Fabricante de airbag fez testes, detectou problema, mas o escondeu, diz NYT
A fabricante japonesa Takata fez testes secretos com airbags nos Estados Unidos em 2004, depois do relato de um caso de ruptura da bolsa e dispersão de fragmentos metálicos após impacto, causando ferimentos ao passageiro. Os resultados -- alarmantes, segundo a descrição do The New York Times -- foram apagados dos computadores dos técnicos envolvidos, e todas as unidades testadas foram descartadas.
Segundo o jornal americano, as revelações partiram de dois funcionários da empresa que participaram dos testes. Ambos pediram anonimato, pois ainda trabalham para a Takata. Os airbags -- cerca de 50 -- foram retirados de carros já transformados em sucata. Dois deles apresentaram o problema: durante a abertura da bolsa, um tubo metálico que contém o agente propelente (um gás) se partiu, projetando fragmentos que rasgaram o tecido e que atingiriam o passageiro supostamente protegido pelo dispositivo de segurança.
Os funcionários disseram ao NYT que, após esse teste, se prepararam para o que parecia ser um óbvio caso de recall do equipamento defeituoso. No entanto, ordens superiores os obrigaram a se desfazer dos resultados. Somente quatro anos depois, em 2008, aconteceu o primeiro chamado oficial para eventuais reparos e substituição de airbags da Takata.
Onze fabricantes de carros, entre elas, Toyota, Honda, Mazda e BMW, fizeram recalls de mais de 14 milhões de carros equipados com airbags da Takata. Ao menos quatro mortes foram ligadas ao defeito; os casos de ferimentos chegam a 139, vários deles com relatos de que, ao romper após inflar, os airbags espirraram pedaços de metal e/ou produtos químicos nos ocupantes do carro.
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