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Audi A3 Sport lidera em maio chegada da nova geração ao Brasil

Bem equipado, modelo deve ter dificuldades em se manter na faixa atual, que vai de R$ 110 mil a R$ 120 mil - Sauer Stefan/Divulgação
Bem equipado, modelo deve ter dificuldades em se manter na faixa atual, que vai de R$ 110 mil a R$ 120 mil Imagem: Sauer Stefan/Divulgação

Eugênio Augusto Brito

Do UOL, em Ingolstadt (Alemanha)

14/03/2013 10h18

A Audi afirmou que precisa de um carro de volume real -- algo que o chique e econômico A1 não chega a ser -- para crescer a contento no Brasil e que sua aposta é na volta da "dobradinha" A3/Golf sendo produzida em São José dos Pinhais (PR). Antes, bem antes, porém, a nova geração do hatch médio premium precisa estrear no país, ainda por importação.

Acontece que a ida do novo A3 aí para o Brasil está atrasada, de novo. A previsão inicial (vendas a partir de março) foi revista há algum tempo (seria para abril) e modificada novamente agora: o Audi A3 Sport 2013, de duas portas, chega em maio; depois, é a vez do A3 Sportback 2013 (quatro portas), em junho. Ambos serão movidos pelo motor 1.8 TFSI (turbo com injeção direta de gasolina), de 180 cavalos e 28,5 kgfm de torque (a mesma força do A3 2.0 atual), gerenciado pelo câmbio S-Tronic, automatizado de sete marchas e dupla embreagem.

Mais tarde, em meados do segundo semestre, será a vez do A3 de quatro portas com motor 1.4 de 122 cavalos do A1 -- a Audi ainda trabalha na homologação do 1.4 de 140 cavalos, 25,5 kgfm de torque e desligamento de cilindros (pode funcionar com apenas dois dos quatro cilindros quando a necessidade de potência for menor que a de economizar combustível). A inédita configuração sedã, que ainda será apresentada oficialmente e vai estrear na Europa no segundo semestre deste ano, iria ao Brasil apenas em algum momento de 2014.

Segue o mistério do preço. A Audi diz ainda estudar a adequação do novo carro entre o atual patamar de valores e a nova demanda do mercado. O fato é que a marca precisa realmente pensar em quanto vai cobrar pelo novo carro para mantê-lo atrativo: a BMW oferece uma das versões do Série 1, principal rival do A3, a R$ 89.950. Ainda que extremamente bem equipado, o novo A3 pode ter dificuldades em se manter na faixa atual, que vai de R$ 110.000 a R$ 120.000.

PERNA DE ATLETA, CARA DE NERD
UOL Carros já havia experimentado a nova geração do hatch A3 em novembro, durante o lançamento mundial da configuração Sportback (quatro portas) no principado de Mônaco. Agora, foi a vez de andar no A3 Sport, variante de duas portas que desembarca primeiro no Brasil.

Mais curto que o A3 de quatro portas, o A3 Sport também é mais "apertado": são 4,23 metros de comprimento com 2,60 m de entre-eixos -- o Sportback mede 4,31 m por 2,63 m. Apesar das medidas menores e do acesso mais complicado ao banco traseiro, dois adultos de até 1,80 m só têm complicação se viajarem atrás de alguém com mais de 1,90 m, já que até este limite todos contam com bom espaço para pernas, ombros e cabeça, apesar de uma certa sensação de falta de ar por conta das janelas fixas. A grande perda do A3 Sport está mesmo no porta-malas, que cai de 380 para 365 litros.

Pouco muda no desempenho, porém, uma vez que o carro é apenas 30 quilos mais leve que sua configuração com mais portas -- e aqui percebe-se como a Audi se esmerou no trabalho de fazer o A3 maior perder peso. Assim, ficamos com a mesma sensação percebida durante o teste do Sportback.

O novo A3 é um carro equilibrado, que pode andar forte sempre que o motorista quiser, mas que no geral vai se comportar como se estivesse sobre trilhos, com trabalho suave (mas eficiente) de suspensão, que em nada lembra a rigidez mais esportiva do rival BMW Série 1. Colabora para isso a faixa branda de rotações do motor, sempre na faixa do 1.500 giros e que cai a zero a cada parada no semáforo, graças ao recurso start/stop.

Quem escolher o novo A3, porém, o fará mais pela enorme lista de recursos embarcados do que pela verve de atleta. E são muitos auxílios ao motorista, desde os sensores de estacionamento com câmera, de luz (os faróis só utilizam LEDs) e de chuva, internet 3G com conexão às redes sociais e aos mapas do Google e compartilhamento com celulares, tela escamoteável de sete polegadas, piloto automático adaptativo completo (frenagem e aceleração automáticos programáveis) ao bloqueio eletrônico cruzado do diferencial.

Assim, fica fácil perceber que se o A3 Sport oferece menos espaço e no geral é mais hi-tech que atleta, fica fácil chegar à conta pretendida globalmente pela Audi, que fala sempre em um mix de 80% das vendas para o A3 de quatro portas e apenas 20% para o de duas portas.

A Audi fala ainda em velocidade máxima de 232 km/h, com aceleração de 0 a 100 km/h feita em 7,2 segundos e consumo combinado de 18 km/l. De toda forma, no teste de 200 quilômetros feitos por UOL Carros, com velocidade limitada a 240 km/h (alcançáveis em alguns pontos das rodovias alemãs) e clima externo em torno dos 4ºC (forçando o uso forte de aquecimento na cabine), a média obtida ficou em torno dos 11,5 km/l.

Viagem a convite da Audi