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Renault Duster, ainda 'invisível', será fabricado no Paraná

EUGÊNIO AUGUSTO BRITO

Da Redação

03/06/2011 13h46

POR PARTES

  • Reprodução

    Acima, vice-presidente comercial da Renault, Gustavo Schmidt, e presidente da marca no Brasil, Jean-Michel Jalinier, anunciam chegada do SUV compacto em conferência realizada pela internet nesta sexta-feira (3).

  • Carsale

    Foto intermediária traz flagra divulgado pelo site parceiro Carsale, que mostra reais formas do Duster brasileiro: com grade frontal modificada em relação ao original europeu (abaixo), nacional modelo só chega em novembro para encarar EcoSport e Tucson.

  • Divulgação

Numa conferência de 30 minutos transmitida por streaming via internet nesta sexta-feira (3), sem a presença física de qualquer jornalista, o presidente da Renault do Brasil, Jean-Michel Jalinier, acompanhado do vice-presidente comercial da marca, Gustavo Schmidt, confirmou a fabricação do anti-EcoSport da marca, o Duster, na unidade de São José dos Pinhais (PR). Ainda de acordo com os executivos, o SUV compacto chegará às lojas em novembro com motorizações 1.6 e 2.0 flex e opções de tração 4x2 e 4x4. O anúncio confirma a informação divulgada por UOL Carros em março de 2010, durante o Salão de Genebra.

Apesar de confirmarem o "local de nascimento" e a "alma" do Duster nacional, Jalinier e Schmidt mantiveram mistério sobre boa parte dos detalhes restantes. O utilitário esportivo vai concorrer com outros SUVs autênticos -- leia-se Ford EcoSport, Hyundai Tucson e Mitsubishi Pajero TR4, principalmente --, mas também com os chamados aventureiros, turma que cresce a cada mês. Preços, no entanto, não foram revelados.

A Renault descartou ainda qualquer possibilidade do uso de motores a diesel no Duster, mas afirmou considerar "uma boa ideia" oferecer transmissão automática no modelo, embora esta opção não faça parte do cardápio inicial a ser ofertado.

Com base nisso, UOL Carros infere que o Duster nacional deve contar com os já conhecidos blocos de 1,6 litros de 110/115 cv com gasolina e etanol (disponível no Sandero, por exemplo) e 2,0 litros de 140/143 cv (do sedã Fluence). O câmbio do modelo europeu, desenvolvido pela romena Dacia (subsidiária da Renault), é de seis marchas, mas nosso modelo pode se valer da habitual caixa de cinco marchas.

As expectativa de vendas serão reveladas apenas no momento do lançamento oficial -- assim como a lista de equipamentos internos, opcionais e acessórios --, mas Schmidt disse acreditar num produto competitivo, sobretudo na versão 4x2, cujo uso urbano foi ressaltado com um argumento forte: o volume do porta-malas de 475 litros. O objetivo da marca, de toda forma, é que o modelo a ajude a alcançar a meta de crescer cerca de três vezes a margem de alta do mercado automotivo nacional em 2011, o que corresponderia a cerca de 15% de avanço em relação ao último ano.

A garantia seguirá a política global da Renault, com três anos, enquanto muitos concorrentes (sobretudo orientais) apostam em prazos alongados de cinco ou seis anos.

ESTILO
O pouco mostrado do Duster brasileiro durante o anúncio confirma flagrante publicado pelo parceiro Carsale em maio (reveja aqui): a Renault do Brasil diz que utilizou a base do Duster europeu feito pela Dacia, mas com estilo reformulado pela divisão de design local. Isso se traduz, sobretudo, em mudanças na grade frontal, que passa a contar com três barras horizontais envolvendo o diamante símbolo da marca francesa.

A Renault do Brasil afirmou ainda que desenvolveu um painel próprio para o Duster nacional, diferente do já utilizado por Sandero e Logan, com quem o SUV compartilha peças e componentes. Na Europa, o jipinho compartilha diversas peças e grafismos internos com o hatch e o sedã -- vale lembrar que os três têm origem na mesma plataforma B0 (bê zero) para modelos compactos.

Acreditamos, no entanto, que o SUV deva manter as dimensões originais -- 4,31 m de comprimento, 1,82 m de largura e 2,67 m de entre-eixos. Lá fora, as medidas off-road são 210 mm de vão livre, ângulos de 30º para ataque e de 36º para saída, enquanto o nacional terá ligeiras adequações: 221 mm de espaço livre, com ângulo de saída de 35º.

Os executivos encerraram o anúncio afirmando que o Duster paranaense será exportado também para o Mercosul, gerando demanda para mil novos postos de trabalho no Brasil. Mas revelaram que o modelo também será fabricado na Colômbia, de onde deve abastecer mercados do restante da América Latina. Segundo informação da matriz francesa, o SUV compacto será oferecido também a outros pólos emergentes como Rússia e Oriente Médio.

O DUSTER EUROPEU EM AÇÃO