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Chery vai produzir Tiggo 5 no Brasil em 2016; importado chega em 2015

Tiggo 5 não veio ao Salão de SP a passeio: será o 3º modelo brasileiro da Chery  - Murilo Góes/UOL
Tiggo 5 não veio ao Salão de SP a passeio: será o 3º modelo brasileiro da Chery Imagem: Murilo Góes/UOL

Leonardo Felix

Colaboração para o UOL, em São Paulo (SP)

12/12/2014 18h35

Não foram poucas as especulações de que o Tiggo 5 ganharia o Brasil. O SUV médio, mostrado no Salão de São Paulo 2014 e que é uma espécie de configuração mais robusta do Tiggo já existente por aqui, será produzido na fábrica de Jacareí (SP), a partir do primeiro trimestre de 2016. Antes, já no segundo semestre do ano que vem, virá importado da China.

Foi o que confirmou o vice-presidente da marca no Brasil, Luis Curi, em almoço com jornalistas nesta sexta-feira (12).

Fontes da montadora acrescentaram a UOL Carros que, para não haver confusão entre os Tiggo 5 e 3 (número que identifica o jipinho que já está no país), o "Tiggão" deve ser rebatizado em sua chegada, enquanto o "Tigginho", que será reestilizado também na segunda metade de 2015, continuará com o mesmo nome.

O futuro utilitário nacional, que chega para brigar com Hyundai ix35 e JAC T6, usará um propulsor 2-litros de 16 válvulas, com duplo comando variável e injeção multiponto digital, capaz de gerar 139 cavalos de potência. O câmbio é manual ou CVT (continuamente variável). Segundo Curi, este último tipo de transmissão também vai equipar o Celer a partir do fim de 2015. 

Chery Tiggo 5 - Murilo Góes/UOL - Murilo Góes/UOL
Favor não confundir o "Tiggão" 5 com o "Tigginho" 3, já vendido no Brasil; marca preferiu nacionalizar o maior deles, para fugir da fortíssima concorrência no segmento de SUVs compactos em 2015, que terá Ford EcoSport, Renault Duster, Jeep Renegade e (talvez) Peugeot 2008 comandando o mercado
Imagem: Murilo Góes/UOL
Selada a produção nacional do Tiggo 5, a Chery fecha a tríade de produtos para alavancar a primeira fase de sua instalação no Brasil, junto com o Celer e o QQ. O primeiro terá o lançamento da versão nacional entre fevereiro e março; já o segundo ganha facelift semanas antes, ainda importado, e passa a ser montado aqui no terceiro trimestre.

Com isso, a fábrica do Uruguai, que faz montagens em CKD, ficará mais livre para apostar em outros produtos, como o próprio "Tigginho" e o sedã Arrizo 7, outro fortemente cotado a pintar no Brasil.

Enquanto define com quais armas vai brigar, a Chery faz projeções ambiciosas em curto prazo: prestes a fechar 2014 com cerca de 9 mil unidades emplacadas no país, a montadora chinesa quer "montar 30 mil veículos já em 2015; 50 mil em 2016; e atingir o limite de 150 mil unidades/ano até 2020", conforme explicou Curi.

PARQUE INDUSTRIAL
No Salão de São Paulo, UOL Carros registrou que o objetivo da Chery é construir carros com índices próximos aos 100% de nacionalização. Para isso, além de criar uma fábrica de motores e um Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Jacareí, a marca promete formar o "Parque Industrial da Chery" na região, chamando várias empresas de fornecimento de peças, a maioria da China, para se instalar na região. 

"Duas companhias já toparam o convite, e outras três estão em negociações adiantadas. Também vamos chamar outras", declarou Curi, que não entrou em detalhes sobre os nomes e a área de atuação dessas fornecedoras. 
Fábrica da Chery em Jacareí (SP) - Divulgação - Divulgação
Chery não quer só ter fábrica em Jacareí: quer criar um polo industrial com fornecedoras, para fugir da oscilação do dólar e montar carros 100% nacionais
Imagem: Divulgação
O motivo para tanto empenho não é só amor ao Brasil. "Queremos fugir das oscilações do dólar", frisou o executivo. Com custos estabilizados, a divisão brasileira ficaria competitiva o suficiente para se tornar o centro de exportação da Chery para toda a América do Sul (Argentina, Uruguai, Chile, Colômbia, Equador, Venezuela e Peru estão na mira).