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Volkswagen traz sétima geração do Passat por R$ 106.700 iniciais

Não é o Jetta: Passat 2012 chega direto da Europa nas versões sedã (acima) e perua - Divulgação
Não é o Jetta: Passat 2012 chega direto da Europa nas versões sedã (acima) e perua Imagem: Divulgação

Rodrigo Lara

Do UOL, em Campos do Jordão (SP)

25/05/2011 21h46

A Volkswagen apresentou nesta quarta-feira (25), em Campos do Jordão (SP) a linha 2012 do modelo médio-grande Passat, nas configurações sedã e perua, esta com o tradicional sobrenome Variant. Além do ano-modelo, mudaram também os preços. São eles:

- Volkswagen Passat Sedan: R$ 106.700
- Volkswagen Passat Variant: R$113.130

SÉTIMA GERAÇÃO
Com o novo modelo, apresentado ao mundo no último Salão de Paris (veja aqui) e aos brasileiros no Salão do Automóvel de São Paulo, o Passat chega à sétima geração (a primeira chegou ao mundo em 1973). Além da aparência modificada, novos itens de conforto estão presentes -- a grande questão, porém, é que para tê-los disponíveis o comprador terá de optar por diversos pacotes opcionais, bem ao estilo Volks:

- Módulo Conforto: R$ 19.509
Acrescenta sistema de climatização e ajustes elétricos aos bancos dianteiros; faróis bi-xênon com LED; sistema de acesso keyless; e auxiliar Park Assist II.

- Módulo ACC: R$ 5.160
Acrescenta o piloto automático adaptativo.

- Teto solar com células solares (apenas para o sedã): R$ 4.400

- Teto solar panorâmico (apenas para a Variant): R$ 5.845

- Rádio com sistema de navegação integrado: R$ 2.500

No quesito segurança, fazem parte do pacote seis airbags, luz direcional para manobras em baixa velocidade e novo controle de tração e estabilidade. Entre os opcionais, destaque para o Park Assist, que auxilia em manobras de estacionamento, e agora pode estacionar o veiculo tanto em vagas horizontais como nas verticais -- como as presentes em shopping-centers. Soma-se a isso o piloto automático adaptativo (que regula não apenas velocidade, mas também a distância dos veículos à frente), a câmera traseira, o detector de fadiga do condutor (como em modelos da também alemã Mercedes-Benz) e o Emergency City Break, que para o carro caso os sensores detectem um obstaculo enquanto o veiculo trafega em velocidades de ate 30 km/h (a exemplo do City Safety da Volvo).

NOVA ESTRUTURA, CARA COMUM
Tanto o Passat sedã quanto a perua Variant sofreram mudanças estruturais. Além de novos painéis e reforços de carroceria, o carro ganhou um para-brisa acústico, que isola os sons provenientes do exterior. Também entra em cena o novo motor 2.0 TSI, o mesmo da versão top do novo Jetta, mas recalibrado para entregar 211 cavalos. Segundo a Volks, esse propulsor apresenta consumo médio de 12,5 km/l.

Em um segmento em que imagem conta muito, o maior desafio da marca é fazer com que o consumidor não associe o Passat 2012, e sua nova cara, a veículos mais humildes da marca, como o próprio Jetta ou, no extremo, ao popular Fox. Veja a comparação entre Passat e Jetta nos quadros abaixo:

 

  • Diferenças de visual dentro da atual identidade da Volkswagen são sutis: mova a seta à esquerda para ver o novo Passat (R$ 106.700); para a direita, você confere o Jetta (R$ 89.520)

  • Diferenças de visual dentro da atual identidade da Volkswagen são sutis: mova a seta à esquerda para ver o novo Passat (R$ 106.700); para a direita, você confere o Jetta (R$ 89.520)

  • Cabine é mais refinada, mas guarda semelhanças em relação a modelos mais simples: mova a seta à esquerda para ver o novo Passat (R$ 106.700); para a direita, confira o Jetta (R$ 89.520)

Diferente do praticado com o Jetta, que segue o padrão americano e vem do México, o Passat 2012 que desembarca no país a partir de agora vem da Europa. Os americanos decidiram adotar um modelo diferente de Passat, de maior comprimento, menor refinamento, mas preço também menor para combater campeões de venda como Honda Accord, Toyota Camry e Ford Fusion por lá. A VW do Brasil afirma que, após a adoção da nova identidade visual, o modelo importado para o Brasil traz maior refinamento e conta até mesmo com traços do sedã grande de luxo Phaeton, nunca visto por aqui (o parceiro Best Cars mostra como ele está). Tudo questão de opinião.

