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Chevrolet Spin finalmente é revelada; preços partem de R$ 44.590

Chevrolet Spin LTZ: sua versatilidade é um fato e seu preço é matador; é isso que você quer?  - Murilo Góes/UOL
Chevrolet Spin LTZ: sua versatilidade é um fato e seu preço é matador; é isso que você quer? Imagem: Murilo Góes/UOL

Claudio Luis de Souza

Do UOL, em São Paulo (SP)

28/06/2012 10h02Atualizada em 28/06/2012 18h45

A General Motors apresentou nesta quinta-feira (28) a Chevrolet Spin, minivan que substitui Meriva e Zafira no Brasil. O carro divide plataforma com o sedã Cobalt e oferece versões de cinco e sete lugares. Na noite de quarta a fabricante mostrou o carro num megaevento para a imprensa especializada, em São Paulo, mas anunciou seus preços somente agora. São eles:

- Spin LT (cinco lugares) M/T: R$ 44.590
Ar-condicionado, direção hidráulica, câmbio manual de cinco marchas, ABS (antitravamento) e EBD (distribuição de frenagem), duplo airbag, vidros e travas elétricas, ajuste de altura do banco do motorista e do volante, luz de seta auxiliar e rodas aro 15.

- Spin LT (cinco lugares) M/T com opcionais: R$ 45.990
O pacote anterior com rodas de alumínio de 15 polegadas, rádio com CD Player, MP3 e Bluetooth.

- Spin LT (cinco lugares) A/T: R$ 49.690
Acresce ao anterior a transmissão automática de seis marchas e o piloto automático.

- Spin LTZ  (sete lugares) M/T: R$ 50.990
Os itens da LT intermediária, mais terceira fileira de bancos, rack de teto, computador de bordo, sensor de estacionamento e controles no volante.

- Spin LTZ  (sete lugares) A/T: R$ 54.690
Acresce transmissão automática de seis marchas e piloto automático.

Desde sempre a imprensa tratou a Spin como minivan, mas a GM prefere dizer que seu novo modelo é um MPV -- sigla em inglês para "veículo de uso múltiplo". Por isso a fabricante trata o carro no masculino: "o" Spin, em vez de "a" Spin. No entanto, UOL Carros prefere usar MPV (ou multivan) para carros como Fiat Doblò, Renault Kangoo e Peugeot Partner. Acostume-se: aqui a Spin será "mulher" e minivan. 

Como visto acima, a lista de equipamentos do modelo traz, de série, o pacote básico para carros nessa faixa do mercado: ar-condicionado, direção com assistência hidráulica, freios com ABS (antitravamento) e um par de airbags que protege apenas motorista e passageiro -- os eventuais cinco ocupantes extras não contam com o dispositivo. Em "compensação", há exatos 32 porta-trecos espalhados pela cabine, segundo a conta da própria GM.

O porta-malas comporta 710 litros na versão LT (de cinco lugares), caindo a meros 162 litros na LTZ (por conta dos dois lugares extras, perfazendo sete assentos). Com o rebatimento dos bancos de passageiros, a capacidade para bagagem sobe a 1.668 litros e, de acordo com o vídeo de divulgação, permite abrigar até mesmo uma bicicleta, desde que deitada. As rodas da Spin podem ser de alumínio, mas o aro mede sempre 15 polegadas -- o que faz elas "sumirem" na musculosa carroceria. 

Assim como o irmão Cobalt, a Spin é -- pelo menos neste primeiro momento -- carro novo com motor velho. O sedã é vendido com propulsor 1.4, e a minivan estreia com bloco 1.8. Apesar de ajustes na calibragem, ambos são velhos conhecidos da gama Chevrolet, tanto que vêm batizados de Econoflex. O motor da Spin entrega 106 cavalos com gasolina ou 108 cavalos com etanol a 5.400 rpm, valor comum em unidades menores, de 1,4 a 1,6 litro. O torque máximo é de 16,4 kgfm com gasolina e 17,1 kgfm queimando etanol a 3.200 rpm; segundo os engenheiros da GM, 90% da força está disponível entre 2.500 e 4.700 giros.

