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Mercedes-Benz C 250 CGI une prazer e responsabilidade

<b>Potente e econômico, C 250 CGI Sport dá as caras no Brasil por R$ 179.900</b> - Murilo Góes/UOL
<b>Potente e econômico, C 250 CGI Sport dá as caras no Brasil por R$ 179.900</b> Imagem: Murilo Góes/UOL

Rodrigo Lara

Do UOL, em São Paulo (SP)

14/03/2011 18h25Atualizada em 15/08/2012 14h09

A equação entre desempenho e consumo tem tirado o sono dos engenheiros automotivos nos últimos anos. Expressões como "emissões" e "downsizing" entraram na pauta do setor, tido como um dos grandes vilões das mazelas ambientais -- em especial o aquecimento global -- enfrentadas pelo nosso planeta.

A Mercedes-Benz apresentou sua solução para o problema com o conceito BlueEfficiency. Mais do que reduzir o tamanho dos propulsores e adotar a sobrealimentação por turbo como forma de garantir o desempenho, essa filosofia atua em outras áreas, como aerodinâmica e redução de atrito -- tanto dos componentes mecânicos quanto em relação ao solo.

DE CARA NOVA EM BREVE

Divulgação
O C 250 CGI Sport acabou de chegar ao Brasil, mas o modelo 2012 do Classe C já roda pela Europa.

O facelift do carro foi sutil e as mudanças se concentraram nos conjuntos ópticos do veículo. Há a previsão de que o Classe C renovado chegue ao Brasil no segundo semestre de 2011.

Alguns dos estandartes desse conceito são os modelos da Classe C, que representam os sedãs de entrada da Mercedes. UOL Carroshavia experimentado o C 180 CGI, modelo mais básico da gama. Chegou então a hora de analisarmos o C 250 CGI Sport, o último degrau "civilizado" dentro da Classe C, que ainda conta com o anabolizado C 63 AMG (com 463 cavalos, essa última versão lembra mais um carro de competição do que propriamente um sedã familiar).

O C 250 CGI Sport foi lançado oficialmente pela Mercedes-Benz no Brasil no último dia 9. Seu preço: R$ 179.900.

A principal novidade apresentada pelo modelo é o motor 1,8 litro, de quatro cilindros, sobrealimentado por turbo e dotado de injeção direta (daí o apelido CGI, ou Charged Gasoline Injection). A unidade já impressiona antes mesmo de entrar em funcionamento: são 204 cavalos alcançados aos 5.500 rpm, com torque de 31,6 kgfm presente entre 2.000 e 4.300 rpm. São números dignos de motores V6, e mais do que suficientes para mover a tonelada e meia do modelo.

Além do motor, a Mercedes promoveu pequenas "cirurgias" no carro, visando a melhorar o aproveitamento energético. Na conta da fabricante, a economia total de combustível bate nos 12%. Essa porcentagem é composta assim: 1,2 ponto pela aerodinâmica; 4,7 pelo motor; 2,2 pela transmissão; 2,4 pelo gerenciamento de energia dos equipamentos; e 1,6 pela adoção de pneus de baixa resistência ao rolamento.

Dentre os itens que foram alterados está a melhora aerodinâmica de itens como os retrovisores, a grade do radiador e o assoalho. A relação do diferencial, por sua vez, foi ajustada em prol da economia. Já a direção hidráulica age "sob demanda": em altas velocidades, a assistência é praticamente cortada. Por fim, o alternador do 250 CGI tem gerenciamento ativo, o que evita o desperdício de energia elétrica. São essas medidas que justificam a aplicação da insígnia "BlueEfficiency" na lataria do modelo. Nenhuma dessas mudanças, contudo, salta aos olhos, como é possível ver nas fotos de Murilo Góes:

O C 250 CGI Sport também recebeu alguns detalhes da divisão de preparação da Mercedes, a AMG. O conjunto óptico bi-xenônio e as rodas de 17 polegadas são provenientes da grife esportiva.  Somam-se a eles itens de conforto e de segurança passiva e ativa, como os seis airbags, o controle de estabilidade (ESP), apoio de cabeça ativo, teto solar com acionamento elétrico e ar-condicionado automático com três zonas. O acabamento interno é irretocável e utiliza couro e metal no console.

IMPRESSÕES AO DIRIGIR
Depois de conhecer as alterações, verificamos na prática como o C 250 CGI Sport reagiu à "dieta". Antes de colocar o veículo na estrada, num percurso de ida e volta entre São Paulo e Peruíbe, no litoral sul paulista, foi possível notar que o interior do veículo não trouxe novidades. O carro possui um posto de condução que privilegia a interação entre o veículo e o motorista: o assento é baixo e acomoda bem o corpo, com abas que apoiam o condutor nas curvas.

Os comandos estão sempre à mão, ressalvando a haste que controla as luzes de direção e os limpadores de para-brisa, escondida atrás do comando do piloto automático (um problema que a Mercedes finge que não existe) e o controle do sistema multimídia, um tanto complicado de ser operado com o carro em movimento: não se compara ao nível de complexidade do iDrive da BMW, mas ainda assim requer que o motorista desvie sua atenção da via por um tempo maior do que o recomendado.

O propulsor 1.8 apresenta um torque invejável. Não raro, acelerações e retomadas faziam o corpo colar nos bancos e o marcador de velocidade subir num ritmo que passa longe do visto em sedãs comportados. Contribui para o desempenho o câmbio automático de cinco marchas, com opção de trocas sequenciais por meio de aletas atrás do volante. Bem escalonado, ele aproveita força e potência produzidas pelo motor e possui três modos de operação: econômico, esportivo e manual.

A suspensão é firme e em conjunto com os pneus 225/45 da dianteira e 245/40 da traseira e a tração traseira, dotam o C 250 CGI Sport de uma agilidade surpreendente para as curvas. Vale lembrar que falamos de um carro de 4,5 metros de comprimento, e que o teste foi realizado sobre piso molhado.

Nas entradas de curva, com o câmbio na posição manual, bastava reduzir uma ou duas marchas e apontar o carro, que seguia como se deslizasse sobre trilhos. Contribuiu para a segurança o ESP, que entrou em ação algumas vezes durante o trajeto -- em especial quando passávamos sobre alguma poça d’água -- e a direção, firme e com relação mais direta que o habitual.

A grande surpresa, entretanto, veio no final do teste. À exceção dos trechos de serra, o carro foi utilizado com o câmbio no modo econômico. O comprometimento do desempenho foi quase imperceptível e, mesmo não conduzindo o carro de forma conservadora, o marcador de consumo médio do veículo apontava a marca de 12 km/l. Se restavam dúvidas sobre a eficácia do tal "BlueEfficiency", esse número foi suficiente para acabar com qualquer dúvida. O planeta -- e quem privilegia o prazer ao volante -- agradece.