IMPRESSÕES AO DIRIGIR
Ficar frente a frente com o Passat 2012 causa um misto de sensações. Ao mesmo tempo em que o design limpo -- e de bom gosto, diga-se -- do modelo o dota de um ar clássico e o deixa discreto, ele tem um ar um tanto genérico. E isso pode ser um problema se considerarmos o típico comprador de um sedã ou uma station wagon de mais 4,5 metros de comprimento e preço acima dos R$ 100 mil. Esse público quer status e o Passat, ao lembrar carros menores da Volkswagen, como o Fox, pode derrapar nesse quesito.

As ressalvas sobre a aparência do modelo são esquecidas ao sentar no banco do motorista. Tanto o Passat quanto a sua versão station wagon Variant tratam -- e muito bem -- seus ocupantes. Sem exageros ou rebuscamentos, o carro é confortável e possui um acabamento que mescla requinte, como visto nos apliques em aço escovado no painel, e esportividade, com bancos que seguram bem o corpo nas curvas.

Essa personalidade dupla é vista também no comportamento dinâmico. Ainda que não sejam carros com um perfil voltado a abusos -- a VW não se pronunciou sobre a vinda de versões com motores V6, já comercializadas na Europa --, o Passat e a Variant arrancam vigorosamente e se dão bem em curvas. A carroceria não apresenta rolagem significativa e o comportamento é essencialmente neutro. No limite, a tendência de sair de frente é domada pelo eficiente controle de estabilidade. A direção elétrica de ambos os modelos

Em linha reta, pontos para o motor 2.0 TSI, o mesmo que equipa a versão top de linha do Jetta. O propulsor turbo, que gera 211 cv a 5.300 rpm e tem torque de 28,5 kgfm a 1.700 rpm, forma uma ótima dupla com o câmbio DSG (Direct-Shift Gearbox), uma caixa de seis marchas e dupla embreagem. Com trocas rápidas, ele aproveita de forma eficiente a força do motor e tem bom funcionamento tanto em uma tocada mais tranquila quanto ao se dirigir de forma esportiva.

O lado ruim do Passat e da Variant é justamente o quanto o carro cobra pelos seus atributos mais divertidos. O Park Assist de segunda geração, por exemplo, pode facilitar -- e muito -- a vida de quem não tem paciência para estacionar. Mas quem quiser o equipamento, terá que adquirir um pacote com o sistema de acesso keyless, climatizador e comandos elétricos para o banco dianteiro e faróis bi-xênon. O custo da brincadeira de somar fica em R$ 19.509, exagerados em nossa perspectiva.

O mesmo vale para o Adaptative Cruise Control (ACC). A segurança transmitida pelo sistema em uma estrada -- quando ele controla não apenas a velocidade, mas também a distância para o veículo da frente -- é diretamente proporcional ao rombo de R$ 5.160 que ele causa na conta do seu comprador. A título de curiosidade, o Passat sedã completo bate nos R$ 138.269, valor compatível com o Classe C da Mercedes e o A4 da Audi.

A tarefa do carro no mercado será difícil. Bons atributos ele tem, porém a aparência que remete a veículos mais simples Volkswagen se mostra um obstáculo, ainda mais se lembrarmos que, completo, seu valor o coloca alinhado com carros que são expoentes de status. Com esse preço, o grande desafio do Passat é convencer o seu potencial comprador a ir além das aparências e apostar em suas qualidades.

Viagem a convite da Volkswagen do Brasil