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Chery vai "deixar de ser chinesa" para ser toda brasileira em 2017

Arrizo, baseado no protótipo Alpha 5, seria chance da Chery inovar... problema é bater de frente com Corolla e Civic, líderes do segmento de sedãs médios - Carlos Barria/Reuters
Arrizo, baseado no protótipo Alpha 5, seria chance da Chery inovar... problema é bater de frente com Corolla e Civic, líderes do segmento de sedãs médios Imagem: Carlos Barria/Reuters

André Deliberato

Do UOL, em Xangai (China)

21/04/2015 17h34

A Chery trabalha para reformular toda sua linha de automóveis oferecida no Brasil, como UOL Carros já informou. Agora, é hora de detalhar o plano: a nacionalização da dupla de Celer (hatch e sedã) serviu como introdução de toda uma linha "made in Jacareí", cidade paulista onde a marca chinesa construiu sua fábrica no Brasil. De lá, além de Celer (hatch, sedã e Desert, o aventureiro), virão New QQTiggo 3 e Tiggo 5. A ideia é que todos sejam locais já em 2017. Depois, a foco será aumentar a nacionalização (uso de peças feitas no Brasil) de cada modelo e conquistar cada vez mais o consumidor brasileiro -- leia-se vender mais.

De cara, o objetivo da empresa é introduzir o novo QQ, a profunda e maior reestilização do subcompacto. O modelo chega ainda este mês importado da China: lote de 1.000 unidades já desembarca em lojas brasileiras, já que os "pedidos eram grandes", diz a marca. Até outubro, a versão brasileira será produzida em Jacareí.

Conhecido por UOL Carros há dois anos --  durante o Salão de Xangai 2013 -- e apreciado pelo público no último Salão de São Paulo, em outubro, o New QQ atrasou (era para ter sido lançado ainda em 2014) por conta da instabilidade do dólar, mas desta vez a marca garante que não haverá mudanças. Sob o capô, com motor 1.0 Acteco de três cilindros, 69 cv e 9,3 kgfm, já existente na gama atual. A diferença é que no modelo de cara renovada (tanto no importado como no brasileiro) ele será flex. Após a substituição do antigo pelo novo, o defasado motor quatro-cilindros 1.1 de 68 cv  sai de cena.

Duas unidades camufladas do novo QQ aguardam estreia na fábrica da Chery, em Jacareí (SP) - Lucas Lacaz Ruiz/A13 - Lucas Lacaz Ruiz/A13
Camuflado em Jacareí (SP), New QQ já esteve até no Salão de SP, em 2014, mas atrasou
Imagem: Lucas Lacaz Ruiz/A13

Sedã ou SUV?

Sedã médio com linhas que lembram modelos da Audi, o Arrizo ainda passa pela fase de estudos. Executivos brasileiros que conversaram com UOL Carros na China admitem, porém, ter pessimismo quanto ao cenário do segmento no país, por conta da dominação praticada por dois carros japoneses -- Toyota Corolla e Honda Civic -- e também pela forte tendência de queda provocada pela leva de SUVs compactos recém-chegados.

Assim, o caminho é mais favorável aos SUVs Tiggo 3, vendido no Brasil desde 2009, e que passará por uma repaginação visual (apenas na dianteira) no ano que vem, e Tiggo 5, que ganhou carinhosamente o apelido de Tiggão pelo público, mas que depende de maior estabilidade do dólar para desembarcar. A ideia era importá-lo da China antes de ele começar a ser feito na fábrica de Jacareí, mas ao que tudo indica, este plano subiu no telhado.

Fontes ligadas à Chery revelaram a UOL Carros durante o Salão de Xangai 2015 que o modelo deverá beirar os R$ 80 mil por conta da "grande quantidade de equipamentos" que será oferecida no pacote de itens de série, inclusive o câmbio CVT, algo ainda não disponível em seu maior rival, o JAC T6. Quem largar antes terá mais chances de sucesso. Quanto maior a demora, maior o fracasso.

Chery Tiggo 5 é observado em estande da marca no Salão de Xangai 2015 - Ng Han Guan/AP - Ng Han Guan/AP
Tiggo 5 já tem até apelido (Tiggão), mas demora em chegar pode derrubar atratividade
Imagem: Ng Han Guan/AP

Viagem a convite da JAC Motors Brasil