Os câmbios disponíveis são manual de cinco marchas -- o mesmo que comanda o Cobalt -- e automático de seis -- este semelhante ao utilizado no Sonic (o mesmo de Captiva e Cruze), com opção de trocas manuais.

No visual a Spin reproduz traços do Cobalt, como as linhas e os volumes que deixam as caixas de roda mais massudas. A dianteira tem robustez de utilitário (no caso, a picape S10), mas a traseira procurou garantir espaço vertical para o bom aproveitamento dos sete lugares, e por isso não combina muito com o restante do corpo: ela é estreita e com lanternas pequenas (algo sugerido há tempos nos inúmeros flagrantes do modelo publicados por UOL Carros. A Spin mede 4,36 metros, e sua altura é de 1,66 metro, independentemente da quantidade de lugares. O espaço entre-eixos é idêntico ao do Cobalt: 2,62 metros.

  • Murilo Góes/UOL

    Desenvolvida no Brasil e a caminho de mais de 40 países, Spin é um produto típico da nova fase da GM: cumpridor e sem "frescuras". Tem de ver se isso é suficiente...

  • Murilo Góes/UOL

    O interior tem desenho elegante e cores claras; terceira fileira de bancos e 23 possíveis posições para seu uso mostram inteligência de mercado do projeto

O interior é semelhante ao do Cobalt e consolida a opção da GM por equipar seus novos modelos com alguns instrumentos digitais: a tela que reúne velocímetro, marcador de combustível e computador de bordo é a mesma usada no sedã e também na gama Sonic (o conta-giros, analógico, é diferente nos três modelos).

NÃO VAI SER FÁCIL
A tarefa da Spin no mercado brasileiro é dura, até porque são dois modelos que se vão (segundo a GM, até o final do ano ainda será possível encontrá-los nas lojas) para a chegada de apenas um. Mas a excelente aceitação do Cobalt entre taxistas, que com ele puderam aposentar seus Corsa Sedan, sugere que as frotas de Meriva e Zafira serão naturalmente substituídas pela nova minivan. Como dizem: se é bom para taxista, é bom para todos...

As vendas de Meriva e Zafira traduzem o desafio da Spin: mesmo em fim de carreira e praticamente iguais desde que foram lançadas na década passada, elas emplacaram respectivamente 7.427 e 2.710 unidades este ano, de acordo com números da Fenabrave (associação das concessionárias) compilados até a primeira quinzena de junho. Maior rival da Spin, Nissan Livina (cinco lugares) e Grand Livina (sete) emplacaram juntas 5.511 carros no mesmo período -- ou seja, menos que a Meriva sozinha. Outro rival é o JAC J6.

De acordo com Marcos Munhoz, vice-presidente da GM do Brasil, a meta é vender ao menos 2.800 Spin a cada mês -- mas o próprio executivo esbanjou otimismo e disse que esse número é conservador. Para reforçar o apelo e a confiabilidade do novo produto, a fabricante oferece garantia de três anos sem limite de quilometragem.

O processo de renovação da gama Chevrolet no Brasil continua em 2012 com pelo menos mais dois lançamentos: o SUV Blazer e o compacto Ônix (hatch e sedã).

IMPRESSÕES AO DIRIGIR
Nova fase da GM ganha seu carro para levar (quase) todo mundo

A Chevrolet Spin é um típico produto do novo "andar térreo" da General Motors, ocupado por Agile e Cobalt (pegando o elevador para o andar de cima estão os Sonic hatch e sedã, mas naquele, por ora, só entra Cruze ou mais). A nova minivan procura espaço na garagem de um certo consumidor que busca espaço, versatilidade, robustez e durabilidade, só que sem arrombar o orçamento da família. São pessoas que precisam mesmo de um carro particular, e que suam para pagá-lo. Por isso a tabela de preços da Spin é fundamental. Que carro completo, com espaço para sete pessoas (ou 1.600 litros de carga) e câmbio automático de seis marchas custa hoje, no Brasil, menos de R$ 55 mil? Nenhum.

