Parati não acabou, diz Volkswagen; mas não adianta tentar comprar uma
A Volkswagen não vende mais a station wagon Parati a pessoas físicas. Concessionárias da marca já nem se dão ao trabalho de elencar o modelo entre suas ofertas de novos. No entanto, a posição oficial da fabricante é a de que a station continua, sim, a ser fabricada e vendida normalmente.
A afirmação da Volkswagen não desmente o que disseram alguns vendedores ouvidos por UOL Carros nesta segunda-feira (16): "Esse carro, agora, só vai para o governo", disse um. Outro falou em "venda a taxistas". A única possibilidade de uma pessoa física conseguir uma Parati seria por encomenda -- resta saber se alguém teria ânimo para isso.
Uma consulta aos números da Fenabrave (associação dos revendedores) revela que, das 1.986 unidades da Parati emplacadas em todo o Brasil neste ano, até o final de junho, apenas 20 não foram vendidas a frotistas -- ou seja, pessoas jurídicas levaram 1.966 carros (99% das vendas).
No ano passado não foi assim. De 4.813 unidades da Parati emplacadas no país, 2.918 foram para pessoas jurídicas (60%); em 2010 também não: naquele ano a perua vendeu 7.025 unidades, sendo 3.849 a pessoas jurídicas (55%). Os dados falam por si: para o comprador comum, a Parati "tem, mas acabou".
Rumores sobre o fim da produção da Parati não são novidade. Ganharam músculo com a informação de que a Volks pretende mostrar um Gol G5 de duas portas ainda este ano, o que subentende a aposentadoria do Gol G4 e de sua plataforma -- a mesma da perua.
Esta não seguiu a reformulação do "primo" em 2008, e também não acompanhará o facelift de Gol e Voyage a ser mostrado nesta terça-feira (17) pela Volks, em Florianópolis (SC), com cobertura de UOL Carros. Mas, ao menos em tese, a perua está no ano-modelo 2013 (assim como Gol e Voyage, aliás).
Vale notar que o sempre confiável site Autos Segredos, do jornalista mineiro Marlos Ney Vidal, publicou no último dia 12 que a Parati deixou de ser fabricada no final de junho.
ONDE ESTÁ A PARATI?
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NA VOLKS, ELA VIVE
No entanto, no site da Volkswagen do Brasil a Parati ainda é dada como bem viva, embora o slogan do modelo pareça fora de compasso com o mercado: "A station mais jovem do país". O carro foi lançado há 30 anos e substituiu a Variant II -- que, assim como a Brasília (aposentada pelo Gol), é lendária representante da velha Volks (ainda tinha motor traseiro refrigerado a ar).
Na web, a Parati é oferecida em duas versões, a básica e a Surf, mais esportiva, que equivale às variações cross da gama da Volks. Os preços anunciados dão uma ideia do porquê de a Parati ter seu fim quase certamente selado para este ano: a de entrada custa R$ 39.813, e a Surf começa a inacreditáveis R$ 47.477, chegando a R$ 51.392 se dotada de trio elétrico e som com entrada USB. O motor é 1.6, sem a calibragem do VHT que equipa o Gol G5, Polo, SpaceFox e Golf (ou seja, tem menos potência e menos torque).
Para entender como o preço da Parati é irreal, basta notar que a SpaceFox Sportline (topo de gama) com câmbio automatizado e motor 1.6 VHT parte de R$ 54.941 -- também segundo o site da Volks.
A Parati surgiu em 1982 para fazer parte da família do Gol "Caixinha", que incluiu também Voyage e Saveiro. Seu principal apelo era a um certo público jovem que desejava espaço extra para bagagem (para levar, por exemplo, pranchas de surfe). Exatamente o mesmo mote publicitário da SpaceFox.
A station sobreviveu à Quantum, perua grande oriunda do Santana com a qual conviveu numa boa -- mas não ficou à tona quando a maré das minivans e dos SUVs começou a subir no Brasil.
O curioso é que, apesar do iminente fim da Parati, a Volks continua sendo a marca que mais oferece opções de station wagon no Brasil: a citada SpaceFox e, importadas, Jetta Variant e Passat Variant.
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