatura em formato de gancho, com filetes internos que se integram à pontuda quina da tampa do porta-malas.

Décima geração do Honda Civic - Divulgação - Divulgação
Foi-se o painel em dois níveis e a disposição coreana das saídas de ar; painel do novo Civic está mais limpo e funcional
Imagem: Divulgação
O desenho musculoso do para-choque e a posição elevada da linha de cintura a partir da coluna C ajudam a dar tom futurista ao visual na traseira, tendência já vista em outros modelos orientais como o Toyota Prius. Sim, é visual de "carro do futuro do passado", típico dos anos 1980 e de filmes como "De Volta para o Futuro" ou séries ao estilo "Jaspion". 

Com a mudança de plataforma, o Civic vai ficar 3 cm maior no entre-eixos e 5 cm mais largo, o que significa aumento de espaço interno para pernas e ombros. A altura, porém, foi reduzida em 2,5 cm. A montadora promete ainda um carro 25% mais rígido nas curvas e aerodinamicamente mais eficiente.

A disposição do painel está mais limpa: o painel em dois níveis foi abandonado e, em seu lugar, a Honda apostou em saídas de ar maiores e acima dos comandos do console. O quadro de instrumentos tem amplo painel digital e o sistema multimídia agrega tela de toque de 7 polegadas, com função de espelhamento de celular e conexão com CarPlay (Apple) e Android Auto (Google).

Sistema de iluminação com LEDs e tecnologias como frenagem de emergência, alerta de mudança de faixa e piloto automático adaptativo farão parte do pacote para o modelo americano. Versões de entrada continuam equipadas com o 2.0 aspirado de 158 cv. Nos EUA, a transmissão será manual de seis marchas ou CVT (continuamente variável). Por aqui, deve ser mentido o câmbio manual de cinco marchas.