Se, além de preço, ele tem as demais características listadas acima, quem vai se importar com o resto?

A aprovação ao visual da Spin é questão de gosto. Os vincos e volumes nas laterais, por exemplo, podem dar a impressão de que o carro está amassado. A dianteira sugere um SUV agressivo, mas a traseira parece a de um banal "hatch altinho". A desarmonia entre essas duas partes lembra o Agile: "frentona" com "bundinha".

UOL Carros experimentou nesta quinta-feira (28) uma Spin LTZ com câmbio automático -- topo da gama da minivian. Assim que se entra na cabine, os tons claros passam uma ideia de requinte, rapidamente desmentida ao se tocar os materiais (não há uma única superfície macia na cabine, excetuando as cobertas com tecido). Para o motorista, o painel frontal é um acerto, com formas elegantes e instrumentos em cluster reduzido, metade analógico, metade digital. O volante tem ótima empunhadura e possui comandos multifuncionais -- mas não oferece regulagem vertical.

Para os passageiros, se estes forem até três, há bastante espaço para pernas e cabeças. Como quase todos os carros de passeio compactos ou médios, a Spin transporta muito bem quatro adultos. Uma 5ª pessoa a bordo vai espremida no meio do banco traseiro "clássico", que não lhe oferece apoio de cabeça nem cinto de três pontos. Ou então pode aproveitar a segunda fileira de bancos. O acesso a ela é fácil devido à "dobrabilidade" dos assentos intermediários, mas as pernas ficam elevadas demais. É lugar para instalar duas crianças -- que, nos dias de calor, vão sofrer um bocado até o ar-condicionado refrescá-las (não há saídas traseiras).

Ou seja: a Spin LTZ de "sete lugares" acolhe quatro pessoas. Cabem sete, é claro -- mas então o termo "acolher" não é apropriado.

COMO ELA ANDA
Em movimento, a Spin automática teve o mérito do silêncio: a 120 km/hora foi possível conversar em tom de voz normal dentro da cabine. Mas o propulsor Econoflex de apenas 108 cavalos, solução barata de motorização para um projeto que jamais poderia ser caro, e que tem inegáveis méritos (taxistas, que vivem do carro, vão adorar), hesita em algumas retomadas. O câmbio automático, elogiado no Sonic e no Cruze, sobe o giro para a casa das 6.000 rpm numa corriqueira redução manual de sexta a quarta a cerca de 100 km/h. Dá a impressão de que entrou a segunda.

O centro de gravidade elevado, as diminutas rodas de 15 polegadas e as suspensões de curso longo e ajuste macio (necessárias para levar até quatro pessoas praticamente sentadas sobre elas, nas fileiras traseiras) colaboram para leves oscilações laterais da carroceria, claramente percebidas em trechos de reta em estrada. Por extensão: não se pode brincar de "fazer curva" com a Spin.

No entanto, apesar de tantas ressalvas, nossa experiência a bordo da Spin foi satisfatória, especialmente no papel de passageiro. Prova disso é que este jornalista dormiu em alguns trechos do test-drive (se o carro não fosse confortável e "familiar" isso jamais aconteceria). De resto, faz muita diferença ter 32 porta-objetos na cabine, desde que se saiba usá-los: pacotinhos de doces que a GM deixou nos carros para mimar os jornalistas durante o teste só foram achados depois dele. Um bloco de anotações sumiu. E levamos algumas garrafas d'água para dentro da Spin nas paradas do percurso porque não vimos que já havia várias nos esperando antes mesmo de girar a chave. (CLS)