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Kia pede carinho do governo e mostra Soul elétrico e novo Sorento no Salão

Soul elétrico se carrega no Salão, mas só roda se o governo der a mão à Kia - Ivan Ribeiro/Folhapress
Soul elétrico se carrega no Salão, mas só roda se o governo der a mão à Kia Imagem: Ivan Ribeiro/Folhapress

Alessandro Reis

Colaboração para o UOL

29/10/2014 19h44

A Kia trouxe para o Salão do Automóvel um estande cheio de carros bons e bonitos, torcendo pela possibilidade do Brasil vir a ter regras menos duras para carros importados -- toda sua linha de automóveis da marca vem da Coreia do Sul, com acréscimo de 30 pontos percentuais sobre o IPI (Imposto sobre  Produtos Industrializados) para todas as unidades além da cota de 4,8 mil veículos anuais.

Em 2011, antes do Palácio do Planalto pesar a mão sobre os importados, a Kia chegou a vender 80 mil automóveis no país. Agora, em 2014, esse número não deve passar de 22 mil unidades, por conta da sobretaxação que deixa os preços mais altos. Um Kia Soul custa quase R$ 90 mil, mas era vendido na casa dos R$ 60 mil quanto chegou ao Brasil.

"A Kia foi a marca que mais perdeu com o aumento na carga tributária", afirmou Gandini, repetindo o pensamento que é quase seu mantra desde o último Salão de SP. A novidade, agora, é que o executivo tem esperança de ver uma revisão das regras em março de 2015. E não apenas para carros convencionais, mas também para modelos elétricos e híbridos. "O que peço [ao governo federal] é que a cota seja reestudada e que veículos híbridos e elétricos importados fiquem livres dos 30 pontos adicionais de IPI”, completa. 

Duas das atrações da Kia no Anhembi são, justamente, modelos "verdes", cujo lançamento no Brasil depende justamente de incentivos que viabilizariam a venda: uma versão totalmente elétrica do Soul, que promete autonomia média de 200 km com uma só carga e que, ao término desta, pode ser recarregado em tomadas de 220V em menos de cinco horas.

A mesma expectativa fica por conta da versão híbrida do Optima, que tem consumo médio de 15 km/l na cidade graças à combinação de motor a gasolina com elétrico, diz a Kia.

SEM FÁBRICA
A marca informa, também, que os planos de fábrica no Brasil estão parados por ora. Tudo vai depender do aumento nas vendas da montadora por aqui no futuro.

MUNDO REAL TEM NOVO SORENTO
Voltando ao mundo real, a montadora coreana também exibe no estande dois modelos que, estes sim, estão com estreia confirmada no Brasil: as novas gerações da minivan Carnival e do SUV Sorento.

Mostrado pela primeira vez no começo de setembro, no Salão de Paris, o Sorento mudou profundamente, ganhando um visual bem mais arrojado e crescendo em todas as dimensões: ele ganhou 9,5 cm no comprimento, passando para 4,8 metros; foram mais 5 mm na largura, totalizando 1,89 m; e ficou 1,5 cm mais baixo,  chegando a 1,68 m. Na distância entre-eixos, ganhou 8 cm -- agora, são 2,78 m.

O câmbio é sempre automático de seis marchas e os motores podem ser 2.4 de 171 cv ou V6 3.5 de 270 cv. A novidade recebeu novas tecnologias, como detectores de "ponto cego" e abertura elétrica da tampa do porta-malas.

Já a novíssima Carnival tem estreia estimada para março do ano que vem e foi totalmente redesenhada, ganhando um aspecto bem mais moderno e alinhado com a linguagem visual dos lançamentos recentes da Kia. Com motor V6 3.3 de 270 cv e transmissão automática de seis marchas, ela ganhou luzes diurnas e lanternas de LEDs, rodas de liga leve de 19 polegadas e aumento de 4 cm na distância entre-eixos -- altura e comprimento foram praticamente inalterados. Como antes, o espaço interno é amplo, para até oito pessoas.

Apesar de não divulgados, preços não devem variar muito para os modelos atuais, se o cenário não se modificar: o Sorento atual custa R$ 109.900, enquanto Carnival parte de R$ 159.900.

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Imagem: Alessandro Reis/UOL