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Volkswagen Polo, ainda delicioso ao volante, fica mais feio no modelo 2012

Polo 2012: conjunto óptico fica igual, mas grade e parachoque são da "nova Volkswagen" - Divulgação
Polo 2012: conjunto óptico fica igual, mas grade e parachoque são da "nova Volkswagen" Imagem: Divulgação

Da Redação<br>Do editor de UOL Carros

16/07/2011 16h34Atualizada em 18/07/2011 12h24

A Volkswagen apresentou nesta sexta-feira (15) a linha Polo 2012, nas carrocerias hatch e sedã. O modelo passou por reestilização, mas se mantém como um carro diferente dentro da gama da marca no Brasil. Juntamente com a linha Gol e o envelhecido Golf, o Polo é um dos carros da Volks vendidos no Brasil que ainda não adotaram por completo a nova identidade visual da fabricante, marcada por linhas retas e vista em Fox, Jetta e Passat (praticamente gêmeos), Tiguan e Touareg.

Por fora, o Polo teve mudanças na grade dianteira, que ganhou um duplo filete cromado (semelhante ao dos "novos" Volks), na porção inferior do parachoque dianteiro e, na traseira, incorporou refletores no parachoque. Faróis e lanternas mantiveram o mesmo formato do modelo anterior, mas ganharam lentes escurecidas. A lateral tem novos frisos, espelhos retrovisores maiores e, no caso da versão Sportline, uma faixa. Sistema ABS (antitravamento) nos freios e airbags frontais são de série desde a versão de entrada.

Os preços da (extensa) linha Polo 2012 são os seguintes:

Polo Hatch 1.6 Total Flex: R$ 44.390
Polo Hatch 1.6 Total Flex  I-Motion: R$ 47.120

Polo Hatch Sportline 1.6: R$ 51.360
Polo Hatch Sportline 1.6 I-Motion: R$ 54.090

Polo Hatch 1.6 Bluemotion: R$ 48.700

Polo Hatch Sportline 2.0: R$ 54.790

Polo Sedan 1.6 Total Flex: R$ 47.770
Polo Sedan 1.6 Total Flex  I-Motion: R$ 50.500

Polo Sedan 1.6 Comfortline: R$ 53.920
Polo Sedan 1.6 Comfortline I-Motion: R$ 56.650

Polo Sedan 2.0 Comfortline: R$ 57.330

Por dentro, a reestilização do Polo trouxe novos revestimentos dos bancos e painel de instrumentos com iluminação branca, o que representa uma grande melhora em relação à combinação de azul e vermelho anterior, muito cansativa (no entanto, as telas do rádio e do ar-condicionado digital seguem azuis).

VERSÕES
O esportivado Polo GT 2.0 saiu de cena, sendo substituído pelo 2.0 Sportline. Outra versão que deixou de ser fabricada é a 1.6 E-Flex, que contava com sistema que dispensava a gasolina no auxílio à partida a frio, no caso de o carro estar abastecido com etanol. Esse item passa a ser exclusivo do Polo Hatch 1.6 Bluemotion, a versão "ecológica" do modelo (cujo principal sinal estético é a grade dianteira fechada).

SÉRIE ROQUEIRA

Junto com a apresentação do "novo" Polo, a Volks mostrou o Gol e o Fox nas versões Rock in Rio -- a montadora é uma das maiores patrocinadoras do evento musical marcado para novembro, no Rio de Janeiro. A série foi montada sobre o Gol 1.0, a R$ 35.350, e o Fox 1.6, a R$ 40.990.

Os carros ganharam rodas pintadas em cinza (14 polegadas no Gol e 15 polegadas no Fox), interior com detalhes em vermelho, volante multifuncional e CD-Player com conexões USB, entrada para SD-Card e conectividade com iPod, iPhone e Bluetooth. (RL)

No conjunto motriz, nada de novo. O motor 1.6 Total Flex é o mesmo EA 111 que equipava boa parte da gama da Volks. Ele rende 101 cavalos com gasolina e 104 cv com etanol, a 5.250 rpm. O torque é de 15,4 kgfm com gasolina e 15,6 kgfm com etanol, já a 2.500 rpm.

Por sua vez, o 2.0 Total Flex, outro veterano da Volks, rende 116 cv com gasolina e 120 cv com etanol, ambos a 5.250 rpm. O torque desse bloco é de 17,3 kgfm, tanto com etanol quanto com gasolina, alcançados aos 2.250 rpm. A transmissão pode ser manual de cinco marchas ou a automatizada I-Motion.

MUDANÇAS PARA PIOR
UOL Carros dirigiu um Polo Sedan Sportline brevemente na sexta-feira. O contato com o carro, nosso velho conhecido, mostrou que suas qualidades essenciais não se alteraram. O motor 1.6 e a caixa de câmbio manual MQ200 continuam entregando um dos funcionamentos de trem de força mais harmoniosos à venda no mercado nacional. É sob medida para quem gosta de ter comando total sobre a condução.

Chamou a atenção na unidade experimentada o silêncio a bordo, no que se refere à rodagem (100% urbana durante o trajeto) e também na ausência de ruídos no acabamento -- o carro de teste já tinha mais de 4.500 km, certamente em mãos pouco piedosas. Ponto para a excelente montagem do Polo.

Contudo, a Volks pisou na bola em termos visuais. Trazer o atual Polo europeu (com a nova identidade da marca) ficaria caro, por ser um carro totalmente novo também em termos industriais -- mas fica até deselegante a Volks buscar no Polo da África do Sul (como bem apontou o site Best Cars, aqui) o desenho da nova linha brasileira. Que, por sinal, ainda aguentaria mais um bom par de anos com a cara anterior (tanto que os faróis não mudaram).

Além de visualmente insosso, o Polo ficou mais caro, ao menos em valores absolutos. No lançamento, há quase dois anos, o Polo hatch 1.6 I-Motion custava R$ 42.580, ou seja, R$ 4.540 a menos que o modelo de 2012. Um aumento de 10%, que eventualmente pode ser atribuído ao sucesso dos câmbios automatizados no Brasil ou à inflação. Já o Polo 1.6 manual, tabelado a R$ 41.150 naquela mesma época, hoje custa R$ 44.390.

Independentemente das justificativas (como, por exemplo, novos itens de série), são valores que não devem ajudar as vendas do modelo, que seguem frágeis: este ano, até o final de junho, foram emplacados 4.560 unidades do hatch; um rival como o Citroën C3 vendeu, no mesmo período, 19.798 unidades, ou quatro vezes a performance do carro da Volks. O sedã vai um pouco melhor.

Fica a dúvida: são os brasileiros que desprezam um dos melhores carros à venda no país, ou é a Volkswagen que não sabe o que fazer com ele? (por Rodrigo Lara e Claudio de Souza)